app-icon

Baixe o nosso app Gazeta de Alagoas de graça!

Baixar
Nº 5691
Política População em situação de extrema vulnerabilidade social é quem deve se beneficiar

AÇÃO CIVIL QUER DESTINAR R$ 84 MI DO FECOEP PARA POBRES

Entidades se unem para pressionar o governo do Estado a usar recursos do Fundo para socorrer famílias em extrema pobreza

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 29/05/2020 - Matéria atualizada em 29/05/2020 às 06h25

Uma coalizão de entidades de movimentos sociais entrou com ação na justiça estadual para obrigar o governo do Estado a aplicar R$ 84 milhões do Fundo de Combate à Pobreza (Fecoep) em ação de socorro aos desempregados e famílias em extrema pobreza neste período de pandemia. A coalizão é formada pelo Centro de Defesa dos Direitos Humanos Zumbi dos Palmares - Cedeca Zumbi dos Palmares; Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular Aquatune – NAJUP; Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, e o Movimento Nacional da População de Rua – MNPR. A Ação Civil Pública quer também que os R$ 84 milhões do Fecoep sejam, imediatamente, destinados ao socorro e ajuda social às vítimas do coronavírus em situação de pobreza. A ação foi protocolada ontem à tarde, encaminhada à 19ª Vara Cível e será analisada pelo juiz Ivan Vasconcelos Brito Junior. Os autores defendem transparência e aplicação imediata dos recursos disponíveis do Fundo em ações sociais para ajudar os mais vulneráveis, principalmente aquelas famílias em situação de extrema pobreza. Esta é a primeira vez que ocorre uma coalizão de movimentos populares numa campanha judicial via Ação Civil Pública para impor tutela de urgência, afim de obrigar o estado a aplicar recursos na intervenção dos efeitos do Covid-19 nas populações em situação de extrema vulnerabilidade social em Alagoas. O objetivo da ação é manter a ajuda social enquanto durar o estado de calamidade pública, disse o advogado Claudio Beirão, que é do núcleo jurídico do Cedeca, depois de protocolar a ação. De acordo com a previsão orçamentária do Estado, o Fecoep tem orçamento previsto para 2020 de R$ 313 milhões. Deste montante, R$ 219 milhões o governo planeja aplicar em projetos e atividades previstas desde o ano passado no orçamento. As entidades identificaram a sobra de R$ 84 milhões. “Queremos que este recurso seja utilizado no socorro das populações mais carentes, na agricultura familiar e em projetos sociais que beneficia os mais pobres”, afirmam os líderes do MST e o advogado Claudio Beirão. Algumas lideranças planejavam manter contato com o governo com a proposta de utilizar recursos do Fecoep em socorro social da população desempregada e em situação de pobreza. Porém, as entidades perceberam que até agora não foi aplicado nada do Fecoep para as vítimas sociais da pandemia. Daí preferiram recorrer à Justiça na esperança de uma decisão liminar favorável. “Queremos que o governo elabore um plano para utilizar os R$ 84 milhões do Fecoep na produção de alimentos, geração de emprego e renda em áreas de vulnerabilidade e no socorro emergencial aos mais pobres”. Não existe data definida para o juiz Vasconcelos Brito Júnior emitir decisão. Mas, em casos desta natureza, a Justiça tem se pronunciado rapidamente, dizem os representantes jurídicos das entidades.

Mais matérias
desta edição