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Nº 5759
Política Governadores durante a 5ª Reunião do Fórum, realizada em Brasília na semana passada, ainda durante a crise do ICMS

GOVERNADORES ASSINAM CARTA E CRITICAM POSTURA DE BOLSONARO

Falas sobre impostos estaduais e morte de miliciano geraram reclamações dos gestores Brasil afora

Por Da Redação, com agências | Edição do dia 18/02/2020 - Matéria atualizada em 18/02/2020 às 06h00

Governadores de 19 estados e do Distrito Federal divulgaram ontem uma carta aberta em que reclamam da postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de se pronunciar sobre temas de alçada estadual sem conversar com os gestores regionais e aproveitaram para convidá-lo para participar do próximo fórum organizado por eles, a ser realizado dia 14 de abril. “Recentes declarações do presidente da República Jair Bolsonaro confrontando governadores, ora envolvendo a necessidade de reforma tributária, sem expressamente abordar o tema, mas apenas desafiando governadores a reduzir impostos vitais para a sobrevivência dos Estados, ora se antecipando a investigações policiais para atribuir fatos graves à conduta das polícias e de seus governadores, não contribuem para a evolução da democracia no Brasil”, afirma o documento. Acionado pelo G1 sobre o conteúdo do documento, o Palácio do Planalto não havia se manifestado até o fechamento desta edição. A carta se refere indiretamente a embates recentes de Bolsonaro com governadores. Em um deles, o presidente desafiou-os a zerar o ICMS - um imposto estadual - sobre os combustíveis para em troca zerar impostos federais para o mesmo produto. Em 2019, a arrecadação do governo federal sobre combustíveis atingiu R$ 27,4 bilhões. Além disso, no fim de semana, Bolsonaro indicou que a morte do ex-capitão da Polícia Militar do Rio de Janeiro Adriano da Nóbrega em uma ação policial na Bahia no último fim de semana pode ter sido uma queima de arquivo. Essa hipótese é defendida pelo advogado da vítima, mas a polícia baiana argumenta que o miliciano estava armado e atirou contra os agentes no cerco feito em um sítio no fim de semana passado. “Quem é responsável pela morte do capitão Adriano? PM da Bahia, do PT. Precisa falar mais alguma coisa?”, disse Bolsonaro a jornalistas em evento no Rio de Janeiro, ao ter dito depois que a “imprensa está dizendo que foi queima de arquivo”. O presidente também disse que foi ele, Jair Bolsonaro, quem mandou o filho, o então deputado estadual Flávio Bolsonaro, condecorar, em 2005, Adriano com a mais alta honraria da Assembleia Legislativa do Rio: a Medalha Tiradentes. Na época, o ex-PM não foi receber a medalha porque estava preso. Ele era acusado de homicídio. “Ele foi condenado em primeira instância e absolvido em segunda. Não tem nenhuma sentença tramitada e julgada condenando o capitão Adriano por nada. Sem querer defendê-lo, desconheço a vida pregressa dele. Naquele ano ele era um herói da Polícia Militar. Como é muito comum qualquer policial em operação matar vagabundo, matar traficante, e a imprensa, em grande parte, vai em defesa do marginal e condena o policial. Não existe nenhuma ligação minha com a milícia do Rio de Janeiro, zero, zero. O Adriano eu vi, conheci pessoalmente em 2005, nunca mais tive contato com ele. Eu é que pedi para o meu filho condecorar, para que não haja dúvida. Ele era um herói. Eu determinei, pode trazer para cima de mim, essa aí. Meu filho condecorou centenas de policiais. Meu filho, não. Se vocês pegarem, se vocês tiverem o mínimo de zelo e consultar na Alerj, moções, medalhas, raros são os deputados que não deram centenas de condecorações. Vocês querem me associar a alguém por uma fotografia, por uma moção, isso aconteceu 15 anos atrás. Pessoas mudam para o bem ou para o mal”.

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