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Nº 5885
Política Regina Duarte fala em carta branca ao assumir Cultura e Jair Bolsonaro cita poder de veto ao rebater secretária

REGINA DUARTE ASSUME SECRETARIA DA CULTURA

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Por GUSTAVO URIBE, TALITA FERNANDES e VICTORIA AZEVEDO - Folhapress | Edição do dia 05/03/2020 - Matéria atualizada em 05/03/2020 às 06h00

Brasília, DF - Num evento com poucos representantes da classe artística e no qual apareceu de braços dados com o vice-presidente da República, o general Hamilton Mourão, a atriz Regina Duarte assumiu ontem a Secretaria Especial da Cultura do governo de Jair Bolsonaro. Ela prometeu pacificar a pasta e manter diálogo com a classe cultural e com o Congresso. “Meu propósito aqui é de pacificação, diálogo permanente com o setor cultural, estados e municípios, Parlamento e com os órgãos de controle”, disse. Olhando para Bolsonaro, a atriz relembrou a promessa feita a ela de que teria liberdade para escolher os integrantes da secretaria. “O convite que me trouxe até aqui falava em porteira fechada, carta branca. Não vou esquecer não, hein?”, disse a atriz ao presidente. Na sequência, Bolsonaro pontuou que embora tenha concedido todos os ministérios de “porteira fechada”, termo usado na política para indicar que o titular goza de liberdade para fazer mudanças, ele tem poder de veto. “Regina, todos os meus ministros também receberam seu ministério de porteira fechada. Obviamente, em alguns momentos, eu exerço o poder de veto de alguns nomes. Eu já fiz em todos os ministérios. Até porque, para proteger a autoridade. Isso não é perseguir”, disse. Mesmo com a advertência do presidente, Regina assumiu o posto com uma série de exonerações na pasta, publicadas no Diário Oficial da União nesta quarta-feira. Entre os demitidos aparece Dante Mantovani, que estava à frente da Funarte, a Fundação Nacional de Artes, e que é aluno de Olavo de Carvalho, o escritor conhecido como esteio intelectual do bolsonarismo, e membro da Cúpula Conservadora das Américas. Maestro, ele havia sido nomeado para o cargo em dezembro do ano passado pelo ex-secretário da Cultura Roberto Alvim, que deixou o posto em 17 de janeiro após fazer um vídeo com referências a Joseph Goebbels, ministro da Alemanha nazista. Mantovani também fez discursos histriônicos em sua curta passagem pelo cargo, afirmando, por exemplo, que “o rock ativa a droga que ativa o sexo que ativa a indústria do aborto, que por sua vez alimenta uma coisa muito mais pesada que é o satanismo”. No total, foram publicadas 12 exonerações.

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