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ELEIÇÃO ATÍPICA NA PANDEMIA JÁ TEM 13 PRÉ-CANDIDATOS

Nomes na disputa pela Prefeitura de Maceió começam a montar as equipes de campanha para buscar votos em meio aos riscos

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Índice de abstenção deve ser elevado nas eleições municipais para prefeito deste ano
Índice de abstenção deve ser elevado nas eleições municipais para prefeito deste ano -

A campanha eleitoral para prefeito em Maceió ainda não empolga a maioria do eleitorado. Mas, com 13 pré-candidatos até o momento, monótona é que ela não vai ser. Alguns, por se enquadrarem no chamado grupo de risco da Covid-19, ainda não colocaram o "bloco na rua" e se socorrem das redes sociais, lives e entrevistas à distância. Com tantas opções de centro, direita e esquerda, o eleitor tem pouco tempo para se decidir e, principalmente, para conhecer programas, projetos e ideias.

Por conta do coronavírus, há indícios de que a abstenção, junto com voto nulo e branco ganhem ainda mais adeptos. Isso, porém, não implicará risco de haver um vitorioso no primeiro turno da eleição. Conforme analisa o pesquisador Marcelo Bastos, da MB Pesquisa e Consultoria, matematicamente é quase improvável que um único candidato consiga 50% + 1%.

"A eleição está diluída, em termos de votos, entre os candidatos. Por mais que digamos que vai ter uma grande abstenção, maior que as outras eleições, já que o pessoal de mais idade não saia de casa para votar por causa da questão do coronavírus, teremos segundo turno porque não tem ninguém disparado. Com 13 candidatos é impossível não ter segundo turno", observou Bastos.

O cenário para vereador também não é fácil, pois conforme levantamento feito pelo seu instituto, bem como informações colhidas junto às legendas, estima-se que já existam para a disputa das futuras 25 vagas na Câmara de Vereadores 640 pretendentes a estes cargos. Podem haver desistências até as convenções, porém, até agora é o que indicam os dados.

"Cada partido pode inscrever até 38 nomes, já que não tem mais coligação. Agora aumentaram de 21 para 25 vagas, isso também altera o coeficiente eleitoral [CE]. Em 2016, o CE foi em torno de 20 mil para uma coligação eleger um candidato. Se fosse para a atual situação, no caso sendo para partido, teriam que ter com a regra passada esse total para eleger um", lembrou Bastos.

O coeficiente eleitoral é o número de votos válidos, tirando-se os nulos e brancos, e divide pelo número de vagas. Agora como foram acrescidas mais quatro vagas, terá que ser dividido por 25 vagas. Como aumentou o número de vagas vai diminuir o CE.

"Mesmo aumentando o número de eleitores, que já um dado existente, mas também vai aumentar a abstenção. Então avalio que vai ficar 'elas por elas'. Então para um partido eleger um candidato terá que ter 17 mil votos. Para os grandes partidos MDB, DEM terá que ter essa quantidade para eleger o primeiro. Para os partidos pequenos, isso vai ser mais difícil, em relação aos grandes partidos que têm mais estrutura e mais poder de fogo ou bala [recursos] , com candidatos com maior densidade eleitoral, podem ter mais chances. Sem falar que mesmo sem poder haver coligação oficial vão existir as informais", analisou Bastos.

Como exemplo dessas situações ele lembra que o fenômeno de votos da última eleição, o vereador Anivaldo da Silva, o Lobão, migrou para o MDB, juntamente com o também vereador Ib Brêda depois de terem sido eleitos pelo PR, que tem como líder o secretário estadual de Infraestrutura, Maurício Quintella. A estratégia é porque se ficassem no antigo partido seria mais arriscada a reeleição e poderiam não fazer o coeficiente eleitoral.

