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RISCO DE INFECÇÃO NO CENTRO CIRÚRGICO DO HGE É AGRAVADO

Problemas persistentes em aparelhos de ar-condicionado tornam local quase insalubre para médicos e pacientes por causa do calor

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O presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed/AL), Marcos Holanda Pessoa, denunciou, ontem, que o centro cirúrgico do Hospital Geral do Estado (HGE) tem apresentado constantes problemas com o sistema de ar-condicionado, a ponto de passar até uma semana sem funcionar, como aconteceu nos últimos dias, afetando a rotina das cirurgias e colocando os pacientes em alto risco de morte por infecções. A situação demonstra, mais uma vez, o descaso do governo Renan Filho (MDB) para com a unidade de saúde. Outras denúncias têm sido feitas sobre a precariedade do funcionamento da unidade de emergência, sem que o Estado tenha até agora resolvido a situação, que pode ser considerada de caos. Apesar do problema com o ar-condicionado, ele garantiu que os médicos não estão se negando a trabalhar e continuam realizando as cirurgias. Isto não quer dizer, segundo o sindicalista, que a qualidade do serviço não esteja comprometida.

“Não dá mais para continuar da forma como está. É impossível trabalhar em um centro cirúrgico sem ar-condicionado. Os colegas estão passando mal durante as cirurgias, ficam molhados de suor e, o pior, a vida dos pacientes está em risco”, conta.

Holanda detalha que são três salas de cirurgia disponíveis no HGE e, no instante em que ele fez a denúncia, havia seis pacientes na fila para serem operados. “Estamos vivendo uma situação de terror aqui dentro. O diretor do HGE, o secretário de Saúde ou o governador [Renan Filho] devem ser responsabilizados por este descaso”, avalia o presidente do Sinmed/AL. Ele diz que registrou o descaso em fotos e só decidiu divulgar nos meios de comunicação por considerar o episódio extremamente grave, levando em consideração o risco de morte dos doentes. “Os pacientes estão caminhando para morrer, seja por infecção ou por falta de uma sala adequada para as cirurgias. O governador quer que a gente dê uma de doido, então é isso que vou fazer”, comenta.

CENÁRIO CAÓTICO

Na semana passada, a Gazetaweb expôs a gravidade dos problemas existentes no HGE. O Conselho Estadual de Saúde (CES) elaborou um relatório no qual detalha o descaso, que pode colocar em risco a vida de pacientes e acompanhantes. Segundo o documento, o hospital não tem projeto elétrico e de combate a incêndio/plano de contingência. Os conselheiros também descobriram que os extintores estão vencidos desde 2018. Nos lugares onde têm geradores, não há extintores de incêndio e não tem circulação de ar. O número de técnicos de segurança é a metade do que seria necessário - há apenas três -, quando, segundo o conselho, deveriam ser seis.

O OUTRO LADO

Apesar da versão dos médicos e da confirmação do sindicato, por meio de nota, o HGE informou, ontem à tarde, que o problema foi pontual e que os equipamentos já tinham voltado a funcionar. “O Hospital Geral do Estado (HGE) esclarece que os ares condicionados dos centros cirúrgicos, de urgência/emergência e eletivo, no momento funcionam normalmente, e que o ocorrido foi por um curto espaço de tempo. E ressalva que a atual gestão se encontra em fase de reestruturação dos projetos estruturais, elétricos, hidrossanitários, incêndio e pânico”, diz a nota. A versão oficial vai de encontro aos relatos de profissionais que lá trabalham e que, mesmo com as dificuldades e os inúmeros desafios diários, tentam realizar as suas funções. Eles insistem que o problema com ar-condicionado é grave, e que se houve conserto foi apenas paliativo, apostando que o sistema voltará a apresentar defeito.

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