Política
Regras do TSE podem definir elei��o presidencial no 1� turno

A eleição presidencial pode estar caminhando mais uma vez para uma solução no primeiro turno, e não em dois turnos como o previsto na legislação eleitoral na hipótese de que nenhum dos candidatos alcance a maioria absoluta dos votos na primeira fase. Esta é a principal conseqüência das decisões tomadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre coligações eleitorais e os métodos que vêm sendo usados para inviabilização de candidaturas que pareciam sólidas e foram abaladas com a exposição de suas vulnerabilidades, como foi o caso da pré-candidata do PFL, Roseana Sarney. A nova regra das coligações, que proíbe a partidos que concorram sozinhos à presidência firmarem alianças regionais com partidos que tenham candidatos presidenciais, teoricamente aumenta as dificuldades para o governador do Rio, Anthony Garotinho. Seu partido, o PSB, precisa de alianças locais para superar a cláusula de barreira exigida pela lei (5% dos votos nacionais) e, assim, obter o funcionamento partidário pleno. O mesmo ocorre com o PFL e o PPB, que sem alianças podem perder cadeiras na Câmara e no Senado. Para o PFL o risco é deixar de ser um partido decisivo para o processo decisório parlamentar. ?Para nós, foi péssimo?, resumiu o líder do partido na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE) sobre a nova decisão do TSE. A tendência, portanto, é que essa decisão leve o PFL e partidos como o PPB a não terem candidatos próprios para a Presidência da República. Efeitos O PMDB já não a terá, em virtude da aliança que trama com o PSDB. Garotinho, entretanto, acredita que a nova decisão ?minimiza os efeitos danosos da primeira? e que para seu partido agora ficará mais fácil resolver as composições de chapa para deputados nos Estados. Embora seja considerado pelos analistas dos grandes partidos como um candidato que não chegará a competir, a verdade é que Garotinho está se preparando para deixar o governo do Rio e se lançar de corpo e alma na campanha presidencial. A evolução dos acontecimentos, no entanto, favorece três candidaturas: a do PSDB de José Serra, e do PT de Luiz Inácio Lula da Silva e a do PPS de Ciro Gomes, que já tem uma aliança nacional montada com o PTB e o PDT. E num quadro com apenas três candidatos, torna-se alta a probabilidade de uma decisão final já no primeiro escrutínio, uma vez que a candidatura do médico Enéas Carneiro não entra nos cálculos, seja pelo seu fraco desempenho, seja porque desta vez poderá não ser lançada.