Esse "fenômeno" também ocorreu com o Podemos, comandado pelo pré-candidato a vice Tácio Melo, que agora abriga os ex-tucanos Eduardo Canuto e o presidente da Câmara de Vereadores, Kelmann Vieira, que deixaram o PSDB em nome da sobrevivência política. Segundo analisou Marcelo Bastos, é como se esses partidos "mesmo únicos, por serem grandes se transformassem em coligações".

Disputa

Se a disputa para vereador tem suas especificidades por conta das mudanças de regras, na majoritária, a falta de entendimento e ambição das legendas criou uma situação tão atípica quanto a campanha sem povo. É que tem tanto candidato a titular que está faltando vice na praça.

Até a última sexta-feira existem 13 nomes postos para substituir o prefeito Rui Palmeira (sem partido). Ele próprio pôs fim a uma antiga tradição política que é a do titular bem avaliado no final do mandato indicar seu sucessor. Optou por apoiar o pré-candidato Alfredo Gaspar (MDB) e indicar o seu vice Tácio Melo (Podemos).

Os demais candidatos são: João Henrique Caldas (PSB), Ronaldo Lessa (PDT), Davi Filho (PDT), Corintho Campelo (PMN), Ricardo Santa Rita (Avante), Cícero Filho (PCdoB); Cícero Almeida (DC), Josan Leite (Patriota), Lenilda Luna (UP), Ricardo Barbosa (PT), Basile Christopoulos (PSOL) e Flávio Moreno (PSL).

Durante a semana, a Gazeta buscou informações sobre como os candidatos estão se virando para fazer a campanha. Como adquiriu Covid-19 na fase mais aguda da doença no Estado, Alfredo Gaspar, depois de ter se recuperado é o que neste momento conseguiu circular, inclusive por algumas grotas.

"As visitas às comunidades são pontuais e planejadas, já que precisamos ouvir de perto as pessoas e dialogar sobre as possíveis soluções dos problemas existentes. Nessas incursões , o atendimento às recomendações das autoridades sanitárias são fundamentais para segurança de todos. A pandemia dificultou o tradicional “corpo a corpo”, mas a sociedade precisa ser ouvida e o diálogo é importantíssimo na construção de soluções. A vida real está nas ruas", disse Alfredo.

Juntamente com comunicações rápidas nas redes sociais, ele não só registra seus passos como também tenta criar vínculos diretos com os eleitores. Já orientado por sua equipe, tem sido objetivo e direto para não cansar o eleitor. Mesmo com toda a produção que já é vista, não confirmou se está sendo orientado por um marqueteiro. "Na hora certa serão apresentados os coordenadores responsáveis por cada área, inclusive a de marketing", informou por meio de sua assessoria.

Indagado sobre a construção do seu programa de campanha, Alfredo explicou que as visitas e reuniões com segmentos sociais e personalidades estão servindo de base para o que será elaborado. A ideia é partir de dados e referências reais que representam demandas concretas.

"O programa está sendo construído a partir desses diálogos constantes, levando em contas as contribuições de cada um e será apresentado no devido tempo, respeitando o calendário que rege a legislação eleitoral", detalhou o candidato emedebista.

Proatividade

Seu concorrente direto, o pré-candidato JHC tem evitado aglomerações e feito do mandato parlamentar a principal vitrine para seu engajamento em pautas como a revisão de acordos do bairro do Pinheiro, junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os precatórios da educação e, principalmente, questões relativas à saúde e o combate à pandemia de Covid-19.

"O foco do meu trabalho continua sendo desenvolver ações para enfrentar os efeitos da pandemia, tanto na saúde quanto no aspecto dos empregos e da economia. Destinei mais de 11,5 milhões exclusivamente para investimentos em saúde em Maceió nesse período de pandemia, que é uma prioridade até que as vacinas estejam disponibilizadas para proteção de toda a população", afirmou JHC.

Ativo nas redes sociais, disse que sua interlocução, até por uma questão de segurança, se dá pelos meios digitais, pois já havia criado este canal desde o seu primeiro mandato. Por elas têm recebido demandas, denúncias e sugestões que ajudam na compreensão das necessidades mais eminentes das pessoas.

