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Nº 5759
Política Ônibus do Hemoal está abandonado juntamente com um outro veículo que deveria servir a Polícia Militar de Alagoas

DESCASO AMEAÇA ESTOQUE DE SANGUE EM AL

Governo do estado abandona ônibus que poderia reforçar estoque para o carnaval

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 15/02/2020 - Matéria atualizada em 15/02/2020 às 06h00

Neste período de carnaval, o Hemocentro de Alagoas precisa ter, por dia, entre 300 a 500 bolsas de sangue para atender hospitais públicos de urgência e emergência, maternidades, pacientes hemofílicos, com câncer, portadores de doenças do sangue entre outros que podem ser vítimas de problemas na festa. Para desespero dos técnicos da instituição oficial de coleta de sangue, a média de doação mal chega a 150 bolsas/dia. Os estoques estão em nível baixo. Um dos equipamentos estratégicos que poderia ajudar a atrair doadores ocasionais é o ônibus do Hemocentro que, em períodos de grandes festas populares, ficava parado no centro de Maceió e de outras cidades. O veículo foi recolhido para reforma há três anos e nunca mais voltou. O governador Renan Filho (MDB) prometeu comprar ouro ônibus. Mas, até agora?! A maioria dos servidores do Hemocentro não tem ideia do paradeiro da unidade móvel de coleta de sangue. Alguns acreditam que o veículo será reformado ou substituído por outro mais novo, outros imaginam que o veículo está parado à espera da autorização para a reforma. Ninguém soube precisar onde se encontra o veículo.

O repórter e editor da Gazetaweb, Jonathas Maresia, percebeu o ônibus do Hemoal descaracterizado e com a pintura deteriorada, estacionado numa área do quartel da Academia da Polícia Militar, no bairro do Trapiche da Barra, litoral sul da cidade e a um quilômetro do Hemocentro. O carro está abandonado. A ação do tempo consome lentamente o veículo que desempenhava função estratégica para a saúde pública e ajudava salvar vidas. As campanhas da Secretaria de Estado da Saúde em governos anteriores mobilizavam os alagoanos para a doação naquela unidade móvel. Hoje, não tem mais campanha e nem o ônibus. As convocações da população ajudavam a manter os estoques de sangue total e de hemoderivados dentro de padrões aceitáveis para a demanda dos hospitais públicos. A situação neste momento é preocupante.

DOADORES

Muitos doadores ocasionais deixaram de ir ao Hemocentro por causa da distância do ponto de coleta, que fica no Trapiche. Das seis cadeiras de coleta, pelo menos três ficam vazias na maioria dos dias. A situação só não está pior porque policiais civis, militares e aspirantes do curso de soldados da PM, universitários e trabalhadores fazem doações voluntárias ou quando são convocados pela mídia espontânea ou por funcionários da instituição. A unidade móvel não tem mais nenhuma condição de voltar a operar com coleta de sangue. Virou sucata. Uma das estratégias alternativas do Hemocentro para manter os estoques diários é a “Hemovan”. Dois veículos - um em Arapiraca e outro em Maceió - garantem o transporte de trabalhadores até o ponto de coleta. O projeto de construção de mini- pontos do Hemocentro oficial em municípios de grande porte nunca saiu do papel. Mesmo assim, até os doadores regulares de sangue e de plaquetas fazem apelos a maioria dos 3,3 milhões de alagoanos para não esperarem pelas campanhas oficiais do governo, nem o ônibus, e que compareçam ao Hemocentro para fazer doação de sangue ou de plaquetas. “No carnaval, o Hemocentro de Alagoas precisa de 500 bolsas de sangue por dia e o estoque está muito baixo. O doador precisa comparecer”, pediu o operador de máquina José Paulo Silva, que estava doando plaquetas e confirmou uma das enfermeiras da instituição.

DEFICIT

Em períodos normais, o Hemocentro de Alagoas precisa, diariamente, de 300 bolsas de sangue para atender a demanda dos hospitais e unidades de saúde da rede pública espalhada pelos 102 municípios, principalmente, aquelas instituições que atendem emergência e urgência. O fluxo médio/dia hoje, disponível, é de 150 bolsas, ou seja, 50% da necessidade diária. Nos períodos de grandes festas populares, como o carnaval e as prévias em andamento, o drama dos servidores da saúde se repete por conta do estoque baixo para atender a demanda alta, revela a assistente social do Hemocentro, Régia Peixoto, ao convocar os doadores para este gestor de amor e solidariedade ao próximo. O governo do estado e Secretaria de Saúde neste momento ainda não promoveu campanhas para atrair a população, como ocorre em outros estados. Os servidores da Secretaria Estadual de Saúde confirmam que faltam doadores para manter a coleta em 300 bolsas de sangue/dia. Cada bolsa armazena de 330 a 450 mililitros de sangue total. Além da doação tradicional, também se faz coleta específica de plaquetas em pacientes que preencham os protocolos.

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