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Política

COMERCIANTES PERDEM A ESPERANÇA NA JUSTIÇA

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Por arnaldo ferreira | Edição do dia 22/02/2020 - Matéria atualizada em 22/02/2020 às 06h00

Os pequenos comerciantes de produtos farmacêuticos, armarinhos, miudezas e armazéns de bairros periféricos de Maceió trabalham atrás de grades ou com seguranças particulares. A maioria tem histórias de prejuízos causados pelos ataques de ladrões. Quase todos prestaram queixas nas delegacias dos bairros. Mas os inquéritos não deram em nada. No bairro Salvador Lyra, há quase três meses os inquéritos estão parados por falta de escrivão. No Salvador Lyra, também tem dezenas de pequenos estabelecimentos comerciais que funcionam com grades. A maioria das vítimas prestou queixas contra os criminosos, a polícia abriu inquéritos e hoje se justifica alegando a falta de pessoal para esclarecer os casos que se multiplicam. Um dos policiais do 5º Distrito Policial confirmou que atualmente não tem como dar celeridade aos inquéritos por falta de escrivão. “Há mais de dois meses os inquéritos estão parados. Levaram o escrivão da delegacia e não mandaram outro”, disse um policial. Entre os comerciantes atacados, poucos têm coragem de denunciar a falta de agilidade dos inquéritos policiais, como a comerciante Josélia Maria da Costa. A lanchonete dela fica no terminal de ônibus do bairro e no ano passado teve o estabelecimento arrombado. O prejuízo foi pequeno. “Levaram a minha televisão porque não conseguiram levar a geladeira nem outros objetos”. Não faltam, nas delegacias, milhares de inquéritos parados por falta de gente para investigar, confirmam delegados e agentes. A prioridade é investigar os crimes de grande repercussão junto à opinião pública. A maioria dos inquéritos de roubos, furtos e outros crimes de menor poder ofensivo, fica parado. Quando são enviados à Justiça, quase todos são arquivados por falta de elementos probatórios. Situação que gera desânimo em vítimas como o aposentado Genivaldo Batista, que foi atacado por ladrões na porta de casa e “amarga” prejuízo de R$ 50 mil. Genivaldo hoje vive trancado onde mora, no bairro Salvador Lyra. O trauma aconteceu quando estava chegando em casa depois de um compromisso. Ao descer do carro foi abordado. Os ladrões levaram o carro dele (um Sandero), objetos eletrônicos (celular, notebook, um tablet) e outros objetos pessoais. A primeira providência foi ir à delegacia para registrar o boletim de ocorrência. Não conseguiu porque os policiais estavam em greve. Ele fez o “B.O” pela internet. Mas o documento não teve validade para a abertura do inquérito. Dai aguardou a volta ao trabalho dos policiais para fazer outro registro do crime e esperar pela abertura do inquérito. Ao saber que a polícia tem mais de 15 mil inquéritos parados por falta de efetivo de policiais e delegados não vacilou em afirmar que um dos inquéritos é relativo ao caso dele. “Infelizmente, não tenho esperança de ver o meu caso esclarecido, nem os acusados presos e meus bens devolvidos. Infelizmente vou ficar com os prejuízos. Perdi um carro novo, celular, computador, tablet e outros objetivos pessoais porque o roubo aconteceu no dia que estava mudando de casa”. Nem o carro terá condição de recuperar porque não teve tempo de fazer o seguro. “Foi prejuízo total”. Ao ser questionado sobre o andamento do inquérito, disse que “tomara que um dia o meu e os outros casos sejam esclarecidos. Mas infelizmente não posso acreditar nesta possibilidade”, lamentou.

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