Política
ABRAHAM WEINTRAUB É DEMITIDO DO MEC
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Brasília, DF - O presidente Jair Bolsonaro anunciou na quinta-feira (18) a demissão de Abraham Weintraub do Ministério da Educação, após 14 meses e 10 dias em que o então ministro acumulou polêmicas e pouco realizou à frente da pasta, e em decorrência de longo desgaste político com os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). A queda foi confirmada em um vídeo publicado em rede social em que os dois comunicam a exoneração. Na gravação, Weintraub diz que “desta vez é verdade”. “Não quero discutir os motivos de minha saída”, afirmou. Ele disse ter recebido um convite, referendado por Bolsonaro, para ser o diretor representante do Brasil e de outros oito países no Banco Mundial, instituição multilateral de fomento ao desenvolvimento com sede em Washington (EUA). O salário anual previsto é de US$ 258.570, o equivalente hoje a R$ 115,8 mil por mês sem 13º, ou mais de três vezes o salário atual do ministro, de R$ 31 mil. Bolsonaro falou pouco sobre Weintraub ao fazer o anúncio, ao qual chamou de “momento difícil”. “A confiança você não compra, você adquire”, declarou. O presidente não queria demitir o ministro, que tem boa aceitação na militância mais alinhada ao governo exatamente pelo perfil combativo que mantém nas redes sociais. “Todos que estão me ouvindo agora são maiores de idade e sabem o que o Brasil está passando, e o momento é de confiança. Jamais deixaremos de lutar por liberdade, eu faço o que o povo quiser”, disse Bolsonaro ao fim do vídeo. Não foi anunciado, por ora, novo titular para MEC - o terceiro em um ano e meio de governo Bolsonaro. A expectativa de assessores presidenciais é a que Bolsonaro nomeie o secretário-executivo da pasta, Antonio Paulo Vogel, como ministro interino no lugar de Weintraub. Na quarta (17), o mais cotado para suceder o ex-ministro era o secretário de Alfabetização da pasta, Carlos Nadalim. Ele é aliado de Olavo de Carvalho e representaria uma mudança sutil nos rumos do ministério, o que agradaria Bolsonaro. Dois fatores, porém, pesam contra Nadalim: a resistência de alas do governo e o fato de o próprio secretário ter demonstrado resistência para assumir a função. Weintraub afirmou que participará de uma transição no cargo. “Vou começar a transição agora e nos próximos dias eu passo o bastão para o ministro que vai ficar no meu lugar, interino ou definitivo”, disse Weintraub, que preferiu ler um texto a falar de improviso. Na despedida, ele não falou de educação nem de realização sua na pasta que comandou desde abril de 2019, quando assumiu o posto de Ricardo Vélez Rodrigues, extirpado do cargo após uma curta gestão de marcada por trocas de secretários e paralisia.