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Política

NOVOS HOSPITAIS TÊM ATRASO NA ENTREGA

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Por MARCELO AMORIM e GREYCE BERNARDINO | Edição do dia 18/01/2020 - Matéria atualizada em 18/01/2020 às 06h00

Apesar dos problemas existentes na área da Saúde, sem que o governo Renan Filho (MDB) consiga sequer fazer funcionar como se deve hospitais públicos como o Hospital Geral do Estado (HGE), o governador, que está em segundo mandato, pretende entregar à população cinco novos hospitais, que ele mesmo havia prometido ainda em sua primeira gestão, mas que agora a previsão de entrega é para 2021, conforme o próprio governo.

Entre os cinco hospitais prometidos, apenas o da Mulher, localizado em Maceió, foi aberto no ano passado. Além de atrasos na entrega das obras, algumas delas anunciadas como projetos de campanha ainda na primeira gestão do governador, os valores à execução dos projetos mais que dobraram. Em abril de 2018, a Agência Alagoas, órgão de notícia oficial do governo estadual, havia divulgado que os hospitais, juntos, somavam investimentos de R$ 90 milhões. Em 18 de abril do ano passado, um ano após, conforme plano de estruturação do setor apresentado pelo governador à época ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o custo subiu para R$ 211 milhões. Em entrevista coletiva concedida na obra do Hospital Metropolitano, em construção no bairro Tabuleiro do Martins, em Maceió, Renan Filho assegurou que o equipamento será entregue no 1º semestre de 2020. “No 2° semestre, ocorrerá a inauguração do Hospital Regional do Norte, em Porto Calvo. Em 2021, no 1º semestre, o Hospital Regional da Mata, em União dos Palmares, e no 2º semestre do mesmo ano, o Hospital Regional do Sertão, em Delmiro Gouveia. O Governo do Estado investe mais de R$ 216 milhões nessas construções, o que resultará na abertura de 706 novos leitos em Alagoas”, assegura. Ao se mostrar indefinido de que forma esses novos hospitais devem funcionar, diante do atual quadro, o governador tem utilizado recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), que deveriam ser utilizados para “incluir socialmente todos os alagoanos que estão abaixo da linha da pobreza”.

Pacientes vivem situação de caos e convivem com baratas no HGE

A situação de descaso no Hospital Geral do Estado (HGE) atinge diretamente quem precisa de atendimento no local e pode ser sentida pelos relatos de duas mães que sofrem na pele os problemas existentes no local. Raíssa Cinxa está no local com seu filho de apenas cinco anos, que se recupera de encefalite. Vanessa da Silva Santos luta para manter o filho de 1 ano e três meses em condições de recuperação de um problema crônico, que o torna dependente de ventilação mecânica.

Raíssa tem passado os últimos meses com passagens do filho pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e a Unidade de Cuidados Intensivos. Nesta última sexta-feira, a criança, que é tratada de uma inflamação em decorrência de invasão viral, seguia em recuperação na enfermagem pediátrica. “Não aguento mais essa situação, que é conviver com baratas no local de repouso da mães”, denuncia. Mas os problemas enfrentados por Raíssa e o filho envolvem ainda a falta de ar-condicionado, que quebrou, durante período na UTI e UCI. Na ocasião, devido ao calor, as mães tinham que abanar seus filhos e a porta da unidade ficava aberta, expondo às crianças ao perigo ainda maior de infecção hospitalar devido a bactérias. “Muitas mães não conseguem dormir por conta das baratas. Ficamos com medo. Há um descaso total e nada foi resolvido”, reforça Vanessa da Silva Santos, que permaneceu no HGE por um ano e meio com o filho de 1 ano e três meses que depende de ventilação mecânica para se manter vivo. Recentemente, ela conseguiu o serviço de home care e o pequeno tem recebido tratamento em casa. Para chamar a atenção aos problemas, as mães chegaram a gravar e divulgar vídeos diante da situação com os equipamentos de ar-condicionado quebrados. “Quero que isso não aconteça com outras mães”, ressalta Vanessa.

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