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Nº 5856
Política Donald Trump e Joe Biden em registro do primeiro debate presidencial das eleições 2020

JOE BIDEN TEM MAIS QUE O DOBRO DA VANTAGEM DE HILLARY EM 2016

EUA votam nesta terça-feira com medo de eleição descambar para violência armada; grupos pró-Trump elevam o tom da campanha

Por Folhapress | Edição do dia 03/11/2020 - Matéria atualizada em 03/11/2020 às 04h00

São Paulo, SP - Depois de liderar as pesquisas durante quase toda a campanha eleitoral, o democrata Joe Biden chega a esta segunda-feira (2), véspera da eleição americana, com uma vantagem de 8,4 pontos percentuais sobre seu adversário, o presidente Donald Trump. A margem é mais que o dobro dos 3,8 pontos que Hillary Clinton tinha sobre o republicano no dia anterior ao pleito de 2016 –todos os números são do site especializado FiveThirtyEight. O democrata também aparece na frente em 10 dos 13 estados considerados chave na disputa e tem a maior vantagem sobre um adversário na véspera de uma eleição desde 1996, quando o então presidente Bill Clinton tinha 13 pontos percentuais à frente do republicano Bob Dole. Por isso tudo isso, Biden tem nove chances em dez de vencer a disputa e ser eleito o 46º presidente da história americana nesta terça-feira (3). Em 2016, Hillary tinha 70% de chance de vitória e, embora ela tenha vencido a disputa no voto popular, acabou sendo derrotada por Trump onde importava, no Colégio Eleitoral, nome dado ao sistema indireto que define o presidente dos EUA. Nesse modelo, a votação que define o presidente é, na verdade, um conjunto de 51 pleitos que ocorrem de maneira simultânea, um para cada estado mais o do Distrito de Columbia, onde fica a capital, Washington. Isso porque cada estado tem número de votos proporcional à população. A Califórnia, com 39,51 milhões de habitantes, por exemplo, tem direito a 55 representantes. A Dakota do Sul, com 884,6 mil, a 3. O vencedor em um estado leva todos os votos dele, com exceção de Maine e Nebraska, que dividem os delegados de maneira um pouco mais proporcional. No fim do processo, é eleito quem conquistar mais da metade dos votos no Colégio Eleitoral – 270 dos 538 votos possíveis. Assim, a senha para vencer é conquistar os estados onde a disputa é mais apertada. Neste ano, 13 estados apresentam esse cenário: sete com leve inclinação pró-Biden nas pesquisas (Arizona, Michigan, Minnesota, Nevada, New Hampshire, Pensilvânia e Wisconsin), e seis indefinidos, nos quais a vantagem do líder está dentro da margem de erro. Nessa categoria, em três o democrata aparece em primeiro (Flórida, Geórgia e Carolina do Norte) e em três quem lidera é o republicano (Iowa, Texas e Ohio). No resto do país, a disputa está mais definida, e a chance de uma surpresa é ínfima. Assim, Biden começa a disputa com 212 votos no Colégio Eleitoral que podem ser considerados seguros ou muito prováveis, enquanto o republicano tem 125 nessa mesma situação. Caso o quadro se confirme, Biden só precisa vencer seis dos sete estados em que tem pequena vantagem para chegar aos 270 votos do Colégio Eleitoral e ser eleito presidente. Se vencer nos dez estados-chave em que lidera atualmente, o democrata chegaria a 351 votos no Colégio Eleitoral. Segundo uma projeção feita pelo jornal The New York Times, mesmo se as pesquisas atuais estiverem erradas na mesma proporção que as de 2016, Biden ainda conquistaria 335 delegados no Colégio Eleitoral e seria eleito com facilidade. O ex-vice-presidente de Barack Obama tem, inclusive, a chance de ultrapassar os 400 votos no Colégio Eleitoral e conquistar a maior vitória de seu partido desde 1964, quando Lyndon Johnson conquistou 486. Para isso, Biden precisaria vencer em todos os 13 estados-chave, incluindo nos três que Trump ainda lidera –neste cenário, ele terminaria com 413 delegados. Por sua vez, o republicano tem uma tarefa mais difícil para conquistar mais quatro anos de mandato. Ele precisa vencer nos seis estados indefinidos (incluindo em três no qual está em segundo nas pesquisas) e ainda conquistar ao menos dois estados atualmente com inclinação pró-Biden.

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