"Mas, além disso, tenho percorrido muitos bairros, visto de perto as necessidades reais da cidade, porém com equipe absolutamente reduzida, respeitando o distanciamento social e medidas de proteção", garantiu o parlamentar.

Sobre sua campanha, a única revelação é que já decidiu quem será coordenador. Trata-se do popular Hermman Braga, atual comandante do Bloco Pinto da Madrugada, que segundo JHC é uma pessoa de confiança do senador Rodrigo Cunha (PSDB). Logo, também estará envolvido, como a Gazeta antecipou há um ano.

"Quanto à estrutura de campanha, estamos discutindo com profissionais extremamente renomados de fora de Alagoas e junto com os nomes e talentos locais. Vamos apresentar um projeto forte de mudanças para Maceió, porque é possível sim fazer muito em quatro anos", concluiu o parlamentar.

Diálogo

Quem também tem usado as redes sociais para manter contatos por meio de lives é o pré-candidato Ronaldo Lessa. Isolado desde a fase mais crítica da Covid-19, ele evitou o contágio e garantiu que o próximo passo, agora, será o contato com lideranças em algumas comunidades, mas obedecendo a todos os critérios de segurança.

A estruturação da campanha já começou, tanto que decidiu que o jornalista Rui França volta a marchar ao seu lado como marqueteiro político. Ele espera avançar nas articulações políticas para que em setembro possa ter um programa já para ser apresentado na convenção partidária.

"Já temos uma produtora que cuida das redes sociais, mas é o início de um processo de pré-campanha e com as limitações que isso impõe. Agora o que nós queremos é ter os partidos que possam fazer parte de uma coligação. Contamos com a Rede e estamos conversando com outros para vermos se definem. Esses contatos e articulações com lideranças é que devem formatar nosso projeto", explicou Lessa.

Enquanto essas definições não ocorrem também tem mantido a disciplina de todas as segundas-feiras realizar reuniões temáticas com os principais pontos prioritários para a sociedade como educação, entre outros.

"Essa campanha está sendo atípica. No momento estamos usando as redes sociais para se comunicar com pessoas de fora e de dentro do partido. Também estamos conversando com grupos de forma isolada, em alguns casos na sede do partido. Mas tudo obedecendo as regras de segurança", enfatizou Ronaldo.

Construção

O pré-candidato Corintho Campelo, mesmo reconhecendo o caráter atípico do processo eleitoral, acredita que o fato de ter construído canais de diálogo com a sociedade seja presencial ou on-line saiu na frente dos demais adversários. Conforme revelou, tem se dedicado a isso nos últimos dois anos, com encontros e conversas com diversos segmentos que lhe deram suporte para compreender as necessidades presentes nas comunidades e organizações.

"Isso independente de partido e chamamos parte da inteligência alagoana saúde, educação, infraestrutura, abastecimento, Salgadinho, línguas sujas da praia, transporte público, vínhamos discutindo pelo menos há um ano. Fizemos debates e já construímos até um anteprojeto e com isso fomos dialogar nas comunidades. Tínhamos a meta de 300 reuniões, mas com a pandemia chegamos em 236. Aperfeiçoamos isso e desenhamos um anteprojeto para aperfeiçoá-lo com a sociedade civil", revelou Corintho.

Em sua avaliação, esse processo que foi construído com tempo, na prática será feito às pressas por seus adversários, que terão que buscar informações somente na reta final do processo e depois irão enfeitar com argumentos produzidos pelos marqueteiros.

"Vão fazer animações gráficas para colocar na televisão, como já fizeram em outras campanhas. Não temos um projeto, mas um plano para romper com a estrutura corrupta em Maceió. Eles inverteram a pirâmide da administração e concentraram os recursos todos em cima e o que desce para a sociedade, depois das despesas obrigatórias, sobra menos de 1% para atender a um milhão de pessoas e repassam para a Câmara de Vereadores R$ 4 milhões", refletiu Corintho.

