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Nº 5692
Política Acesso à água e esgoto promete ser amplificado em todo o país com o novo marco regulatório

NOVO MARCO DO SANEAMENTO VAI TORNAR SERVIÇO MAIS ACESSÍVEL

Projeto foi aprovado no Senado Federal e seguiu para a sanção do presidente Jair Bolsonaro

Por Agência Brasil | Edição do dia 27/06/2020 - Matéria atualizada em 27/06/2020 às 06h00

O novo Marco Legal do Saneamento Básico, aprovado pelo Congresso Nacional, vai garantir a milhões de brasileiros acesso aos serviços de tratamento de água e esgoto. Em suas redes sociais, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o marco permitirá a universalização do saneamento no Brasil em até sete anos. “A aprovação do novo marco legal do saneamento permitirá a universalização do serviço no Brasil em até sete anos. O novo modelo abrirá espaço para a entrada de dezenas de bilhões de reais em investimentos privados no setor”, afirmou. “O saneamento básico repetirá a ampliação de acesso pela qual passou o mercado de telefonia celular após a privatização das companhias telefônicas. Ninguém tinha saneamento e agora vai ter”, completou. Hoje, no País, 35 milhões de pessoas não têm acesso à água tratada e 104 milhões, não contam com serviços de coleta de esgoto. Com o marco legal, o Ministério da Economia estima atrair R$ 700 bilhões em investimentos para o setor; e gerar cerca de 700 mil empregos nos próximos 14 anos. Entre as novas regras para o setor aprovadas pelo Legislativo estão a abertura de licitação para serviços de água e esgoto, a autorização de entrada da iniciativa privada nas concessões e um prazo para os municípios acabarem com os lixões. Agora, o Projeto de Lei (PL Nº 4.162/2019) segue para sanção do presidente da República, Jair Bolsonaro.

E O QUE É UM MARCO REGULATÓRIO?

É um conjunto de regras e leis que regulam o funcionamento de setores que têm agentes privados prestando serviços de utilidade pública, como ocorre, por exemplo, com o setor de telefonia. Pelo projeto aprovado pelo Congresso Nacional, a ANA, a Agência Nacional de Águas, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional, passaria a ser reguladora do setor. Além de continuar com o papel de garantir a segurança hídrica do país, ficaria responsável, também, por definir e organizar as normas para a prestação dos serviços de saneamento básico no Brasil. O texto também permite a entrada da iniciativa privada na prestação de serviços de saneamento; e fixa prazo para licitação obrigatória de serviços. Propõe o fim dos chamados contratos de programa, fechados entre municípios e empresas estaduais de saneamento sem licitação. O novo marco legal também define metas de universalização até 31 de dezembro de 2033: garantir o atendimento de 99% da população com água potável e de 90%, com tratamento de esgotos. O projeto também estabelece novos prazos para que as cidades encerrem os lixões a céu aberto: Até 2021 para capitais e regiões metropolitanas e até 2024 para municípios com menos de 50 mil habitantes. Pelo texto aprovado no Congresso Nacional, famílias de baixa renda receberiam subsídios para cobrir os custos dos serviços e gratuidade na conexão à rede de esgoto. Outros critérios também deverão ser atendidos, como não interrupção dos serviços, redução de perdas e melhoria nos processos de tratamento.

IMPORTÂNCIA

“Enquanto o poço não seca, não sabemos dar valor à água”. A frase do historiador britânico Thomas Fuller (1608-1661) nunca foi tão atual. O brasileiro, depois de anos de descaso e falta de investimento em saneamento básico, acumulou imensos problemas de saúde. O Estado também. Combalido diante de sua falta de capacidade financeira, já não é mais capaz de prover os aportes tão necessários para fazer com que todos os brasileiros tenham acesso à água e esgoto tratados, algo que é de direito dos habitantes da nação. Depois de dois anos de idas e vindas, o Senado, enfim, aprovou na última quarta-feira, 24, o novo marco regulatório do saneamento básico. Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico, o Snis, cerca de 33 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada e mais de 95 milhões não são contemplados com rede de coleta de esgoto. A região Sudeste é a que apresenta o melhor índice de coleta de esgoto no país, onde 78,6% da população é atendida. Por outro lado, o Norte é a região em que apresenta-se o maior déficit, onde apenas 17,4% dos esgotos são tratados e 10,2% dos habitantes possuem coleta de esgoto.

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