Depois de seis anos de espera, a nova ponte sobre o rio Mundaú, que liga a AL-404 a BR-316, finalmente ficou ponta. Ela é um dos equipamentos fundamentais de uma das vias alternativas para acesso a Ceasa, no bairro da Forene, na parte alta de Maceió. A obra custou mais de R$ 7 milhões (R$ 7.247.887,27 em valores exatos) e é esperada por centenas de caminhoneiros, moradores das comunidades da Usina Utinga e transportadores de ônibus escolares e de trabalhadores rurais. Mas, para desespero de muita gente que depende do equipamento, está é mais uma das obras milionárias do governo de Alagoas que foi abandonada e ainda não tem data de conclusão. A ponte está pronta e hoje liga nada a lugar nenhum. Foi construída paralela a antiga que caiu. A nova está fora do traçado original da pista. Segundo os moradores locais, a estrada para ser reaberta precisará da construção das cabeceiras, além de outras obras de recuperação, a via que está esburacada precisará de reparos inclusive nos 11 quilômetros de acostamento e mudar o traçado para acoplar a cabeceiras. Pelo que diz a placa da obra, instalada pelo governo de Alagoas, os órgãos responsáveis pela obra são a Secretaria de Transporte e Desenvolvimento Urbano (Setrand) e o Departamento de Estradas de Rodagens (DER). A ponte nova tem extensão de 144,35 metros na rodovia AL-404, no município de Rio Largo. A construção começou a ser planejada em outubro de 2017. Curiosamente, na placa não consta a previsão de conclusão, o que faz aumentar o desespero dos caminhoneiros que transportam mercadorias para o Ceasa e hoje precisam aumentar o percurso passando pelo congestionado Centro de Maceió ou na BR-101, perto da antiga rotatória da PRF, sem falar nos transtornos que causam também na conturbada Avenida Fernandes Lima, nos dois sentidos. As comunidades de trabalhadores rurais da Usina Utinga Leão também são obrigadas a aumentar o percurso em mais 20 quilômetros porque a via principal está interrompida, reclamou, por exemplo, o vigilante Ricardo dos Santos, que mora na rua nova e diariamente faz o percurso alternativo, passando pela entrada da usina.
CHEIA
Os problemas naquela região estratégica por onde escoam trafego de cana- de- açúcar da usina, ônibus de trabalhadores rurais, escolares e caminhões de alimentos para a Ceasa e carros pequenos que tentam escapar dos engarrafamentos da Avenida Fernandes Lima começaram na cheia de 2010, no governo Teotônio Vilela Filho (PSDB). A força da água do rio Mundaú que destruiu parcialmente 19 cidades alagoanas deixou mais de 170 mil desabrigados, 30 mortos e comprometeu as estruturas de algumas pontes, dentre elas a de Rio Largo. Quatro anos depois, em setembro de 2014, a ponte desabou, sem causar vítimas. Um engenheiro do Departamento de Estradas de Rodagens esteve no local e constatou perda total da estrutura. De acordo com a assessoria do DER, em 2014, o órgão sinalizou e isolou a área. As informações da avaliação foram repassadas para a diretoria de obras, encarregada para elaborar estudos de reconstrução da ponte que vinha recebendo intervenções na cabeceira, como muros de contenção na tentativa de conter a erosão nas margens do rio. Sem a rodovia estadual, os moradores da região passaram a percorrer vias alternativas que aumentam o percurso em 20 quilômetros, por estradas de barro. No período chuvoso, as rotas alternativas ficam intransitáveis até a AL-404. Antes, com a ponte, o percurso era de 11 quilômetros entre Rio Largo e Satuba.