Conforme os levantamentos que tem realizado, já constatou que do ponto de vista econômico, além das dívidas contraídas pela atual gestão, a cidade terá uma enorme dificuldade para arrecadar por conta das várias empresas que quebraram. "Corpo a corpo há três meses da eleição é para enganar o povo mais uma vez", criticou Corintho.

Liberdade

Recentemente indicado pelo Patriota, o engenheiro Josan Leite disse que quer construir uma campanha diferente. Ex-candidato ao governo do Estado pelo PSL, disse não abrir mão de articular-se com pessoas que sejam alheias a política profissional.

"Temos no diretório profissionais liberais, feirantes e funcionários públicos. Pedi liberdade para montar um secretariado técnico. Estou abraçando essa causa com senso de responsabilidade e vamos fazer a verdadeira transformação que a cidade precisa", disse Josan.

Para combater o que classificou como "apagão administrativo", ele disse que tem mantido contatos e visitas para conhecer a realidade dos problemas da cidade. Entre as estratégias que tem feito no momento é priorizar que está na disputa e que enfatizará que não tem "conchavos" e ter uma gestão "focada na técnica e na meritocracia".

A construção do plano de governo resgatará algumas iniciativas apresentadas em sua última experiência eleitoral, em 2018. Uma delas já consta que é criar a "cidade inteligente com interconectividade".

"É colocar todos os serviços nas mãos dos cidadão por meio do celular, para marcar consultas. Isso é uma das principais medidas. Valorização dos funcionários. Teremos atenção com a educação e as crianças que precisam ter acesso à tecnologia e dar uma base forte. Ligada ao empreendedorismo, focada na produção para gerar riqueza para a cidade", destacou Josan.

Para a área de saúde ele acredita que é fundamental valorizar os profissionais e os agentes de saúde e construir um plano de contingência para situações de crise, para evitar o que chamou de "apagão de administração", que alega ter ocorrido durante a pandemia. "Vamos construir uma Maceió nova, sem conchavos e com respeito ao dinheiro do contribuinte", definiu Josan.

Coletivo

A construção do Plano de Governo da pré-candidata Lenilda Luna tem sido construído de forma coletiva com a militância e intelectuais simpatizantes do partido. O processo, que inicialmente foi pensado para ser presencial, tem ocorrido por meio de reuniões on-line.

"Estamos construindo um programa para a cidade de Maceió com 10 eixos centrais: Saúde, Educação, Moradia, Emprego e Renda, Cultura, Transporte Público e Mobilidade Urbana, Direitos Humanos, Meio Ambiente e Saneamento Básico, Gestão Pública e funcionalismo público, esporte e lazer", adiantou Lenilda.

O conceito que vem sendo trabalhado é de eliminar a divisão da cidade que afasta para as periferias os trabalhadores pobres, impondo custos para o deslocamento de transporte. Porém, acredita que isso é possível com um modelo de gestão participativa que seja capaz de identificar essas demandas com mais agilidade e transparência.

"Nossa proposta é acabar com o modelo atual que segrega a cidade dos ricos e dos pobres, na qual a orla marítima tem infraestrutura, saneamento, iluminação, segurança; enquanto na orla lagunar e na periferia, a população sofre com o desemprego, doenças, falta de moradia e saneamento básico. Pretendemos construir uma cidade que não afaste para longe seus moradores do centro da cidade, mas que dê vida aos milhares de imóveis desocupados nessa região, valorizando aqueles que trabalham diariamente para conseguir comida e renda", acrescentou Lenilda.

