Depois de o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas, Marcos Hollanda, e outros sindicalistas sugerirem que os Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo reduzissem vantagens pecuniárias para que haja dinheiro público a fim de atender o socorro às vítimas alagoanas da pandemia do coronavírus, conforme a Gazeta de Alagoas publicou na edição do último fim de semana, a prefeita de Barra de Santo Antônio, Emanuella Moura (PSDB), e o prefeito do município do Pilar, Renato Filho (PSC) demonstram ter compreendidos a gravidade do momento e prometem reduzir os salários em 50%. Os salários do primeiro escalão das prefeituras também serão reduzidos. Outras prefeituras estudam medidas semelhantes. A prefeita Emanuella Moura, por meio da assessoria de comunicação, informou que vai editar decreto hoje reduzindo em 50% o seu próprio salário e o da vice-prefeita do município, e em 20% os salários dos secretários, Procuradoria-Geral do Município e diretores de órgãos. A medida visa direcionar esses valores para a saúde pública e atendimento social durante a pandemia do coronavírus. O salário da prefeita atualmente é de R$ 15 mil, e da vice R$ 9 mil. “Precisamos nos unir, amparar quem mais precisa do poder público, e essa decisão de reduzir o meu salário, o da vice-prefeita, de secretários, PGM e diretores de órgãos, nos permitirá investir mais na solução dos problemas sociais e de saúde, e mostrar que estamos dispostos a contribuir como gestores e como cidadãos”, diz a prefeita, defendendo o isolamento social como meio de evitar a propagação do vírus na cidade. Naquele município, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), não tem nenhum caso confirmado do novo coronavírus. “Não há em nossa cidade nenhum caso comprovado de Covid-19. Dos quatro suspeitos até agora, dois foram descartados e dois estão sob investigação, mas vamos continuar em casa e a prefeitura buscando todas as alternativas para garantir a sobrevivência da população”, confirmou Emanuella Moura.

No município vizinho de Paripueira, o prefeito Haroldo Nascimento (PSDB) também decidiu reduzir os salários dele e do vice-prefeito, Alexandre Mendonça, assim como de integrantes do primeiro escalão da administração pública municipal, nos mesmos percentuais adotados na Barra de Santo Antônio.

“Estamos vivendo um estado de emergência na saúde e na economia e precisamos, além de reduzir custos, ampliar qualquer margem de recursos para atender quem mais precisa numa situação como essa. Hoje a única certeza que temos é que o isolamento é a melhor precaução”, assegurou o prefeito. De acordo com as estatísticas divulgadas pela Sesau, Paripueira também não conta com casos confirmados da Covid-19 e o município tem intensificado a campanha do isolamento social e de higiene pessoal, como ação preventiva à doença do coronavírus. “Toda a gestão está voltada à prevenção do vírus e alternativas para a sobrevivência econômica na cidade. Vou baixar o decreto da redução dos salários e direcionar os recursos economizados para essa crise”, garantiu Haroldo Nascimento.

PILAR

Está tramitando na Câmara dos Vereadores do Pilar a proposta do prefeito Renato Filho (PSC), que propõe também a redução de 50% do salário dele - de R$ 20 mil -, do vice e de todo o primeiro escalão da administração municipal. A proposta será votada na próxima quinta-feira, dia 2, pelos vereadores da cidade, revelou o prefeito Renato Filho por meio da assessoria de comunicação do município.

Os prefeitos que estão no primeiro mandato comunicaram suas decisões à direção da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA). A entidade que representa os 102 municípios sabe, informalmente, que outras prefeituras se preparam para a recessão e devem adotar proposta semelhante de redução de salários do primeiro escalão. A medida faz parte da estratégia das prefeituras para destinar mais recursos financeiros para tentar conter a contaminação por Covid-19 e garantir os salários em dia do funcionalismo.

A presidente da AMA/AL, prefeita do município de Campo Alegre, Pauline Pereira (PP), preferiu não emitir juízo de valor a respeito das decisões dos colegas que anunciam cortes de salários deles, dos vice-prefeitos e de servidores de cargos comissionados do primeiro escalão das administrações municipais. “As prefeituras são livres e autônomas para adotarem as medidas que considerarem cabíveis neste momento de grave crise de saúde pública”, disse a presidente da AMA, via assessoria de comunicação. A maioria dos servidores públicos está preocupado com o possível atraso de salário por conta da recessão sentida em todo o País. O secretário de estado da Fazenda, George Santoro, em mensagem divulgada pela internet, na semana passada, tranquilizou os funcionários estaduais, ao garantir que por conta do ajuste fiscal, os salários, segundo ele, estão com o pagamento dentro do cronograma previsto. Credores e prestadores de serviços também tiveram a mesma garantia.