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OAB, MPE E DEFENSORIA ESTADUAL RECONHECEM DRAMA NO HGE

Órgãos começam a apurar situação do maior hospital público de Alagoas para buscar solução

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Hospital Geral do Estado tem oferecido um péssimo atendimento à população alagoana
Hospital Geral do Estado tem oferecido um péssimo atendimento à população alagoana -

Diante das recorrentes denúncias que atestam o quadro de terror e de descaso no HGE, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL), Ministério Público Estadual (MPE) e Defensoria Pública Estadual (DPE) pressionam o governo por uma solução rápida para o drama que os pacientes estão enfrentando. Sobre a quebra recorrente do sistema de refrigeração, o MPE abriu um procedimento para investigar as denúncias. O órgão informou que algumas requisições já foram feitas à Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) e que espera retorno. Nessa semana que passou, a 26ª Promotoria de Justiça realizou uma reunião com o secretário estadual de Saúde e o diretor do HGE, do CREMAL e do Sindicato dos Médicos, além de fazer uma fiscalização in loco no hospital.

O MPE também tem procedimento aberto com a finalidade de acompanhar e fiscalizar o HGE com relação a cirurgias ortopédicas. À Secretaria Estadual de Saúde já foram requisitadas informações a respeito do fato, bem como respostas sobre o tratamento que está sendo ofertado aos pacientes. Nessa sexta-feira (7), a Defensoria Pública realizou uma fiscalização no HGE e constatou que as áreas de cardiologia e cirurgias ortopédicas, em alguns procedimentos, estão suspensas ou sendo executados em leitos de retaguarda fora da instituição, quando antes eram realizadas na unidade de saúde. O defensor público cobrou, mais uma vez, celeridade nas transferências de pacientes com câncer, que se encontram internados em leitos do HGE. “Estamos muito preocupados e iremos acompanhar de perto as áreas de cardiologia, por exemplo no tocante ao quantitativo de stents, insuficiente para os casos que não sejam infarto agudo do miocárdio e também as cirurgias ortopédicas chamadas de “segundo tempo”, em que controlam os danos imediatos, como fraturas expostas, mas depois têm de encaminhar para os leitos de retaguarda em outros locais, como Coruripe, Santa Casa, Veredas e isso gera alguma demora”, destacou Fabrício Souto.

CRISE ETERNA

Não é de hoje que a população alagoana vive um quadro de descaso na saúde pública do estado. Como exemplo desse sintoma crônico que afeta os alagoanos, destaca-se a reprovação das contas da Secretaria de Saúde do governo Renan Filho que, desde 2015, nunca conseguiram ser aprovadas no Conselho Estadual de Saúde (CES). Os integrantes do colegiado avaliam como crítica a qualidade dos serviços prestados à sociedade na média e alta complexidade - como é o caso do Hospital Geral do Estado, da Maternidade Escola Santa Mônica e na Ortopedia. “Em Ortopedia, por exemplo, Alagoas foi campeã em amputação. A gente tem uma saúde em crise. Como a gente vai aprovar um relatório desse? O plano de Oncologia está um caos. Uma mulher não consegue fazer um exame de mama, que é uma coisa simples, porque é uma burocracia enorme. Esse plano vem se arrastando há anos. Você tem uma rede completamente debilitada e ineficaz. Os municípios do interior estão sem receber recursos suficientes para a manutenção da atenção básica, e os serviços de média e alta complexidade estão capengas”, lamenta Francisco Mata, do Conselho Estadual de Saúde.

HOSPITAL SE EXPLICA

Sobre as fotos que retratam a denúncia do HGE, a unidade reconheceu os problemas no sistema de refrigeração, como também as salas cirúrgicas que estão fechadas, atrasando a realização de cirurgias no hospital. “Todos os aparelhos de ar-condicionado nas enfermarias das alas C e D da Área Verde estão em pleno funcionamento”. Sobre pacientes e acompanhantes no chão, respondeu que “eles são acomodados em cadeiras, macas e camas, conforme a necessidade do doente”. Sobre os acompanhantes, “informou que novas poltronas reclináveis e novas cadeiras fixas com braços já foram distribuídas nos últimos 15 dias para os acompanhantes”. Já sobre as salas cirúrgicas, o HGE disse que das 10 salas destinadas à cirurgia, três delas estão manutenção. Com relação a demora nos procedimentos ortopédicos, o HGE disse que realiza todos os cuidados para estabilizar o doente. “E as cirurgias de segundo tempo, quando necessárias, são realizadas pelo hospital conveniado pela Secretaria de Estado de Saúde para oferecer os cuidados complementares”.

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