Análise

O ex-candidato ao governo Basile Chistopoulos disse que a construção da pré-candidatura está sendo marcada por muita análise da conjuntura para que se possa ter um diagnóstico dos problemas da cidade. Por isso, por meio das plataformas digitais, junto com a militância tem se reunido com técnicos de diversas áreas."Estamos ouvindo especialistas nas áreas de mobilidade urbana, saúde, educação e nas diversas áreas que o plano aborda. Tudo pensado com o maior cuidado, compromisso e responsabilidade. Para ampliar nossas possibilidades, desenvolvemos um site onde as pessoas poderão acompanhar novidades da nossa campanha. Além disso, diariamente é possível acompanhar a discussão de diversos temas nas nossas redes sociais, em perfis no Instagram, Facebook e Twitter, que continuam tendo respaldo desde as eleições de 2018, quando nossa candidatura ao governo de Alagoas obteve mais de 56 mil votos, sendo mais de 30 mil em Maceió, com a expansão do engajamento nas redes", informou Basile. Quanto ao "corpo a corpo", o pré-candidato disse que só existirá quando as medidas de flexibilização forem ampliadas pelos especialistas. O roteiro incluirá a ida as comunidades e os diversos bairros da cidade para a construção de articulações com as lideranças e a constatação in loco de algumas demandas mais urgentes."Assim que possível iremos aos diversos bairros da cidade como sempre fizemos, sejam eles bairros ricos ou pobres. Infelizmente, uma boa parte da população de Maceió mora em condições indignas. A democracia também precisa chegar a essas pessoas. Vamos levar nossas propostas e também construir um diálogo profundo com a população de Maceió", defendeu Basile.

Recomeço

O ex-prefeito Cícero Almeida disse que a construção de sua pré-candidatura tem as dificuldades normais para partidos pequenos. Entretanto, ganhou força e visibilidade depois que seu nome foi incluído na mais recente pesquisa divulgada pelo Instituto TDL, que mostrou que ainda está "lembrança e no coração das pessoas"."Estamos buscando coligações. Mas a pontuação da pesquisa me levou a perceber que a população reconhece nossa história e o nosso trabalho. Com respeito ao trabalho nas grotas e favelas essa é minha praia. E é assim que vai ser minha campanha. Um carro de som, um microfone e o Cícero nas ruas", disse Almeida.No momento, ele está com suas redes sociais desativadas, porém, reconhece sua importância e no momento certo irá voltar a utilizar a mídia digital para se comunicar com as pessoas. A proposta é mostrar para as pessoas "a Maceió que estamos vivendo e a que deixamos"."A respeito de marqueteiros, vamos trabalhar com o que temos, que são as lideranças do partido e amigos especialistas em algumas áreas. Agora, confesso que se tivesse sido o marqueteiro de minha campanha em 2016 eu estaria prefeito de Maceió e agora renovando o meu mandato. Essa questão de marqueteiro é um ilusionismo. O que teve na campanha foi uma disputa de dois marqueteiros, o meu e o do governador, e na semana que o atual prefeito estava derrotado. E aí perdi a eleição por 70 mil votos. Agora vou fazer de forma direta", garantiu Almeida.A articulação política se dará para conseguir tempo de televisão, o que pode ser possível com pelo menos mais dois partidos. Cícero deixou claro que tem elementos e experiência em mídia, já que veio do rádio e televisão, e que de forma objetiva vai mostrar a situação da cidade na atualidade, em relação a que construiu em oito anos de gestão."Para ser prefeito tem que ter muito amor. Muito amor. Não adianta vir para fazer carreira política até porque não preciso disso mais. Já fui vereador, deputado, prefeito por oito anos, sai com a melhor avaliação do país, só tivemos uma greve e tratei bem os servidores. Quem assumir terá uma cidade com dificuldades e que precisa ser reconstruída. Andar na periferia dói. Fiz muitos postos de saúde. Maceió precisa de uma estrutura própria de saúde para não ficar dependente do Estado. Há uma diferença entre o poder e a ambição ", completou Almeida.De acordo com Almeida, o fato de ter experiência administrativa, conhecer a cidade de ponta a ponta, associado aos amigos que fez em Brasília, poderá recolocar Maceió num caminho de desenvolvimento e assistência que as pessoas precisam. Em sua avaliação, a cidade terá dificuldades para conseguir recursos se eleger um prefeito que seja oposição ao governo federal. "Deixei R$ 24 milhões em emendas quando saí da Câmara. Desejo boa sorte a todos os pretensos candidatos e quero dizer ao povo alagoano que agradeço de coração e que ainda não paguei minha dívida com o povo alagoano. Tenho uma dívida impagável com Deus pela vida que me devolveu várias vezes e ao povo porque já fizeram muito por mim", concluiu Almeida.

