Com a retomada gradual dos serviços não essenciais, a previsão é de que cerca de 60% das lojas do centro de Maceió reabram nesta sexta-feira (3). Os estabelecimentos devem atender as regras estabelecidas em decreto que permite a volta das atividades, agora em novo horário, das 10h às 17h. Nos próximos dias, a Aliança Comercial terá uma visão geral do impacto dos meses em que os estabelecimentos estiveram fechados. O Centro tem entre 700 a 750 estabelecimentos comerciais e, desse total, de 400 a 450 lojas com até 400 metros quadrados de área devem reabrir. A involução dos casos de Covid-19 na capital, apresentada a partir da avaliação dos dados das últimas semanas epidemiológicas em Alagoas, permitiu a Maceió o avanço de fase do Protocolo de Distanciamento Social Controlado. Segundo o empresário Marcos Silveira, diretor de Marketing da Aliança Comercial de Maceió, a recuperação do setor deve demorar um tempo, possivelmente pode começar no fim do ano e início de 2021. “Lojas com mais de 400 metros quadrado não vão reabrir e tem as lojas que em função do tempo que ficaram fechadas não vão reabrir mesmo, que quebraram de vez. Acreditamos que teremos uma média de 15% a 20% de desemprego. A gente não vai conseguir restaurar esses empregos em curto prazo porque a expectativa é de uma queda grande no fluxo, além de que as pessoas ainda estão reclusas em casa”, explica Silveira. Devem ser demitidas por volta de 2 mil pessoas, do total de 14 mil oficialmente empregadas no Centro. A Aliança Comercial não sabe ainda quantas lojas fecharão as portas de vez por causa da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. “Possivelmente, na próxima semana a gente tenha uma estimativa de quem não vai reabrir mesmo”, acrescenta o diretor de Marketing da Aliança Comercial. O fluxo não deve voltar à normalidade agora no centro da capital, isso os lojistas já sabem e, por isso mesmo, não criam expectativas. “A gente tem que aprender a conviver com a Covid por um bom tempo, por isso é importante que as pessoas tenham compromisso com os protocolos sanitários. A responsabilidade é de cada um de nós”, finaliza o empresário Marcos Silveira. Além das lojas de rua, na fase Laranja, salões de beleza, barbearias e templos religiosos podem reabrir em Maceió, mas com a capacidade reduzida. Segundo o presidente da Aliança Comercial, Guido Santos, é cedo para prever recuperação de vendas porque é necessário observar o comportamento do consumidor. “As lojas que vão ficar abertas, somadas as que já estão autorizadas, podemos chegar a 60% do comércio do Centro e do entorno. No máximo 450 lojas. Sobre recuperação das vendas é um paliativo, porque algumas lojas estavam conseguindo vender pelo aplicativo. No geral, a expectativa de recuperação, talvez lá pelo mês de outubro, enquanto o pique mesmo em dezembro e janeiro”, revelou Guido. De toda forma, mesmo com atraso de pelo menos 20 dias, já que a expectativa do setor era de que no início de junho já estivessem com portas abertas, o primeiro passo está sendo dado. Agora, cumprir o que diz o decreto no que se refere as questões de segurança para quem trabalha e irá consumir. Com duas lojas no Centro, a empresária Andréia Geraldo era só otimismo quando falou com a reportagem na tarde de ontem. Para ela e parte da equipe, os dois dias seguintes após o anúncio do governo serviram para intensificar os treinamentos a fim de que todos se sentissem seguros para também passar segurança. “O mês de julho tradicionalmente é um mês de promoções. Mas isso não será o atrativo para que os clientes voltem. Eles só sairão de casa se encontrarem um ambiente seguro para ele. Hoje, mais do que nunca, prezamos pelo bem maior que é nossa saúde. Então nós aqui do Centro e nossas duas lojas estão totalmente enquadradas no protocolo sanitário. Nós já buscamos internamente novas alternativas para que realmente consigamos oferecer isso para os clientes e os nossos colaboradores”, disse Andréia.
Inclusive como parte da compreensão do que representa o momento, ela não irá retornar completa com sua escala de funcionários, justamente, para não fomentar situações que criem aglomerados, até para privilegiar a presença dos consumidores. “A gente vai construindo o nosso novo normal gradativamente, de acordo com o governo e os órgãos de saúde”, detalhou Andréia à Gazeta. Otimista por natureza, conforme destacou, essa é uma das características dos vendedores. Andreia não escondeu sua empolgação para ver a clientela de volta na Red Field e Kmoco. Tanto que considera que o dia será tão especial que o clima será de festa.