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Política Para JHC, denúncia é motivada por vingança e é infundada: “rádio não foi transformada em ‘trampolim político’”

ALFREDO GASPAR PEDE CASSAÇÃO DA CANDIDATURA DE JHC

Candidato de Rui Palmeira e Renan Filho move ação acusando o adversário do PSB de abuso de poder econômico e midiático

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 14/10/2020 - Matéria atualizada em 14/10/2020 às 06h00

Se no guia eleitoral os candidatos aparecem propositivos, nos bastidores o clima é tenso. O candidato Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB), que é apoiado por Rui Palmeira e Renan Filho, pediu na Justiça Eleitoral a impugnação da candidatura de João Henrique Caldas (PSB), o JHC, da coligação “Aliança com o Povo”. Ele alega abuso de poder econômico, midiático e uso indevido dos veículos de comunicação. A reação de Gaspar ocorre quatro dias após JHC ter denunciado uma suposta distribuição de cestas básicas que beneficiaria o emedebista, no Benedito Bentes. Na ação, os advogados da coligação de Alfredo apresentam - em 94 páginas - um detalhado levantamento da atuação do Grupo Quilombo de Comunicação, fundado pelo pai de JHC, o ex-deputado federal João Caldas. No documento, eles demonstram a participação societária do candidato, que tem 30% do capital da empresa Alagoas Comunicação Ltda, detentora de cinco emissoras de rádio e uma televisão, sendo a TV Farol, integrante da Rede Novo Tempo.

A ação se baseia no fato das emissoras só atuarem em benefício do parlamentar, atualmente candidato a prefeito, sem espaço para os demais nomes envolvidos na disputa eleitoral, mesmo antes do registro das candidaturas.

Para fundamentar o pedido encaminhado à Justiça Eleitoral, os especialistas em direito eleitoral juntaram à peça 160 horas de gravação e um detalhado levantamento do seu conteúdo, com críticas aos padrinhos de Alfredo, o prefeito Rui Palmeira e o governador Renan Filho. Se as aparições de JHC em programas jornalísticos fossem pagas com base em relação publicitária, no momento, o valor estaria orçado em R$ 500 mil, também indica a pesquisa para a ação. “Destaque diário, portanto, ao ora Investigado; nenhum outro pré-candidato conseguiu usar qualquer segundo daquelas rádios para fazer qualquer tipo de discussão. Na maioria das vezes, ou o Investigado, sozinho, dominava a aparição no aludido programa, ou, em outras ocasiões, dividia o espaço com outras pessoas, mas sempre com destaque e mais espaço reservado para o Investigado, e sempre entrelaçando a entrevista com assuntos que ou enaltecessem sua opinião ou atuação, ou servissem para criticar as gestões dos seus adversários políticos (Rui Palmeira e Renan Filho)”, diz a ação. O levantamento indica ainda toda a estrutura administrativa, societária e a composição da equipe de apresentadores são de pessoas que têm ligação direta com JHC. A maioria, inclusive, lotada ou paga por seu gabinete em Brasília (DF). Ainda de acordo com a ação, os principais conteúdos, muitos deles com a participação do próprio JHC eram exibidos nos programas Mobiliza Brasil, na Rádio Farol, com retransmissão na TV Farol, e Show da Manhã, na Francês FM. A reação de Alfredo Gaspar frente à denúncia de JHC, da semana passada, serão analisadas pela Justiça Eleitoral. Ambas são graves e se baseiam em artigos da Lei Eleitoral, sendo assim precisam ser julgadas antes do processo eleitoral marcado para o dia 15 de novembro, quando ocorre a votação do 1° turno. Os dois candidatos são os que lideram a corrida eleitoral. De uma forma ou de outra, a depender do respectivo resultado das ações podem se beneficiar ou prejudicar as respectivas candidaturas.

Procurada pela reportagem, a assessoria do candidato JHC encaminhou o seguinte texto:

“JHC possui 30% da empresa Alagoas Comunicações, patrimônio declarado, em conformidade com a legislação vigente, o que não representa nenhuma ilegalidade. A rádio não foi, jamais, transformada em “trampolim político”. O status de acionista não é uma carta branca para fazer o que bem se desejar na emissora, especialmente porque o Deputado não é sócio majoritário e sequer possui poderes de gestão, conforme contrato social. A alegação da coligação “Maceió Mais Forte” se valeu de um instrumento legal como uma vingança infundada, uma resposta pífia à gravíssima denúncia de compra de votos por Alfredo Gaspar. As forças do atraso não conseguirão, com mais essa manobra, levar nossa campanha para a vala-comum daqueles que, enlameados pelos vícios da velha política, buscam subestimar a inteligência das pessoas de bem de Maceió. No nosso caso, temos uma campanha exclusivamente fundada em ideias e propostas para retirar Maceió do estado de permanente atraso no qual os apoiadores do candidato do governo a colocaram. Aqui o compromisso é com as pessoas e com a verdade!”

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