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Nº 5856
Política Candidatos a prefeito de Maceió também participaram de debate na TV Mar na reta final da campanha no 1º turno

CAMPANHA COMEÇOU CALMA, MAS DESCAMBOU PARA PROVOCAÇÕES

Na reta final do 1º turno, inserções no rádio e na TV trouxeram série de ataques e críticas

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 14/11/2020 - Matéria atualizada em 14/11/2020 às 04h00

A situação ficou tão delicada que a professora da Ufal e doutora em Ciência Política, Luciana Caetano, até o meio da semana passada não quis bater o martelo sobre a composição do 2° turno. O crescimento impressionante de Davi foi o que a impediu de ter um posicionamento mais enfático. Ela lembrou, ainda, que junto com a escolha da pesquisa estimulada é importante observar também a rejeição dos candidatos. “Temos efetivamente três cenários e qualquer um deles pode acontecer de fato. É difícil apontar um ou outro e por isso a gente sempre olha também a rejeição. Há um cenário de Alfredo com JHC, que parece mais provável, o que não significa que é o único que tem chance. Porque falo isso, porque, como estão tecnicamente empatados também podemos ter Alfredo e Davino”, analisou Luciana. Segundo a especialista, nenhuma evidência, no momento, indica o que pode ocorrer. “Quem bancar vai está tentando a sorte. Hoje, ao contrário de meados de outubro, o cenário está complicado”, manteve Luciana que aguardava a realização dos debates como parâmetro para tentar perceber alguma tendência diferente.

GUIA ELEITORAL

O guia como termômetro do pleito, é mais um dos pontos a serem analisados como as pesquisas e a campanha na rua. No contato do chamado “corpo a corpo”, os candidatos sabem identificar, junto com suas equipes onde estão acertando e onde não foram bem. Essa é a ponderação do cientista político da Ufal, Ranulfo Paranhos.

“Campanha na rua e pesquisa de opinião. Depois vem o guia eleitoral. Se o candidato não decola isso serve de termômetro. Os candidatos estavam todos propositivos. Mas, nas últimas semanas descambou para críticas e ataques. Nenhum candidato tem algo tão inovador para apresentar para Maceió”, observou Ranulfo.

Os eleitores agregam preferência para os que consideram “lincados” com as necessidades de momento. O eleitor não cobra da conta do prefeito emprego e segurança. Por outro lado, como a realidade dele o coloca como alguém que precisa se deslocar, a questão da mobilidade ganha destaque, mas não foi a mais aprofundada pelos candidatos. “Os principais problemas que afetam o eleitorado diz respeito a questão da mobilidade que seria uma grande política pública. Como isso não apareceu de forma tão clara, ele agrega outros elementos como o perfil do candidato, sua oratória, suas alianças e vai num leque infinito para agregar preferência”, acrescentou Ranulfo. Elementos como programa, experiência e como o candidato lida com seus aliados também têm interferência. Ele lembra que no caso do candidato Davino, ao passo em que tem a menor rejeição entre os três com chances de segundo turno e um leque de alianças que o coloca também no cenário de relações políticas com Brasília pode ter aberto uma outra perspectiva.

GUERRA

O problema é que mesmo cada um com referências diferentes e independentes, Tanto João Henrique Caldas (PSB), Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB) e Davi Davino Filho (Progressistas), têm algum tipo de ligação com a atual gestão. Em todas as três coligações têm partidos, personalidades ou até mesmo ex-integrantes da equipe do atual prefeito Rui Palmeira. Mesmo que tentem engrossar o discurso de oposição ele não é tão “puro”. E também, não é o que mobiliza uma parte do eleitorado. É aí onde a “guerra” contra as reputações e os ataques ganham força. JHC, mesmo não tendo se envolvido em casos de corrupção, passou a ser atacado por conta do histórico do pai.

O ex-deputado João Caldas, hoje candidato a prefeito em Ibateguara, já foi condenado na conhecida “Máfia dos Sanguessugas” que desviou dinheiro da saúde. A campanha de Alfredo não deixou barato e lembrou que o pai não apareceu em nenhum momento na campanha e como tática o próprio candidato usaria a sigla JHC para esconder o passado.

Davino, sem ter ataques diretos, já que o principal não pegou que seria o fato da Funbrasil operar com muitos recursos públicos, alguns até oriundos de suas emendas, viu sua imagem ser associada a do pai, em um caso que nada tem com sua trajetória política. A coordenação da campanha chegou, inclusive, a emitir nota de repúdio. Felizmente, os ataques ficaram restritos às redes sociais e não foram parar no guia eleitoral. Já Alfredo Gaspar também não ficou de fora. A campanha toda seus adversários tentaram lhe desqualificar por conta de sua ação como secretário de Segurança Pública por ter comandado pessoalmente operações contra o crime e ter, supostamente, levado “balas” e atualmente fazer campanha cercado de seguranças. Outros ataques que foram se intensificando é quanto aos padrinhos Rui Palmeira e Renan Filho, figuras públicas as quais no passado o próprio Alfredo já havia criticado. Porém, também não ganhou força no guia. Neste, o principal foram as contestações sobre a eficácia de suas propostas. Davino chegou a gravar um guia lembrando que ele não informava o valor do “auxílio emergencial municipal”.

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