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Política Senador Fernando Collor cumprimenta o presidente da Câmara da Argentina, Sérgio Massa

COLLOR DEFENDE FORTALECIMENTO DA DIPLOMACIA ENTRE BRASIL E ARGENTINA

Sessão do grupo parlamentar contou com a presença do presidente da Câmara de Deputados da Argentina, Sérgio Massa

Por Jonathas Maresia | Edição do dia 05/03/2020 - Matéria atualizada em 05/03/2020 às 06h00

Presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Argentina, o senador Fernando Collor (Pros) defendeu o fortalecimento das relações diplomáticas entre os países. Na sessão de ontem, que contou com a presença de expressiva comitiva argentina, o parlamentar destacou que Brasil e Argentina, ao longo das últimas três décadas, produziram uma transformação no relacionamento bilateral. “Sou pessoalmente testemunha do imenso progresso que construímos arduamente na nossa interlocução após reconquistarmos a democracia”, lembrou Collor. A sessão contou com a presença do presidente da Câmara de Deputados da Argentina, Sérgio Massa. Os parlamentares debateram o papel da diplomacia parlamentar no aprofundamento da relação entre os dois países. Collor lembrou que, durante o seu período à frente da Presidência da República, o Brasil adotou, como uma das principais diretrizes da política externa brasileira, um esforço decidido de aproximação do país vizinho, estruturada sobre os pilares da confiança e da integração comercial. “Superando anos de suspeição e rivalidades, assinamos acordos históricos na área nuclear que lançaram as bases para um espaço de paz e entendimento em toda a América do Sul e constituem um exemplo notável a ser oferecido a um mundo ainda marcado pelas tensões regionais às quais a corrida nuclear não é de forma alguma alheia. Atentos às grandes tendências mundiais, entrelaçamos o nosso futuro com a assinatura do Tratado de Assunção, que criou o Mercosul e deu definitivamente ao nosso relacionamento bilateral uma nova dimensão. Não há nenhum outro país no mundo com o qual tenhamos empreendido, no passado recente, esforço comparável de diálogo, negociação, trabalho conjunto e sistemas de trocas de toda natureza”, expôs Collor. Diante do histórico, Collor avaliou que resultado do trabalho conjunto durante as três décadas é que Brasil e Argentina são, hoje, países irmãos, vinculados por laços disseminados na sociedade, por interesses concretos em matéria de comércio, investimentos, turismo e cooperação e por políticas de Estado que transcendem governos e configuram patrimônio das nações brasileira e argentina. O senador afirmou que brasileiros e argentinos, por sua vez, esperam de seus representantes eleitos a valorização desse patrimônio, seu aperfeiçoamento e ampliação, traduzidos em benefícios concretos para os nossos cidadãos. “Os desafios do outro lado da fronteira não são menores e despertam em nós interesse e simpatia pelos esforços que se realizam para enfrentá-los. Vivemos tempos difíceis numa região tensionada em um mundo de crescente imprevisibilidade. Não devemos permitir que diferenças pontuais obscureçam as convergências e sinergias que nos vinculam e que têm o potencial de traduzir nossos laços em melhorias sensíveis na vida de brasileiros e argentinos. Nossos parlamentos têm uma tarefa comum diante de si e não devem abdicar de suas prerrogativas nesse processo. Juntos certamente faremos mais por nossas sociedades, nossos países e nossa região”, declarou o ex-presidente da República. Collor ressaltou que um dos temas que está hoje no centro da relação entre Brasil e Argentina e que constará da agenda de trabalho do Grupo Parlamentar é o Acordo de Associação entre Mercosul e União Europeia. Como é de conhecimento público, após longo e penoso processo, foram concluídas as negociações da parte comercial do acordo em junho de 2019. O parlamentar lembrou que, desde a constituição do Mercosul, esse acordo (com a União Europeia) foi possivelmente o principal êxito do trabalho combinado das nossas diplomacias. “Os números dessa integração são superlativos. Juntos, os dois blocos representam hoje cerca de um quarto da economia mundial e um mercado de 780 milhões de pessoas. O comércio entre os dois blocos ultrapassou 90 bilhões de dólares em 2018. Quando implementado, o acordo constituirá uma das maiores áreas de livre comércio do planeta. Em um período de recrudescimento de políticas protecionistas e tensões comerciais, o Mercosul reafirmou sua confiança na integração como um pilar dos processos nacionais de modernização da estrutura produtiva e de desenvolvimento econômico. Esse acordo marca um novo momento do Mercosul, que retomou sua vocação original de integração econômico-comercial e avançou com o lançamento de outras frentes negociadoras também de grande relevância”, disse o senador. Collor lembrou também que, em agosto de 2019, foram concluídas as negociações com a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), integrada por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, avançando nas tratativas com Cingapura, Canadá e Coreia do Sul. “Tais acordos, que nos têm obrigado a avanços internos no Mercosul há muito adiados, têm o potencial de aprofundar a integração da estrutura produtiva da nossa união aduaneira nas cadeias globais de valor, com a expectativa de impactos positivos sobre nossa competitividade, a geração de riqueza e de empregos na região”, expressou o parlamentar durante a sessão.

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