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Política Shoppings investiram em diversos equipamentos para garantir o acesso a álcool em gel

SETORES PRODUTIVOS PRESSIONAM POR REABERTURA ECONÔMICA

Em situação delicada, empresários alegam que não podem mais sustentar os estabelecimentos fechados por causa da pandemia

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 27/06/2020 - Matéria atualizada em 27/06/2020 às 08h46

Estabelecimentos comerciais, salões de beleza e barbearias, assim como tantos outros do setor econômico que estão sem funcionar, esperam reabrir as portas nesta semana, sob risco de entrar em quebradeira geral, sem volta. Em situação muito delicada, precisam correr atrás do tempo perdido para tentar se recuperar dos grandes prejuízos acumulados desde que entrou em vigor o primeiro decreto de isolamento social publicado pelo governador Renan Filho (MDB), que determinou o fechamento de todos os setores produtivos considerados não essenciais em meio à pandemia do coronavírus.

Quase 40% dos estabelecimentos já fecharam as portas em definitivo. E os empresários que ainda mantêm seus negócios afirmam estar por um fio, a um passo da derrocada total se não retomarem suas atividades imediatamente. Eles fizeram investimentos para cumprir o protocolo de segurança sanitária traçado pelo governo estadual, acreditando que a retomada da economia desta vez é para valer, ou seja, não será novamente adiada. O protocolo prevê a reabertura da economia em cinco fases: vermelha (atual), laranja (a próxima), amarela, azul e verde. Os shoppings devem voltar na fase amarela, mas pressionam para retornarem também no dia 1º de julho, a fim de evitar quebradeira geral.
O protocolo prevê a reabertura da economia em cinco fases: vermelha (atual), laranja (a próxima), amarela, azul e verde. Os shoppings devem voltar na fase amarela, mas pressionam para retornarem também no dia 1º de julho, a fim de evitar quebradeira geral.
               Não há clima de comemoração de retomada das atividades depois de quase 100 dias de isolamento social. Muitos não suportaram a recessão. Cerca de 40% das lojas do comércio tradicional do centro de Maceió, dos shoppings, bares, restaurantes, estabelecimentos e de outros pequenos negócios não reabrem mais. Quebraram, afirmam os líderes destes setores.
               Entre a maioria dos lojistas de Maceió, a expectativa é para cumprir as regras de reabertura do que vem sendo chamado de "novo normal", atrair clientela num momento que a maioria dos empresários está sem condições de pagar até as contas das despesas domésticas. O presidente da Associação dos Retalhistas de Maceió, Guido Júnior, não revelou o número preciso de lojas sem condições de reabrir. Avaliou que deve haver menos dois mil empregos no comércio.
“O sufoco é grande e varejistas do centro de Maceió se transformaram em vilões. Hoje, o nosso principal concorrente são os supermercados que estão abertos e comercializam todos os produtos das lojas que estão fechadas”, reclamou Guido Júnior, ao afirmar que “o setor precisa abrir as portas e aproveitou para defender a reabertura dos shoppings na quarta-feira”.
               A tendência de quebradeira ronda setores de bares e restaurantes, que prometem reabrir com 30% da capacidade. A associação que reúne os estabelecimentos do setor avalia também que cerca de 40% não reabrem e estão negociando a dispensa dos funcionários. Também espera reabrir em julho. Pela segunda semana consecutiva ocorreu intensa negociação entre a iniciativa privada, fechada desde março, e o Comitê de Crise do Coronavírus, presidido pelo secretário do Gabinete Civil, Fábio Farias. A assessoria do secretário diz que a palavra final sobre reabertura de setores fechados é do governador Renan Filho (MDB), que aguarda sinal verde dos infectologistas e dos diretores dos hospitais. As pressões continuam.
               Os shoppings querem abrir na próxima quarta-feira. Mas a previsão é para a próxima etapa. Nos 700 estabelecimentos dos shoppings de Maceió, 200 não suportaram mais de 100 dias parados e já começaram a discutir a dispensa de seus trabalhadores. A Associação dos Shoppings de Alagoas calcula menos dois mil postos de trabalho no setor. Isto se os estabelecimentos reabrirem no dia primeiro de julho. A permanência fechada agrava a situação.  

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