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Nº 5885
Política Clima no Baldomero Cavalcanti ficou tenso após a visita do juiz de Execuções Penais

JUÍZA FOI AO BALDOMERO PARA OUVIR DENÚNCIAS DOS DETENTOS

Renata Malafaia decidiu ir ao sistema prisional após saber que Braga Neto também esteve no local

Por Da Redação | Edição do dia 06/06/2020 - Matéria atualizada em 06/06/2020 às 06h00

De acordo com o inquérito, a juíza Renata Malafaia Vianna declarou ter tomado “conhecimento de que o juiz Braga Neto foi ao sistema penitenciário conversar com o diretor do Presídio Baldomero Cavalcanti, Vinícius Lamenha de Vasconcelos”, e que, “no diálogo, teria dito ao gestor que sabia da investigação iniciada na Deic, com interrogatório de presos que ele, inclusive, já sabia os nomes. “A informação foi repassada à magistrada pela chefia especial de Unidades Penitenciárias, ainda dando conta de que os presidiários queriam recebê-la para uma conversa”, diz o documento. Diante da presença do titular da Vara de Execuções naquela unidade prisional e do pedido dos reeducandos, segundo a polícia, a juíza “foi até o Baldomero e abordou o detento José Evaldo da Silva, que revelou à magistrada o recebimento de um recado de que Braga Neto queria conversar com ele pessoalmente, fato que o deixou temeroso”. Ele informou que tinha prestado depoimento à polícia, recentemente, e no qual delatou o “esquema criminoso”. O presidiário ainda falou, de acordo com o inquérito, que foi procurado pelo advogado Fidel, o qual teria alegado que “somente teria aderido à máfia por conta de dificuldades financeiras, pedindo para que ele não falasse seu nome à polícia”. No entendimento da magistrada, segundo os delegados, “a atitude do profissional do Direito se configura em uma forma de intimidação para que os detentos não revelassem a atuação ilícita de Hugo”. A juíza Renata Malafaia contou, ainda de acordo com o documento policial, ter marcado “uma reunião com os juízes integrantes do colegiado, inclusive com a presença de Braga Neto, e, ao sair da sala, deu de cara com Hugo Soares Braga, visivelmente nervoso, aguardando para falar com o pai. A conversa durou horas entre os dois e resultou em uma ligação, do juiz, para o secretário de Ressocialização, Marcos Sérgio Freitas, agendando um encontro entre ambos com urgência”. “Renata informou ter recebido com surpresa a notícia, pois na reunião realizada mais cedo havia sido agendada uma reunião oficial com o secretário para o dia 6 de março de 2020, na qual seria tratada a questão das transferências de presos entre as unidades do sistema prisional”, destaca a Deic, prosseguindo: “A magistrada também foi informada que Braga Neto havia revelado a Marcos Sérgio a ideia da Execução Penal em transferir para a Seris o poder para organização dos presos em suas unidades e questionou se a investigação contra seu filho teria sido provocada pelo gestor, que demonstrou surpresa e desconhecimento do tema”.

SUSPEITAS

O diretor do Baldomero, em depoimento à polícia, teria confirmado a visita inesperada do magistrado à unidade e a informação de que o juiz teria dito que já sabia que estava sendo investigado pela Deic. Teria declarado ainda o gestor “que Braga Neto o questionou sobre a maneira como estavam ocorrendo as retiradas dos presos para depoimento, demonstrando, inclusive, conhecimento acerca de quais detentos seriam”. Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL) disse que acompanhou os suspeitos presos para garantir que as prerrogativas fossem respeitadas, mas que não vai se pronunciar acerca das acusações. Informou ainda que a conduta dos membros será investigada no Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da entidade.

HABEAS CORPUS

A assessoria do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) informou na manhã de sexta-feira (5), que mais um advogado, Ruan Vinícius Gomes de Lima, um dos suspeitos de envolvimento no esquema denunciado pela polícia, também conseguiu Habeas Corpus (HC) na Justiça. Na quinta-feira (4), outros dois advogados, Fidel Dias de Melo Gomes e Hugo Soares Braga, já tinham conseguido a medida judicial. Com exceção de Hugo, eles estavam reclusos desde quarta-feira (3), em uma cela especial no Presídio Baldomero Cavalcanti. Hugo, que estava foragido e se entregou na quinta, recebeu o alvará de soltura na delegacia e não chegou nem a subir para o sistema prisional.

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