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Nº 5882
Política Governadores buscam apoio do Palácio do Planalto para conter o avanço do coronavírus

COM CORONAVÍRUS, ESTADOS PEDEM PACOTE DE SOCORRO AO PLANALTO

Em carta, governadores querem mais dinheiro para Saúde, crédito do BNDES e suspensão da dívida

Por Da Redação - com agências | Edição do dia 18/03/2020 - Matéria atualizada em 18/03/2020 às 06h00

Brasília, DF - Para lidar com a crise do coronavírus, governadores pediram à União um pacote de socorro, que inclui mais dinheiro para a saúde, suspensão do pagamento da dívida pública e crédito do BNDES para ampliar investimentos. O documento foi divulgado na noite de segunda-feira, após o Ministério da Economia divulgar um pacote de R$ 147,3 bilhões para aquecer a economia. O montante não inclui medidas voltadas diretamente para os entes federativos. O documento é assinado pelo Comsefaz, comitê que reúne todos os secretários de Fazenda do país. O primeiro item da lista é a liberação emergencial de mais recursos para as Secretarias de Saúde. Na última segunda-feira, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse que, se fosse necessário, o governo federal poderia ampliar o Orçamento do Ministério da Saúde, que ficaria responsável por aumentar os repasses para os estados. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro editou Medida Provisória (MP) liberando pouco mais de R$ 5 bilhões em recursos para ações no Ministério da Saúde. O Ministério da Economia anunciou que repassará mais R$ 4,5 bilhões do seguro obrigatório DPVAT para a pasta. Os estados pedem ainda a suspensão dos pagamentos das parcelas de dívidas com a União e de empréstimos tomados em instituições financeiras, com o aval do governo federal. Hoje, o Rio já está livre desses pagamentos mensais por estar no Regime de Recuperação Fiscal (RRF), assinado em 2017. Outro pleito dos estados é a liberação de uma linha de crédito do BNDES. Os recursos seriam destinados ao custeio na saúde e obras de infraestrutura. Para fazer caber todos os pedidos no Orçamento federal, os estados pedem que o governo revise a meta de deficit primário para este ano, algo que já está nos planos da equipe econômica. Hoje, a União está autorizada a fechar o ano com um rombo de até R$ 124,1 bilhões. A revisão da meta é necessária para que possa haver uma ampliação de gastos sem que o governo precise bloquear parte da previsão de despesas para o ano, no chamado contingenciamento.

Os estados destacam, na carta, que, em governos anteriores, era possível reduzir a meta por meio de medida provisória, o que não é mais possível. O governo precisará encaminhar ao Congresso um projeto para fazer a alteração.

Os sete pedidos dos governadores à União:

- Liberação emergencial de mais recursos para as Secretarias Estaduais de Saúde

- Liberação emergencial de recursos livres, para reforço da capacidade financeira dos Estados;

- Suspensão dos pagamentos de amortização e juros de dívidas com União e bancos públicos, assim como das operações de crédito com aval da União, por 12 (doze) meses, postergando os prazos de amortização das operações de crédito enquadradas por igual período.

- Aprovação imediata das medidas contidas no Plano Mansueto.

- Liberação de limites e condições para contratação de novas operações de crédito, estabelecendo ainda o dimensionamento de 2019 pelo Conselho Monetário Nacional, e permitindo, inclusive, a securitização das operações de créditos para os estados.

- Linhas de crédito do BNDES para os estados, com aplicação em custeio da saúde e investimentos em obras.

- Rebaixamento da meta de superavit primário do governo federal, para que não haja ameaça de contingenciamento no momento em que o Sistema Único de Saúde mais precisa e precisará de recursos que impactam diretamente nas prestações estaduais do gênero.

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