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Nº 5881
Política Decreto com a exoneração do delegado Fábio Costa foi publicado na edição de sexta-feira do Diário Oficial

DELEGADO É EXONERADO EM RETALIAÇÃO POR DECLARAÇÕES

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Por Jonathas Maresia | Edição do dia 07/03/2020 - Matéria atualizada em 07/03/2020 às 06h00

Após utilizar as redes sociais para criticar a censura implementada na Polícia Civil de Alagoas por meio de uma portaria, o delegado Fábio Costa foi exonerado do cargo de coordenador da Divisão Especial de Investigação e Capturas (Deic) pelo governador Renan Filho (MDB). Surpreso com a medida adotada pelo governador, Fábio Costa utilizou as redes sociais na sexta-feira (6) para reagir, dizendo que nunca envergonhou sua família, os colegas e a sua fé. Desde que o decreto que “censurou” os delegados foi publicado no Diário Oficial do Estado, Fábio Costa foi para as redes sociais criticar a medida, dizendo que o ato em si prejudica e muito o trabalho que é desenvolvido pela polícia. Em vídeos publicados anteriormente, ele lamentou a censura ao trabalho policial, alertando que o ato “irá dificultar o trabalho da imprensa e o acesso à informação da população”. “Acabei de ser surpreendido com o ato de minha exoneração da DEIC. De uma coisa tenho certeza: nunca envergonhei minha fé, minha família e nem meus camaradas. Em breve, falarei com vocês um pouco do que estou sentindo diante dessa situação. Vamos em frente com Deus no comando sempre. Nós não vamos parar”, postou o delegado na sexta-feira (6) em seu Instagram. Além de Fábio Costa, o delegado Thiago Prado - que era da Seção Antissequestro e Crimes Cibernéticos -, também foi exonerado da função que exercia na especializada. O delegado Gustavo Henrique assume o cargo de coordenador da Deic e José Carlos André dos Santos o posto que até então era de Prado.

REPÚDIO DA ADEPOL

O Sindicato dos Delegados de Polícia de Alagoas (Sindepol/AL) e a Associação dos Delegados de Polícia de Alagoas (Adepol/AL) divulgaram uma nota de repúdio à portaria, assinada pelo delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, que proíbe os servidores da instituição de concederem entrevista sem autorização. As entidades dizem que o diretor-geral praticou abuso de poder e classificam a medida como “mordaça”, retaliação, intimidação, além de absurda e inconstitucional. O texto condena o controle da manifestação dos delegados ao impedir comentários ou críticas a respeito da gestão. E diz que a regra é um claro e descarado atentado à liberdade de expressão, sendo um dos pilares da democracia, impedindo que a população tenha acesso às informações acerca do serviço público. A liberdade individual também estaria em risco, tendo em vista que a participação em eventos estaria condicionada à autorização da direção da Polícia Civil.

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