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DISTANCIAMENTO SOCIAL É BURLADO POR CANDIDATOS NA CAMPANHA

Caminhadas pelos bairros da capital costumam ser realizadas com um alto número de pessoas

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Caminhada do candidato Alfredo Gaspar é um exemplo de como o distanciamento social vem sendo escanteado
Caminhada do candidato Alfredo Gaspar é um exemplo de como o distanciamento social vem sendo escanteado -

Os candidatos a prefeito colocaram, finalmente, o "bloco na rua". Aglomeração, beijo com máscara, saudosismo e até pregação estão espalhados nas redes sociais. Para conquistar o voto do maceioense, as caminhadas estão de volta seguidas de abraços e o povo na rua, nem sempre protegido. A eleição em plena pandemia de Covid-19 está com o vírus da discórdia solto nas coligações. Tanto que Cícero Almeida (DC) quase desistiu depois que o partido deixou cair a máscara e desistiu dele. Produziram uma carta renúncia e revelaram apoio ao candidato João Henrique Caldas (PSB)."Eles fizeram uma carta de renúncia e deixaram lá. Eu não sou besta e não assinei. Fui no [Antônio] Albuquerque, conversei com ele e com o [advogado] Marcelo Brabo (especialista em direito eleitoral). E a candidatura está lançada. Quando eu ganhar a eleição eu mando eles embora com o partido deles pra lá e sigo a minha vida", falou Almeida em tom de graça, com bom humor sem demonstrar surpresa com a traição.A revelação, ao mesmo tempo em que "queima" a sua largada para a corrida eleitoral, também expõe o acordo do DC para migrar e apoiar a candidatura de JHC. As bases de um possível acordo, porém, não foram reveladas. Podem vir a tona no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) se a insistência de Cícero Almeida em ser candidato for contestada judicialmente.Cícero avalia que, se antes mesmo de começar a pedir votos já tem incomodado candidaturas que se acham grandes, então é porque "com o povo" pode virar o jogo. Ao revelar que o partido o negociou, confirma que é candidato, por sua disposição pessoal, e vai encarar uma campanha sem dinheiro, sem tempo de TV e estrutura. EmbaloFora de qualquer embate, o embalo dos demais candidatos foi outro. Eles partiram para o abraço. E literalmente fizeram no "novo normal" o que faziam antes da pandemia no contato direto com as pessoas. E aí o cardápio é conhecido: afago na cabeça de crianças, bênção com idosos, abraço à porta de casa e muitos apertos de mão. As maiores candidaturas provocaram aglomeração em todas as atividades. Há uma semana, desde que fez um mutirão de plotagem, em Jaraguá, Alfredo Gaspar deu início as caminhadas e o corpo a corpo com os eleitores. Em tempos de pandemia, inventou até o beijo de máscara, como tem sido flagrado nas imagens divulgadas em suas redes sociais publicadas nos stories. No contato com as pessoas não dispensa o "olho no olho" e o agradecimento pelo apoio. Quase sempre se apresenta, num gesto de humildade como se não fosse suficientemente conhecido. Com o apoio das duas máquinas públicas também não faltam pessoas para aplaudir, gritar seu nome e fazer volume. A agenda popular da semana passada está sendo construída com encontros estratégicos. Na semana passada ele se reuniu com o setor produtivo da indústria, com o presidente da Fiea, José Carlos Lyra. Um detalhe também é que para se aproximar do eleitor de Bolsonaro, em seus banners de campanha defende a construção de duas escolas cívico-militares.

JHC

O candidato João Henrique Caldas (JHC) também aproveitou as redes sociais para divulgar sua campanha e o contato com eleitores. Ele mesmo tem destacado que campanha ser faz em contato com o povo no dia a dia. Presente na internet, ele aproveitou as diferentes plataformas para expor linguagens diferentes, enquanto no Twitter usa muitas citações bíblicas, no Instagram e Facebook expõe fotos e banners de campanha.

