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Nº 5852
Política Sistema Pratagy foi construído para tentar resolver o problema de falta d´água nos bairros da capital

SISTEMA PRATAGY SEGUE INACABADO MESMO APÓS TRÊS DÉCADAS

Enquanto projeto não é concluído, rios que podem suprir carência de água estão virando “salgadões”

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 15/08/2020 - Matéria atualizada em 15/08/2020 às 10h38

Entre os 1,3 milhão de habitantes de Maceió, pelo menos 50% tem dificuldade com o abastecimento regular de água potável. A Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) fornece 6.134.005,67 metros cúbicos de água de superfície (rios) e subterrâneas (poços). A solução esperada desde 1990 é a conclusão do Sistema Pratagy, sem data definida. Estima-se que a obra ainda precisa de mais R$ 300 milhões do governo federal. A opção pelos poços compromete outros rios e riachos que se transformam em “salgadões” e devem receber parte da água tratada de esgoto da parte alta da cidade, alertam ambientalistas como o presidente do Comitê da Bacia do São Francisco, Anivaldo Miranda, ao condenar a exploração desenfreada das águas subterrânea.

O Sistema Pratagy consiste de uma estação de captação no Rio Pratagy, adutora de água bruta, uma Estação de Tratamento de Água (ETA), situada no Benedito Bentes, reservatórios, adutoras de água tratada e rede de distribuição. A ETA Josué Palmeira, conhecida como ETA Pratagy, foi inaugurada em março de 2006. A execução da obra começou na década de 1990.

Uma das etapas importantes da obra, a construção da barragem “Duas Bocas” para armazenar a água do sistema, parou em 2007, depois da Operação Navalha, da Polícia Federal, que prendeu 46 pessoas acusadas de desvio de verbas federais de obras públicas.

A Casal revela que o projeto está orçado em R$ 140 milhões e precisa de recursos federais. A saída pode vir com o processo de privatização, também ainda indefinido. O problema da falta de água persiste em diversos bairros. Mas neste momento o abastecimento está regular por conta das chuvas que caem desde março em todo o estado, como não acontece há 10 anos.

CAPITAL É ABASTECIDA COM TRÊS SISTEMAS

O projeto Meirim-Pratagy, cujo início foi executado pela Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), em parceria com o governo federal, quando estiver concluído vai reduzir ao máximo o uso dos 215 poços da Casal em Maceió, disse o presidente da autarquia Clécio Falcão. “Essas obras serão concluídas com recursos da empresa vencedora da licitação do modelo do BNDES para a Região Metropolitana, e, ao final, elas devem reduzir em 50% a utilização dos poços na capital”. A data, porém, ainda permanece sem definição. O Sistema Catolé-Cardoso, que é o mais antigo, abastece cerca de 15% da área atendida pela Casal em Maceió. O Pratagy abastece cerca de 40%.

Existem projetos e recursos para ampliar o atendimento com água de superfície na capital e Região Metropolitana. Em Maceió, conforme a Casal, o principal é o do Meirim-Pratagy, coordenado pela Seinfra em parceria com o governo federal, cujo investimento total passa de R$ 140 milhões.

Outra ação em Maceió ocorreu no começo deste ano: devido a intervenções realizadas pela companhia, os Sistemas Pratagy e Catolé-Cardoso tiveram aumento em sua produção de 400 mil litros de água por hora.

Nos bairros do litoral norte, como Garça Torta, Riacho Doce, Saúde, Ipioca, em outros da zona sul da cidade e da parte alta sobram reclamações de falta de água. Nos condomínios, a carência é suprida por empresas particulares. A maioria desses bairros é atendido com parte dos 215 poços da companhia. No verão, a vazão reduz e o antigo problema continua. O pescador José Antônio da Silva, de Garça Torta, diz que no verão ou quando a bomba do poço quebra fica mais de 15 dias sem água na torneira. “As contas chegam pontualmente e sem desconto”, reclama o pescador e os vizinhos dele da comunidade Coreia, no bairro.

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