Política
SINTEAL VAI ACIONAR O MPE CONTRA SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO
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Em reunião nesta quinta-feira (13), após a divulgação de um vídeo em que a secretária de Estado da Educação, Laura Souza, culpou os professores pela falta de engajamento dos alunos nas atividades on-line, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Alagoas (Sinteal), Maria Consuelo, informou que uma representação será enviada ao Ministério Público de Alagoas (MP/AL) para as adoção das providências cabíveis.
As imagens, gravadas a partir de uma reunião com finalidade de ouvir os profissionais, a secretária deixou claro que seria dever moral dos educadores trazer os estudantes para a sala de aula virtual, além de ameaçar demitir monitores contratados pela rede pública de ensino. "Isto não é assédio moral nem ameaça, é lógica", disse ela no vídeo.
Em relação a isso, Consuelo ressaltou que o educador não é responsável pela ausência dos alunos, que, na verdade, não estariam comparecendo as aulas por não ter dinheiro para colocar dados móveis de internet e acessar a plataforma digital.
"A plataforma Class Room, que o Estado apresentou, é paga. E, quando coloca crédito, acaba logo. Então, a responsabilidade desta política é do Estado e não do trabalhador. Todos esses elementos serão colocados em um relatório", explicou a presidente.
Protocolo para retomada
Também nesta quinta (16), uma reunião entre instituições de ensino e entidades de Alagoas teve como objetivo discutir a construção de um protocolo para a retomada das aulas no Estado, que estavam suspensas devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
De acordo com a presidente do Sinteal, o encontro foi necessário para frisar que a reabertura das escolas envolve diversos atores, como os estudantes e demais profissionais. A entidade é contrário ao retorno das aulas.
"A construção de um procedimento não só sanitário, mas um protocolo pedagógico também porque entendemos que nesse grupo tem vários atores. Não basta só na questão da saúde. Tem a questão pedagógica porque, nesse momento de aulas remotas, parte dos alunos estão fora das escolas. Então, tem que se conversar com os trabalhadores sobre como será esse protocolo", explicou.
Consuelo ainda informou que pontos como, a preparação do Estado para receber mais casos confirmados, a abertura de leitos e a testagem dos envolvidos, precisam ser discutidos e pensados para não haver um recuo. Além disso, ela considera que a pressão que os governos estão sentidos é econômica.
"O calendário letivo não é obrigatório seguir o ano civil. Ele pode ser sinalizado no ano seguinte, então não tem porque ter essa cobrança. A nossa centralidade não é no calendário, e sim no direito à vida e à saúde. [...] Se os nossos alunos ficam infectados e os profissionais também, do que adianta ter um calendário e não as vidas?", disse.
Ela também informou que, além do Sinteal, a Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL), a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL) e o Instituto Federal de Alagoas (IFAL) são contrários a volta às aulas presenciais. Na reunião, o MP/AL se posicionou de forma favorável ao retorno, mas tendo em vista a segurança e os protocolos de saúde.