Política
TUTMÉS AIRAN ASSUME GOVERNO DE ALAGOAS NESTA QUARTA-FEIRA
Presidente do Tribunal de Justiça vai comandar o Estado interinamente até a próxima segunda-feira


O fim da gestão do presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, Tutmés Ayran, será marcado pelo tradicional “afago” do Executivo ao Poder Judiciário. Nesta quarta-feira, às 18h, ele será empossado governador do Estado por conta da viagem do governador Renan Filho (MDB) à Europa. Ele preferiu ignorar a linha de sucessão e priorizou prestigiar os desembargadores num gesto de proximidade política.
Tutmés deixa o comando do TJ em dezembro próximo e ainda não havia assumido a função. Agora ficará até a segunda-feira (5). Ele chega ao cargo depois que seu conterrâneo, o vice-governador Luciano Barbosa (MDB), rompeu politicamente com o governador. O cargo deveria ser passado para o presidente da Assembleia Legislativa Estadual (ALE), mas “passou a vez” em nome da harmonia com os poderes.
“Para mim é uma honra. Alagoas é meu bem querer. Sento na cadeira de um democrata. Ainda que efemeramente, vou dar continuidade a uma obra da democracia, que caracteriza o governo Renan Filho. Ser democrata num momento como este por que passa o país, é coisa absolutamente virtuosa e até decisiva. Muito me satisfaz compartilhar um pouco mais de perto deste projeto. É uma passagem simbólica, mas muito importante”, afirmou Tutmés. Não está previsto nenhum ato simbólico para marcar a presença de Tutmés pelo cargo. Ainda assim, por ser conhecido em função de seus posicionamentos em defesa dos direitos humanos, militantes da área tentam nos bastidores articular algo de caráter político em defesa da causa. Se por um lado Tutmés vive um momento de destaque, por outro Luciano Barbosa sofre as agruras da perda de poder. Primeiro foi a exoneração da sua substituta, Laura Santos, na Secretaria Estadual de Educação, além de cargos acessórios. Politicamente, também enfrenta as ações do MDB, que determinou sua expulsão como forma de inviabilizar sua candidatura a prefeito em Arapiraca.
Inicialmente foi suspenso por 70 dias, o que já prejudica sua condição de candidato. Nos próximos 15 dias também terá direito a defesa interna sobre a convenção que fez para oficializar o seu nome e que não é reconhecida pelo Diretório Estadual. O rito na verdade é pró-forma, mas terá que ser seguido, porém, dificilmente será revertido em favor de Barbosa.
Como a condição legal para ser candidato é com o apoio da legenda, vai enfrentar um processo interno e no próprio TRE/AL na busca de manter-se candidato, ou com o registro sub judice para enfrentar as urnas num cenário de insegurança jurídica sendo explorado amplamente por seus adversários.