De acordo com o discurso que tem adotado, como já era oposição ao prefeito Rui Palmeira (sem partido), tem dito que "é a mudança de verdade", sugerindo que Alfredo Gaspar (MDB) e Davi Davino (PP) são continuidade da gestão municipal porque um é apoiado pelo próprio prefeito e o outro conta com o apoio dos partidos que integravam a gestão municipal.Os destaques das postagens também apresentam feitos do deputado e sua ligação, nunca escondida, com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No dia em que ele se submeteu a uma cirurgia para retirar uma pedra no rim, ele desejou boa recuperação e ainda mostrou detalhes de como seria o procedimento.Já o vice, Ronaldo Lessa (PDT), que é de uma legenda que faz oposição ao governo, não aparece muito com pronunciamentos nas redes de JHC. Em algumas fotos os dois são vistos juntos em alguns compromissos como adesivaço e panfletagem.Durante a semana também houve especulações de que no PDT, mesmo com a determinação da aliança, há um clima de desconforto capitaneada pela ex-prefeita e candidata a vereadora Kátia Born (PDT). Tudo porque antes de comandar o PSB, o partido que era dirigido por Kátia foi negociado e passado para JHC. Como não tem sido vista nas atividades de campanha até o momento, estaria traçando uma estratégia de se distanciar do candidato. DaviA campanha de Davi Filho conta com uma boa estrutura graças aos grandes partidos e os apoios costurados. Além disso, tem ainda o apoio de 20 dos 27 deputados da ALE. Junto com os aliados estão percorrendo a periferia da capital, com muitos apoiadores, conforme as imagens divulgadas, também com aglomeração.A timidez do candidato está sendo superada com a estratégia do marketing da política, com vídeos produzidos pelo próprio candidato. A ideia é mostrar desenvoltura e os temas que envolvem a cidade apresentados pelo próprio candidato.Davi tem apresentado uma campanha propositiva buscando demonstrar intimidade com os problemas da cidade, graças a andanças que vinha fazendo ao lado do pai, o vereador Davi Davino. A primeira caminhada oficial aconteceu no dia de seu aniversário de 33 anos, na última quinta-feira, na Ponta da Terra. Mesmo sendo apoiado pelo PP, principal articulador da base de apoio do presidente Bolsonaro, até o momento não utilizou-se desse discurso para conquistar votos. Com o vice do PSL, o médico Emanoel Fortes ajuda a moldar o perfil político da chapa de centro-direita.CorinthoO candidato do PMN, Corintho Campelo, também colocou a campanha na rua e fez caminhada no Mercado da Produção. Com um discurso de oposição à atual gestão, tem defendido uma inversão na distribuição de recursos para facilitar a aplicação no que realmente as pessoas precisam.Ele também usa as redes sociais para a divulgação do seu programa de governo. Como antes de lançar a candidatura vinha mantendo contato com algumas comunidades foi a partir desses encontros que foi fundamentando o programa de governo. O problema é que não tem tempo de TV - logo só contará com as redes sociais para divulgação dos projetos.Até o momento o principal eixo da campanha tem sido dizer que vai enfrentar a corrupção. "Vamos acabar com o sistema e devolver a Prefeitura de Maceió para o povo". GovernoA direita alagoana representada na candidatura de Josan Leite (Patriota) também tem usado muito as redes sociais para mandar sua mensagem. O próprio candidato tem o diálogo direto com os internautas que podem interagir com comentários. Quando não está propondo algo, Josan mostra algum serviço esquecido pela prefeitura.O vídeo produzido com imagens do mercado público da Feirinha do Tabuleiro. Com imagens de esgoto e lixo, além das instalações comprometidas, ele narra a situação e de como deveria ser a estrutura. Empresário do setor da construção civil, engenheiro por formação se apresenta como um gestor com capacidade de empreender.Na rede social, ele também aparece comentando sobre organização pessoal e metas de vida. Usando uma roupa para ciclismo descreve o quanto é importante ter objetivos para alcançar metas e realizar sonhos. Ele também tenta colar sua imagem da do presidente Bolsonaro desde quando foi de seu partido o PSL. EsquerdaEntre os candidatos de esquerda, Lenilda Luna (UP) tem criado uma agenda de contatos com lideranças e segmentos da sociedade civil. Mas no início da caminhada do partido prestigiou a Vila Emater, onde mora sua vice.Ricardo Barbosa (PT) esteve no Benedito Bentes onde também manteve contato com eleitores durante um adesivaço. Ao lado da vice Élida Miranda sentiu o clima das ruas, ao mesmo tempo em que deu início a "missão partidária" de manter a legenda em evidência e pode dialogar com o eleitor sobre "o legado do presidente Lula". A candidata Valéria Correia (PSOL) já protagonizou um caso de polícia. Durante uma live com apoiadores, ela foi agredida com comentários misóginos e sexistas. Diante do ocorrido decidiu registrar queixa na Delegacia de Crimes Virtuais.No final da semana realizou um ato nas ruas do Centro de Maceió, onde realizou panfletagem, conversou com eleitores e fez um breve pronunciamento para apoiadores.Cícero Filho (PCdoB) também lançou sua candidatura com adesivaço no Tabuleiro. Em suas redes sociais está inicialmente se apresentando, mas ainda sem abordar temáticas de campanha. Até o momento não publicou nenhum banner com propostas. A única publicação com posicionamento político ligado a eleição é o seu posicionamento quanto às vítimas da Braskem nos bairros do Mutange, Bom Parto, Bebedouro e Pinheiro.

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