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Política População da capital ainda sofre para marcar e conseguir atendimento médico gratuito

REDE DE SAÚDE PÚBLICA DA CAPITAL ‘INFERNIZA’ VIDA DOS MACEIOENSES

CRM, Sindicato dos Médicos, Conselho Estadual de Saúde e a população apontam falhas operacionais

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 31/10/2020 - Matéria atualizada em 31/10/2020 às 04h00

As pesquisas eleitorais, os candidatos e a própria população apontam a saúde pública, que “inferniza” os mais de 1,1 milhão de habitantes, como o maior desafio para o futuro prefeito que vai administrar Maceió. O Conselho Regional de Medicina, Sindicato dos Médicos, Conselho Estadual de Saúde e profissionais do setor concordam e enumeram falhas funcionais na atenção básica que contribuem para a superlotação do Hospital Geral do Estado. Por sua vez, o HGE é apontado como outro “caos”. A situação é difícil também para quem depende medicamentos das farmácias estadual e municipais, a falta de remédios e filas fazem parte da rotina. Os profissionais dos hospitais estaduais e dos postos de atenção básica reclamam da falta de condições de trabalho, de remédios e de equipamentos de proteção individual constantemente. A situação chegou ao ponto do Sindicato dos Médicos fazer vaquinhas para comprar insumos para não deixar pacientes sem assistência, disse o presidente da entidade Marcos Holanda. Nas unidades de saúde da capital as cobranças se repetem e sobram reclamações contra o Centro de Regulação de Atendimento e Leitos do SUS- Cora, que vive lotado. No HGE, o caos da superlotação, falta de medicamentos e sofrimento de pacientes se repete como consequências das carências na política de saúde municipal revelam Conselho Estadual de Saúde, Sindicato dos Médicos e o Conselho Regional de Medicina. Os candidatos a prefeito da capital, inclusive os governistas, também identificam a saúde como o setor que precisa de mudanças e prometem melhorias. Até a pesquisa do Ibope divulgada pela TV Gazeta aponta que 41% dos 592.338 eleitores de Maceió consideram a saúde pública como o maior problema enfrentado pela população.

O Sinmed, Cremal e o CES apontam as falhas no sistema de regulação de leitos. Desta maneira, confirmam insatisfações como a da senhora Antônia Oliveira, uma das 300 pessoas que lotavam a fila do Cora no bairro do Poço, na esperança de conseguir atendimento para tratamento de “fraqueza nos ossos”. Sem condições de pagar plano de saúde esperou quatro horas para marcar consulta para janeiro, no posto do Salgadinho.

PESQUISA

A Pesquisa Ibope divulgada pela TV Gazeta no dia 23 aponta que 41% dos eleitores consideram a saúde como o maior problema da população de Maceió. Em seguida, aparece a geração de emprego, com 27% e a educação, com 14%. Os números são os seguintes: Saúde: 41%; Educação: 14%;Mobilidade urbana (trânsito): 5%; Transporte coletivo: 5%; Limpeza pública: 2%; Geração de empregos: 27%; Meio ambiente: 2%; Nenhuma dessas/ outras: 0%; Não sabe/ Não; respondeu: 3% De acordo com o Ibope, entre os que consideram a saúde como maior problema enfrentado, 47% tem renda de até 1 salário mínimo e a escolaridade de 44% dos entrevistados que apontaram essa área como sendo problemática é ensino fundamental. A Pesquisa ouviu os eleitores sobre as áreas que enfrentam problemas em Maceió. Levantamento foi feito entre 21 e 22 de outubro.

MÉDICOS

O presidente do Sindicato dos Médicos, Marcos Holanda, revela que além da população os profissionais de saúde têm sérias reclamações contra a gestão da saúde pública municipal. A maioria trata da falta de condições de trabalho, de medicamentos e a desorganização no atendimento a população pelo Cora. Hollanda disse que o Hospital Geral do Estado vive lotado porque é obrigado a atender paciente que seria da atenção básica. Criticou ainda os velhos problemas de falta de medicamento e material de trabalho no hospital Hélvio Auto e na Maternidade Santa Mônica, administrado pela Universidade Estadual da Saúde (Uncisal). Cobrou o concurso público para a saúde pública da capital e do estado. “Estão construindo novos hospitais e ampliando postos da atenção básica. Mas, até agora não tem nada definido como vão funcionar, quando será o concurso público para a seleção de pessoal e como será a manutenção desses empreendimentos”, cobrou o sindicalista. O presidente do Conselho Regional de Medicina de Alagoas, médico Fernando Pedrosa, observou que entre os temas mais falados pelos candidatos a prefeito, a saúde pública é o mais debatido. “Os candidatos prometem mudanças, sobretudo no setor de marcação de consulta. Definitivamente, o Cora enfrenta problemas. As filas e a espera por atendimento são as principais reclamação e isto precisa melhorar”. Pedrosa elogiou a construção de novos hospitais, classificou as novas instalações como “modernas”. Porém, como a maioria dos colegas se mostrou preocupado com manutenção das unidades e destacou a necessidade de concurso público. O conselho Estadual de Saúde, entidade que reúne 40 representantes da sociedade civil organizada além de representantes do Conselhos dos Profissionais da Saúde destaca a importância do governo estadual entregar à população novos hospitais na capital, em União dos Palmares, Porto Calvo e em Delmiro Gouveia. “Agora, é necessário realizar concurso público e garantir recursos para funcionamento e manutenção dessas novas unidades hospitalares”, observou o novo presidente Conselho e também presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Francisco Lima, destacar melhorias no atendimento. As críticas da população e dos candidatos contra a Central de Regulação da Saúde Pública Municipal já chegaram ao CES. A questão será debatida na reunião do Conselho, dia quatro com base em relatórios. O Conselho defende a ideia que a Central de Regulação seja monitorada pela Secretaria de Estado da Saúde. Com relação as filas que se multiplicam no posto do Salgadinho e no Cora, Chico Lima minimizou e disse que “muita gente vem do interior e daí sobrecarrega o sistema da capital. Com o controle do estado o atendimento deverá ser humanizado e mais ágil. De qualquer forma, isto ainda será discutido no Conselho e deveremos encaminhar proposta para que haja melhoria no Cora, nas farmácias de distribuição de remédios e nas unidades como no Posto do Salgadinho que está sobrecarregado”, disse. O secretário municipal de Saúde, José Thomaz Nonô, por intermédio de sua assessoria, informou a Gazeta que esta semana anunciará mudança no sistema de marcação de consulta. Fontes da pasta garante que o Corá será extinto e terá novo sistema de marcação de consulta mais ágil e menos traumática para a população. Com relação a falta de medicamentos, o secretário responsabiliza fornecedores e garante que os pagamentos estão em dia.

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