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Nº 5692
Política

PSB DENUNCIA CAMPANHA DE GASPAR POR USO DE SECRETARIA

Givaldo Carimbão, candidato a vereador pela coligação, pressiona servidores para atuarem no pleito

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 31/10/2020 - Matéria atualizada em 31/10/2020 às 04h00

/Carimbão aparece em tom ameaçador e irônico, convocando integrantes de grupo a comparecerem a ‘adesivaço’

A cada dia, graças aos aplicativos de mensagem, os apoiadores do candidato Alfredo Gaspar de Mendoça (MDB) têm sido flagrados pressionando pessoas, quase sempre cargos comissionados e utilizando a estrutura que têm dentro do seu padrinho, o governador Renan Filho (MDB). Desta vez o flagrante envolve o candidato a vereador Givaldo Carimbão (MDB), que conta com a estrutura da Secretaria Estadual de Prevenção à Violência (Seprev). Em um áudio conseguido pelo PSB, partido do candidato João Henrique Caldas, o JHC ele aparece em tom ameaçador e irônico, convocando integrantes do grupo a comparecerem a um adesivaço ocorrido no dia 27 de setembro. O ato político marcou o início da campanha de Alfredo Gaspar, em Jaraguá, que assim como Carimbão ele também se beneficiou politicamente - por isso está sendo processado juntamente com seu vice-Tácio Melo (Podemos). “Se eu perder a eleição, tchau, tchau (inaudível), tchau, tchau Secretaria, então falando português isso aqui tem uma importância, tchau, tchau emprego de vocês”, diz Carimbão. Em outro trecho da denúncia feita à Justiça Eleitoral, aponta o candidato a vereador confirmando que preparou adesivos e furadinhos para carro com sua foto e de seu candidato a prefeito, numa clara confirmação de uso “de poder político . A Seprev, comandada por Esvalda Bitencuourt, está sob a influência de Carimbão desde o primeiro mandato do governador Renan Filho que a entregou de “porteira fechada” ao político quando ainda era deputado federal. Esvalda também foi denunciada à Justiça Eleitoral, porque todos os integrantes do grupo de app de mensagem são da Seprev. Para o autor da ação, o advogado Leonardo Costa, fica claro também que teve e tem influência no envolvimento das pessoas para atuar em benefício do seu padrinho Carimbão e o candidato a prefeito que apoia. A prova disso é que o próprio Carimbão cobra pelo fato de só existirem 30 pessoas no grupo e lembra que sabe quem está de fato envolvido na campanha, principalmente após pedir o nome individualmente de cada um. “Aqui eu tenho controle, literalmente, de quem tá trabalhando e quem não tá. Quem tá dando o sangue ou quem tá dando suor e quem não tá dando nada. Quem tá se queimando e quem não tá. Eu tenho controle literalmente”, diz Carimbão num tom mais sério e mantendo a pressão. Segundo explica em outro áudio, as pessoas do grupo precisam mostrar eleitores que estão conquistando para o candidato. Tanto que cita o exemplo de uma pessoa identificada como “Yuri” que já teria conseguido 20 pessoas para apoiá-lo. Ele lembra ainda, que mesmo os influenciadores de voto só conheçam pessoas em Arapiraca, sempre têm algum parente em Maceió. A manifestação do voto, lembra Carimbão pode ser feita desde o adesivo na casa, com divulgação em rede social, mas principalmente, os que são afixados nos vidros traseiros dos veículos, popularmente chamados de “furadinhos”. Todos os nomes que foram flagrados integrando o grupo do App de mensagem foram apontados como testemunhas à Justiça Eleitoral. Conforme a denúncia, além de vasto material em áudio e prints das conversas é nítido Carimbão não usa intermediários. Na verdade, as pessoas para provar que estão trabalhando em seu favor e de Alfredo precisam mostrar sempre o material da campanha e alguma ação correlata a conquista de novos eleitores. Com base no material colhido como prova, o PSB pede a inelegibilidade de todos os envolvidos na “captação ilegal de votos” e na coação para que atuem na campanha. O processo já foi protocolado e nos próximos dias a Justiça Eleitoral pode se manifestar. Ainda assim, mesmo que não tenha julgamento, mediante ampla defesa, no período eleitoral é no “pós-eleição” que costuma ter andamento. E, uma vez sendo aceita a denúncia, ocorrendo possíveis condenações elas podem implicar em perda de mandato e até mesmo inelegibilidade dos envolvidos.

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