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Nº 5692
Política

HOSPITAL DA MULHER É REPLETO DE FALHAS

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Por MARCELO AMORIM e GREYCE BERNARDINO | Edição do dia 18/01/2020 - Matéria atualizada em 18/01/2020 às 06h00

A vice-presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed/AL), Sílvia Melo, questionou a política do governo Renan Filho (MDB) para a área da saúde, ao apontar que o Hospital da Mulher, inaugurado recentemente, não é capaz de diminuir o fluxo na Maternidade Santa Mônica - como vinha sido prometido -, além de desvalorizar o profissional concursado, com o pagamento diferenciado do salário. “No Hospital da Mulher só existe casos de parto de baixo risco, enquanto a Santa Mônica trata-se de uma maternidade de alto risco. Infelizmente não houve uma melhora na superlotação, porque os casos lá tratados são diferentes daqueles que o Hospital da Mulher resolve. No entanto, o governo pecou ao não ampliar o número de leitos dentro da Santa Mônica. Sem falar que a estrutura física do hospital já está pedindo socorro. É necessário que uma reforma seja feita, para que um melhor centro cirúrgico seja ofertado às pacientes”, expôs a médica. Sílvia Melo ainda critica a forma de como os médicos foram contratados no Hospital da Mulher. “Esses profissionais foram empregados via processo seletivo. São contratos precarizados, que não precisaram de um concurso público. Isso é uma desvalorização profissional. Não podemos compactuar com isso. Sabe-se, ainda, que o salário dentro do Hospital da Mulher é diferente entre algumas categorias. Médicos plantonistas recebem mais que os demais profissionais da área. Claro que isso vai de acordo com a especialização de cada um. Porém, isso de provocar uma diferença entre salários, já é um ponto que desvaloriza o serviço médico”, aponta ela, que acrescenta: “No Hospital da Mulher, médicos ganham salários maiores do que os profissionais concursados da Santa Mônica, que têm, em média, 15 anos de casa. Então, esse médico concursado está ganhando menos do que o profissional da nova unidade hospitalar, que começou a trabalhar recentemente”. Já a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Alagoas (Sineal), Renilda Barreto, considera que, apesar da estrutura do Hospital da Mulher ser excelente no que diz respeito à estrutura física e tecnológica, ainda falta certo planejamento e estruturação nos processos de trabalho para o bom funcionamento da instituição. “Temos conhecimento de falta de insumos e percalços. O número de profissionais não condiz com o dimensionamento exigido pela resolução COFEN 543/2017, que fala do dimensionamento de pessoal. Dessa forma, há uma sobrecarga de trabalho na rotina dos profissionais lotados no novo hospital”. Renilda ainda ressalta que é de entendimento geral que o atual governo vem tomando medidas prejudiciais à categoria dos servidores da saúde. “Não há efetivação de concursos públicos, bem como não há reajuste salarial e os salários são abaixo do esperado. Apesar de haver um plano de cargos e carreiras para a categoria, o mesmo não é devidamente cumprido. Direitos adquiridos cortados, condições de trabalho são precárias, servidores são desvalorizados e os representantes dos servidores possuem enorme dificuldade de comunicação com o governador – ao longo de todo o seu mandato, Renan Filho só atendeu os representantes uma única vez”, fala.

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