Contatos

Para o pré-candidato Ricardo Santa Rita, o desafio de manter contatos e articulações também ocorre por meio virtual. A pandemia acabou interrompendo visitas e reuniões com lideranças comunitárias, pois segundo ele, desde o início que aceitou o desafio do Avante queria conhecer os problemas de perto. No momento tem trabalhado apenas com uma pessoa da equipe e planeja retomar essa agenda de contatos."As dificuldades tem sido superar a dificuldade das pessoas em se aglomerar, mas o fato que constatei é que as pessoas têm repelido a política. Mas tenho enfrentado um outro problema que é a perseguição política. Basta eu visitar uma pessoa e publicar uma foto daquele encontro que pessoas adversárias vão lá e até ameaçam. Já ocorreu de me encontrar com um ou outro e a pessoa pedir para não divulgar nem dizer que teve reunião. Isso tem sido uma dificuldade, principalmente pessoas que têm vínculos com prefeitura e o governo do Estado", denunciou Ricardo.Quanto à mobilização em torno do seu nome, ele conta com a internet, que tem sido uma grande aliada. Por meio de vídeos curtos, textos e entrevistas tem conseguido chegar a algumas pessoas por meio dos acessos às páginas nas redes sociais. Em alguns casos, os agendamentos dos contatos ocorrem a partir da repercussão do que foi divulgado e surge o interesse de uma visita que acaba sendo agendada. "A mobilização tem sido proativa, tanto nós buscamos, como também ocorre de forma espontânea, com pessoas nos procurando nessa pré-campanha", explicou Ricardo.Segundo explicou, a cada demanda que é conhecida, um vídeo é produzido com a temática que envolve a situação e a proposta ou sugestão para a solução do problema. Ricardo explica que são vídeos curtos e bem objetivos, mas dentro do tema e com medidas executáveis."Sobre o marketing político, eu conto com uma consultoria do Renova BR, que foi a escola que frequentei para me capacitar. Recebi um planejamento de pré-campanha para abril, maio e junho. Em agosto teremos outra reunião para definir uma nova estratégia para a campanha. Temos também um grupo de amigos aqui em Maceió que temos mantido contato on-line ou presencial. Criamos um conselho e definimos estratégias com base na mentoria do consultor e esse grupo daqui é que me ajuda também, tanto que criaram o conceito virtual do que será a campanha", detalhou Ricardo.Sobre o plano de governo já foi criado um anteprojeto para a cidade que não foi colocado na rua para consulta popular porque uma orientação feita pelo TRE foi revelado que poderia configurar "campanha antecipada". No momento o material conta com sete eixos estruturantes para aplicar a cidade. Após o registro da candidatura será apresentado em redes sociais e num site específico, além dos espaços em rádio e tv.

