A corrida contra o tempo para o registro do Aliança pelo Brasil no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – partido que nasceu da polêmica passagem do presidente Jair Bolsonaro pelo PSL e segue a produzir discussões, uma delas sobre o uso da igreja para benefício da futura legenda – mobiliza alagoanos para o evento do próximo dia 7. Nessa data, está marcado um encontro que vai reunir apoiadores. O deputado estadual Cabo Bebeto (PSL) anunciou o I Encontro Alagoano de Apoiadores do Aliança pelo Brasil, que acontece às 16 horas, no Hotel Ritz Lagoa da Anta, em Maceió. É uma força-tarefa para acelerar a coleta de assinaturas e criar o partido, a tempo de disputar as eleições municipais Brasil afora, situação que deve ser finalizada pelo Tribunal Superior Eleitoral até o início de abril. Cabo Bebeto informou que o número de assinaturas em Alagoas de adesão à nova legenda chegou a 2 mil, ultrapassando a meta estabelecida pelo TSE de 1.700. “Acredito que conseguimos resolver a tempo para as eleições municipais. Já temos a quantidade necessária de assinaturas, estamos apenas buscando mais assinaturas para evitar imprevistos no TSE”, explicou o deputado, que lidera em Alagoas o movimento de criação do Aliança pelo Brasil. “Teremos a presença confirmada da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) e de movimentos de direita. A expectativa dos organizadores é de que o presidente Bolsonaro participe do encontro por meio de transmissão ao vivo pela internet ou vídeo gravado”, explica a assessoria. Em Alagoas, o Aliança pelo Brasil está sob o comando do deputado estadual Cabo Bebeto, que ainda continua no PSL. “Vamos mostrar que podemos contribuir, expressivamente, para a criação desse novo partido. Teremos candidatos a prefeitos e vereadores em Maceió e no interior”, disse Cabo Bebeto. No fim do mês passado, a Igreja Presbiteriana condenou apoio ao partido do presidente Jair Bolsonaro. A medida veio após um pastor do Paraná ter recrutado fiéis para coletar assinaturas para a criação da legenda. Segundo o TSE, após todo o processo, o partido pode pedir o registro oficial de seu estatuto e de seu diretório nacional definitivo junto ao Tribunal, que abre então um processo e, após consultar o Ministério Público Eleitoral (MPE), julga se concede ou não o registro da nova agremiação. Essa não é a única polêmica envolvendo o Aliança pelo Brasil. Em declaração postada no último dia 1º de fevereiro, o corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, declarou ao portal do CNJ que notários não podem participar de eventos políticos como apoiadores, “mas não há qualquer impedimento legal para a atuação dos cartórios, de forma excepcional, em eventos de cunho político-partidário, desde que a atuação seja limitada à prática de atos que lhes são próprios”. A fala do ministro veio após o deferimento liminar para que os cartórios do Recife e Olinda pudessem participar do II Encontro Pernambucano de Apoiadores Aliança pelo Brasil.