Brasília, DF - O presidente Jair Bolsonaro esteve no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília (DF), na noite de ontem, ao retornar de Belo Horizonte (MG), onde sobrevoou áreas atingidas pela chuva. Ele permaneceu no hospital por cerca de uma hora e meia. Deixou o local pouco antes das 20h30 por uma saída reservada. Às 20h50, o comboio presidencial chegou à residência oficial do Palácio da Alvorada. Até a última atualização desta reportagem, nem o Palácio do Planalto nem o hospital tinham informado oficialmente o motivo da visita de Bolsonaro ao HFA. Questionada se o presidente realizou exames no hospital, a assessoria do Planalto disse que sim, mas não informou quais. Na agenda oficial do presidente, divulgada pelo Palácio do Planalto, não há compromissos previstos para esta sexta-feira (31) - nem no Planalto nem no Palácio da Alvorada, onde Bolsonaro mora com a primeira-dama Michelle e a filha Laura. No fim de dezembro, Bolsonaro foi levado às pressas ao HFA após sofrer uma queda no Palácio da Alvorada. O presidente fez exames, passou a noite no hospital em observação e recebeu alta na manhã seguinte. Desde o fim de 2019, o presidente também foi duas vezes ao Hospital da Força Aérea de Brasília (HFAB), onde passou por exames. Em dezembro, Bolsonaro disse ter ido à unidade para investigar um possível câncer de pele. Em janeiro, o Palácio do Planalto falou apenas em “exames de rotina”.
MISSÃO À BH
Bolsonaro anunciou a liberação de R$ 1 bilhão para ajudar os três estados da região Sudeste atingidos pelas chuvas em janeiro: Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. O anúncio foi feito no Aeroporto de Confins, em Minas Gerais, depois que Bolsonaro sobrevoou por uma hora a capital e cinco cidades atingidas da região metropolitana de Belo Horizonte. “Estamos trabalhando ombro a ombro para buscar mitigar os problemas ocorridos com essa catástrofe que aconteceu nos últimos dias”, afirmou ele em uma fala que durou menos de dois minutos. O presidente não respondeu a perguntas de jornalistas, nem entrou em detalhes sobre de onde virá o dinheiro ou quanto será destinado a cada estado. Para a liberação do dinheiro anunciado, municípios terão que apresentar demandas para o Ministério de Desenvolvimento Regional, para que sejam analisadas. Depois do sobrevoo, Bolsonaro se reuniu com o governador Romeu Zema (Novo) e sete prefeitos para discutir a destinação de recursos e ações tomadas até agora sobre os danos. Desde sexta-feira, as chuvas em Minas Gerais deixaram 55 mortos. Cerca de 50 mil pessoas ainda estão fora de casa em municípios atingidos. Bolsonaro foi acompanhado por ministros das pastas de Defesa, Infraestrutura, Cidadania, Saúde, Turismo, Desenvolvimento Regional, Secretaria de Governo e Gabinete de Segurança Institucional (GSI), segundo o Planalto. Até o momento, 101 cidades mineiras entraram no decreto estadual de situação de emergência e cinco decretaram estado de calamidade pública. O prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD), em entrevista na quarta-feira, disse que a prefeitura iria pedir ajuda entre R$ 300 milhões ou R$ 400 milhões para o governo federal para as obras de recuperação da cidade. A capital mineira sofreu outro golpe com um novo temporal na terça-feira. A cidade registrou 13 mortos desde sexta. Kalil também participou da reunião com Zema e Bolsonaro, após o sobrevoo de ontem. O gasto do governo federal em prevenção de desastres naturais em 2019 foi o menor em 11 anos. O governo Bolsonaro usou menos de um terço dos recursos previstos no Orçamento. Do total reservado para 2019, só R$ 99 milhões foram liquidados (quando há execução do serviço contratado). A verba do ano passado era de R$ 306,2 milhões. Em 2012, em comparação ao governo do PT, o montante equivalia a R$ 4,2 bilhões em valores corrigidos pela inflação. O governador de Minas Gerais liberou R$ 336 milhões devidos aos municípios atingidos por verbas de ICMS, IPVA e Fundeb. Cerca de R$ 3,4 milhões do piso mineiro, verba de assistência social, também foram liberados. “A nossa prioridade foi colocar a Defesa Civil do estado à disposição das prefeituras, orientando, acompanhando, e priorizar a ajuda humanitária que tem sido feita com a ajuda dos Correios”, disse Zema a jornalistas.