Adaptação

O petista Ricardo Barbosa disse que, por ser advogado, já tinha hábito de trabalhar mais recluso e não teve essa rotina afetada. Entretanto, como a necessidade de articulações políticas exigia a presença, ela também teve que ser adaptada a nova realidade. Segundo explicou tudo que é possível tem sido articulado por meio de lives e reuniões virtuais. "Tanto reuniões partidárias como relacionadas a pré-campanha também. Organizei junto com os assessores de comunicação, organizamos lives temáticas para tratar dos problemas de Maceió. Discutimos um programa de gestão para a cidade com pessoas ligadas as áreas da saúde, habitação, educação, saneamento e assim temos feito", disse Barbosa.Para ele, esse é o melhor instrumento para evitar contatos pessoais em grotas e favelas. Segundo explica, evitou contato pessoal nestas áreas para não levar o "perigo" da doença para esses lugares, nem provocar aglomeração e colocar em risco a segurança das pessoas."Nós contamos com uma assessoria de marketing que tem trabalhado muito essa realidade. A gente trabalha numa perspectiva de que elas serão 90% virtuais, não por uma decisão nossa, mas por uma necessidade do momento. E quem fizer o contrário vai de encontro à ciência e fazer a mesma coisa que o presidente [Jair] Bolsonaro faz. Embora exista um protocolo gradual de atividades, não significa que a doença está eliminada", completou Barbosa.Em sua a avaliação, o debate político tem que levar em conta as questões relacionadas à saúde. Por isso, não pode haver desrespeito das orientações. "Acreditamos que o normal só virá com vacina. Não acreditamos na imunização de manada e na morte de milhões de pessoas para termos imunidade", opinou Barbosa. O programa de gestão para a cidade está sendo construído de forma virtual com base nos princípios defendidos pelo PT e, principalmente, com a coleta de informações e norteado pela realidade. O texto final deverá sair até o final do mês centrado nas principais áreas de atuação prioritárias para a sociedade maceioense.

Coleta

De acordo com o pré-candidato Flávio Moreno, neste momento, o trabalho de coleta de informações tem se dado de forma on-line e com algumas poucas visitas presenciais em bairros da capital. Além disso, tem mantido contato com representantes do setor econômico, bem como lideranças."É preciso um choque de gestão para gerar empregos e aproveitar nosso maior potencial que é o turismo. Sou o único pré-candidato que defende abertamente a realocação da Braskem para área não urbana de Alagoas e construção de um complexo hoteleiro e náutico na orla da avenida, com valorização da área e geração de empregos. Já pedi ao presidente Bolsonaro a reativação da ferrovia Transnordestina e VLT Maceió, no programa que já terá R$ 35 bilhões em investimentos", disse Flávio.Flávio disse ainda que trabalhará pela despoluição da Praia da Avenida, com um programa de saneamento que acabe com as línguas sujas que lançam esgoto na orla. A ideia é beneficiar 700 moradores com recursos do novo marco regulatório, da ordem de R$ 700 bilhões em 10 anos."A equipe de pré campanha já está sendo montada. Além disso, os 38 pré-candidatos a vereadores pelo PSL estão animados e trabalhando pela mudança e renovação, com chances reais de eleição de três vereadores, com o mesmo espírito que nos levou a vitória em 2018, com o presidente Jair Bolsonaro no PSL. O PSL Maceió foi o terceiro partido mais votado na capital em 2018, é o único partido cuja chapa é composta por pré-candidatos 100% de direita", definiu Moreno.

Silêncio

Dois pré-candidatos não encaminharam nenhum posicionamento sobre a atual fase da campanha e como estão se articulando para o pleito. O pré-candidato Davi Filho explicou por meio de sua assessoria que não fala até a definição das demais pré-candidaturas do grupo que ocorrerá em setembro.

"Davi não responde como pré-candidato. Agradecemos muito o contato e nos colocamos à disposição para dialogar em momento oportuno", disse a assessoria.Cícero Filho também não encaminhou à reportagem nenhuma informação. Procurado pela reportagem próximo ao fechamento, disse que havia consultado detalhes a sua equipe, porém por esquecimento não efetuou nenhuma cobrança e por isso acabou não consolidando sua posição sobre o momento de sua pré-campanha. Ele também agradeceu a oportunidade e se comprometeu a interagir em futuras demandas envolvendo o pleito municipal.

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