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MILITARES PROTESTAM CONTRA PREVIDÊNCIA DO GOVERNO ESTADUAL

Oficiais da reserva remunerada da PM se queixam dos descontos nos salários e também do sucateamento do Hospital da PM

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Militares se concentraram em frente ao Comando Geral da PM para protestar no Centro
Militares se concentraram em frente ao Comando Geral da PM para protestar no Centro -

Na semana em que o governador Renan Filho (MDB) escolheu para destacar o combate a violência durante a pandemia de Covid-19, militares da reserva remunerada da PM denunciaram a situação de abandono da categoria. Ele se sentem traídos depois de trabalharem por 30 anos no combate ao crime, cumprindo as leis, e agora não puderem desfrutar de uma aposentadoria tranquila, já que estão sendo “saqueados” pelo Alagoas Previdência, sendo despromovidos e não terem acesso sequer ao Hospital da PM. Na tarde de ontem, eles denunciaram a calamidade por que têm passado em um ato articulado pelo movimento unificado da PM, em frente ao Comando Geral e do Hospital da PM. Entre discursos inflamados e faixas denunciando o desrespeito, eles prometem novas mobilizações para informar a sociedade que estão sendo massacrados. “Em plena pandemia, estão tirando dinheiro nosso. Temos companheiros doentes e outros que morreram e as viúvas estão sem receber nada”, denunciou o subtenente Geovane Máximo, da União dos Policiais Militares e Bombeiros. Segundo Geovane, a categoria acumula perdas que vão desde a reposição da inflação até o descumprimento de um acordo firmado pelo próprio governador, em seu primeiro mandato. “A última parcela do acordo feito há quatro anos não foi paga. Sem falar que não estamos tendo reposição da inflação. A renda do militar diminui a cada dia”, revelou Máximo. Para os que perderam suas promoções por conta de uma ação do Tribunal de Justiça (TJ), o sofrimento é ainda maior. Isto porque confirmam que só recorreram ao Judiciário porque o próprio governo e o Comando Geral não cumpriram o que manda a Lei de Promoções.

NA JUSTIÇA

Segundo o presidente da Associação dos Praças, sargento Wagner Simas, a prova de que o direito dos militares existia é que a própria Justiça concedeu a progressão na carreira. Com a retirada e o retrocesso das patentes, não são poucos os militares que estão em desespero, principalmente, no momento em que apresentam problema de saúde. “O governo agora quer impor uma cobrança injusta aos militares da reserva e viúvas para encobrir seus erros administrativos. E no que se refere às promoções também é outra injustiça porque esses homens e mulheres trabalharam arduamente, deram suas vidas e o melhor para combater a criminalidade e não foram promovidos como mereciam. Quando conseguem são traídos desta maneira”, disse. Para ele o pior é que isso ocorre num momento em que mais precisam de assistência de saúde e sequer podem contar com o Hospital da PM, que no momento está desestruturado e até mesmo sem especialistas para atender a categoria. A chamada “despromoção” afetou centenas deles, que tiveram queda de renda e a “humilhação” de ver o sonho da progressão na carreira ser aviltado. “São muitas pessoas nesta situação e outros que completaram o tempo e não são promovidos. Por isso pedimos promoção imediata”, cobrou Simas. Segundo as lideranças, o ato de ontem à tarde foi o primeiro de vários que irão ocorrer porque estão cada vez mais motivados. Ao passo em que a pandemia e o isolamento for diminuindo, irão reunir mais pessoas, inclusive, as famílias dos militares afetados pela despromoção. O objetivo é conseguir o apoio da sociedade porque foi para ela que todos trabalharam ao longo de 30 anos, em alguns casos. “Hoje o governo fica se vangloriando de que está redobrando a segurança com programas que impõem uma jornada ainda mais cansativa para os militares que trabalham em suas folgas ou depois de ter ido para a reserva. Na verdade, o fazem para manter um pouco de renda. Isso não é melhoria na segurança e sim uma escravidão para a categoria que precisa ser valorizada no dia a dia”, concluiu Simas.

ABANDONO

A principal denúncia que envolve a unidade hospitalar é que, ao longo dos anos, foi sendo sucateada. A última reforma da estrutura foi feita pelo falecido coronel Nilton Rocha. Desde então, o prédio foi sendo abandonado e os profissionais que estão se aposentando não estão sendo repostos. Conforme apurou a Gazeta, são várias as especialidades sem médico, a exemplo da área de Neurologia. “Servi 30 anos e nem direito a um hospital eu tive após um derrame. Tive que ficar no HGE. Minha associação veio buscar ajuda no Comando e nada aconteceu. Temos que parar de baixar a cabeça”, disse o capitão Moacir Gouveia, apoiando-se numa bengala. Em um breve pronunciamento, ele alertou os colegas da ativa que o Estado, depois que os militares vão para a reserva, os trata como “lixo”. Ele disse à reportagem que “a sensação é de abandono da corporação”. Em seu desabafo, contou que no auge do seu problema de saúde, há cinco meses, a associação pediu ajuda ao Comando Geral, mas ela nunca chegou.

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