Penúltimo a ser sabatinado pela Organização Arnon de Mello (OAM), o candidato a prefeito de Maceió, Josan Leite (Patriota), criticou a omissão de gestores durante mais de 40 anos em que a Braskem explorou sal-gema sem uma eficiente fiscalização. Para ele, a responsabilidade pelas falhas geológicas que evacuou quatro bairros não é somente da petroquímica, mas da administração pública. Josan também defendeu estudos para instalação de duas linhas de metrô. “São 40 anos de gestões que têm sido negligentes na fiscalização. Não podemos, apenas, culpar a empresa. Ela não é a única responsável por esta catástrofe que afundou uma parte de Maceió. Todos os políticos, sendo eles governadores, prefeitos e secretários também precisam ser responsabilizados. São 40 anos de negligência na fiscalização e irresponsabilidade”, avalia.

Citando os três adversários mais bem colocados nas pesquisas de intenção de votos, Josan disse reprovar a presença maciça de caciques na política, permitindo que o comando de Alagoas atravesse gerações entre famílias. “Não vejo a possibilidade de caciques estarem dentro da política. Não precisamos estar como uma tribo. A política não pode ser vista como capitania hereditária. Até quando vamos lotear a administração e entregá-la para algumas famílias? Somos a única candidatura independente e com técnica. Entrei no Patriota com carta branca para montar o diretório sem conchavos políticos. Estas secretarias já estão loteadas dos outros candidatos. Este tipo de política tem que acabar. Vamos governar com o povo de Maceió e não com os caciques”. O candidato garantiu não ter qualquer ligação com a família Calheiros, a quem tem feito críticas pela gestão no Estado, e defendeu o combate ferrenho à corrupção. “Tem atuado neste combate deste os tempos de estudante. Participei do movimentos que pediam ética na política, contra a corrupção e de um mutirão contra a violência. A corrupção mata pelo roubo direto, mas tira a oportunidade de manter a competência do serviço público. Devemos combater o apadrinhamento, feito para servir a caciques políticos que tomam conta da máquina pública”. Josan explicou que não é o único candidato que apoia o Governo Bolsonaro em Maceió, mas se apresentou como o que teria autonomia, sem amarras, em relação a grupos políticos que atuam na capital. Ele esclareceu que o chefe da nação tem repetido que não pediria votos nas eleições deste ano. Quando foi questionado sobre números de intenção de votos, apresentados em inserções no rádio e na TV, em que o colocam na dianteira na preferência dos eleitores, o candidato disse se tratar de uma enquete, cuja procedência ele desconhece, utilizada por sua equipe de marketing, para criar um argumento contrário ao método utilizado pelas pesquisas. “Em todos os momentos, as pesquisas terminam por induzir o eleitorado que o candidato não tem chance”. Engenheiro civil, o patriota disse se interessar por estudos voltados às cidades inteligentes e informou ter projetos voltados à mobilidade urbana, visando à padronização dos passeios públicos, degraus e reparos em buracos e bocas de lobo quebradas. Também prometeu interligar a malha cicloviária, dar transparência na outorga do serviço de transporte urbano da capital, a regulamentação de transportes sem autorização, como os táxis-lotação, além de iniciar estudos que prospectem futura instalação de duas linhas de metrô (na Fernandes Lima e na Via Expressa). Para a saúde, propôs reforma de postos, contratação de médicos especialistas e reposição do estoque de insumos. Para isso, anunciou que, se eleito, vai criar um aplicativo que permitirá levar os serviços da prefeitura aos maceioenses, inclusive com a permissão para marcação de consultas médicas. “Vamos fazer um mutirão para atendimento à demanda reprimida dos exames. A saúde está abandonada. Descaso é a palavra que mais se encaixa com a situação”. Na orla lagunar, Josan prometeu implantar um projeto ousado que permitirá o controle da salinidade da água para facilitar a reprodução do sururu, a construção de uma barragem no Rio Mundaú e tanques de rede na lagoa e no mar. Também anunciou que pretende construir um pier para o trabalho dos pescadores.

PROGRAMAÇÃO

Nesta sexta-feira (30), a partir das 8h30, a TV Mar - canal 525 da NET/Claro - finaliza a sabatina com o candidato JHC (PSB). A série de entrevistas é transmitida, simultaneamente, por três veículos da OAM.