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quarta-feira, 30/07/2025 | Ano | Nº 6021
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AUXÍLIO EMERGENCIAL AINDA É SONHO DISTANTE PARA SEM-TETOS

Promessas de campanha dos candidatos a prefeito ajudam a agravar ainda mais o cenário de extrema pobreza na capital

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Coordenadora Estadual dos Sem Teto, Cil Pinheiro, cobra aplicação de verba do Fecoep
Coordenadora Estadual dos Sem Teto, Cil Pinheiro, cobra aplicação de verba do Fecoep -

A dona de casa Maria Silvanete, analfabeta, abandonada com seis filhos pelo marido, na quinta-feira estava na porta do antigo Palácio do governo, numa barraca de lona do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, perguntou a nossa reportagem: “Moço, eu não consegui o auxílio emergencial do governo federal, como faço para ganhar o auxílio desse candidato que está prometendo a mesma coisa?”. Ao ser informada que a ajuda só viria se o candidato ganhar a eleição, ao lado dos três filhos menores, não escondeu a decepção. Os sem-teto acampados na Praça dos Martírios são todos de Maceió, afirmou a coordenadora estadual do MTST, Cil Pinheiro. “Em 2017, depois de dois despejos, 600 famílias sem teto receberam do governador Renan um terreno no Conjunto João Sampaio II, próximo ao cemitério do Benedito Bentes I, com a promessa de construir 600 casas populares. Nos jogaram lá, no meio do mato, sem água, sem energia, sem condições de vida digna e até agora nada de obra. Parece uma herança maldita”, lamentou a líder dos sem teto ao justificar os motivos do acampamento na praça dos Martírios. “Só vamos sair daqui depois que a gente for recebido pelo governador. Não queremos ser enganados pelos assessores que não podem resolver a nossa situação”, disse Cil, cercada. Entre as 2.7 mil pessoas acampadas têm 150 crianças menores de 10 anos. Como os pais, a maioria é analfabeta. Quase todas têm problemas de saúde. A desnutrição é visível.

CORA

Na sede do Cora, trabalhadores e aposentados que não podem pagar planos de saúde, como a desempregada Antônio de Oliveira disse que madrugou na fila a fim de conseguir ficha para se consultar em janeiro ou fevereiro. Ela tem fraqueza no corpo e nos ossos. Outra doméstica desempregada, Marli Miguel da Silva chegou às cinco da manhã e tentava uma requisição para fazer ultrassonografia. “Aqui é sempre assim. Uma bagunça”. O aposentado Ricardo Ferreira, madrugou no Cora, queria se cadastrar a fim de conseguir o colírio para tratamento de catarata. Além dos segurados do SUS, a maioria dos 10 candidatos a prefeito condena o Cora. O secretário municipal de Saúde, José Thomaz Nonô, em recentemente entrevista a um site local reconheceu os problemas na central de regulação, prometeu modificação e extinção do modelo, em novembro. Apesar de não haver um levantamento preciso, a Coordenação Nacional dos Moradores de Rua contabiliza que em Maceió tem 4,5 mil pessoas morando na rua. As outras cidades com números expressivos são Arapiraca, Palmeira dos Índios, União dos Palmares e polos turísticas como Maragogi, Japaratinga, Barra de São Miguel, Marechal Deodoro, Penedo entre outras. “O estado não usa nenhum centavo do Fecoep, não desenvolve políticas públicas e não oferece ajuda aos moradores de rua”. Afirmou o coordenador Rafael Machado da Silva . “Para conseguir políticas pública de assistência a população de rua a gente tem que entrar com ação civil pública via Ministério Público, Defensoria Pública para que os prefeitos assinem termo de compromisso. Mesmo assim, as políticas públicas oferecidas são inadequados, faltam equipamentos de assistência para moradores de rua”, disse Silva.

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