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Nº 5856
Política Vice-presidente do TRE/AL, desembargador Otávio Praxedes, fala sobre o pleito em AL

ABSTENÇÃO SUPERA 25% POR CAUSA DO MEDO DO CORONAVÍRUS

Eleição também teve episódios de compra de votos, transporte irregular de eleitor e boca de urna

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 16/11/2020 - Matéria atualizada em 16/11/2020 às 09h18

Compra de votos, transporte irregular de eleitor, boca de urna, ameaças entre candidatos e a prisão da prefeita de Palestina, Isabele Alcântara (PT), foram as principais ocorrências que marcaram as eleições municipais na maioria dos 102 municípios de Alagoas. As denúncias chegaram à presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e ao Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral), que, imediatamente, acionaram as Polícias Federal, Civil e Militar, conforme revelou o corregedor-regional eleitoral e vice-presidente do TRE, desembargador Otávio Leão Praxedes, e a procuradora regional eleitoral Raquel Teixeira. Ambos estavam impressionados com o alto índice de abstenção provocada pelo medo de contaminação do coronavírus: mais de 25%. “Isto deverá ser decisivo no resultado do pleito em diversas cidades”, prevê o desembargador Otávio Praxedes. Entre os problemas técnicos, este pleito registrou que 64 urnas eletrônicas deixaram de funcionar. Isto representa 50% do que ocorreu no último pleito, quando 120 urnas registraram problema no funcionamento. “A situação foi contornada em tempo hábil e não houve prejuízo aos eleitores”, disse o corregedor do TRE/AL. Durante todo o dia de ontem, o tribunal desativou todo o sistema que interligava a internet para evitar ataques de hackers, revelou um funcionário da Secretaria de Informática. Curiosamente, mesmo assim o presidente manteve uma expectativa de que até a meia noite sairia o resultado - prazo duas horas maior em comparação ao divulgado, que era às 22h. Houve também um grande congestionamento dentro do sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Muitos eleitores alagoanos não conseguiram justifica a ausência no processo de votação. “Esses eleitores que não conseguiram justificar terão um prazo de 60 dias para se justificarem perante a Justiça Eleitoral”. Com relação à prisão da prefeita de Palestina, considerou como “um caso isolado”. “Ela foi detida. Mesmo assim, as eleições ocorreram dentro da normalidade, sem violência”. A respeito dos crimes eleitorais, o desembargador disse que “a Polícia Federal e a Justiça entraram em ação e conseguiram deter as irregularidades”. Com relação ao caso específico de Palestina, a procuradora Raquel Teixeira disse que “as primeiras informações que nos chegaram tratam da prisão da prefeita de Palestina [candidata à releição] por irregularidades. Como estas eleições é de responsabilidade do juízo de primeiro grau ainda aguardamos maiores informações e detalhes da prisão”, disse a procuradora Raquel Teixeira. Entre as denúncias, a que mais chamou a atenção foi a de distribuição de máscaras com chip em Delmiro Gouveia, para confirmar que o eleitor teria votado num determinado candidato. O Ministério Público Eleitoral soube da informação da distribuição de mascara em troca de votos. “Não temos conhecimento desta máscara com chip. As Polícias Federal, Civil e Militar e o promotor eleitoral da região estão apurando o caso”, disse Raquel Teixeira. Desde sábado, a Corregedoria do TRE recebeu “muitos indicativos de compra de voto” em diversos pontos de Alagoas. O desembargador Otávio Praxedes confirmou o caso. Ele acionou as policias para inibir e coibir os crimes eleitorais. “Acredito que no decorrer da semana deveremos receber diversos processos de compra de voto contra as pessoas que buscaram o caminho da ilicitude. O tribunal vai analisar todos os casos, conforme a lei assim determina”, disse o corregedor sem fazer juízo a respeito das denúncias. Todo o trabalho estratégico para garantir a lisura e a tranquilidade do pleito foram arquitetados pelo presidente da suprema corte eleitoral, desembargador Pedro Augusto, que preferiu ontem não se pronunciar. Em seu lugar falaram o vice-presidente do Tribunal e corregedor e a procuradora eleitoral. Num pronunciamento através da assessoria, o presidente do Tribunal garantiu que “ tivemos eleições tranquilas em Alagoas” O secretário de Segurança Pública, coronel Lima Júnior, junto com delegados da Polícia Federal acompanharam o vice-presidente do TRE em diversos municípios onde os políticos ameaçavam a segurança e a tranquilidade do pleito. Nessas localidades, foram realizadas operações preventivas nas últimas 72 horas. A tranquilidade do pleito se deu também por conta da ação enérgica do corregedor do tribunal, desembargador Otávio Leão Praxedes, que não se intimidou com os rumores de violência que chegavam no TRE. Ele esteve em diversos municípios considerados focos de violência, entre eles Coruripe, Boca da Mata, Atalaia, Major Isidoro. “Chamamos os políticos à responsabilidade. Avisamos que qualquer ato de ilicitude, o Poder Judiciário agiria com braço forte da lei. No final podemos dizer que venceu a democracia”, disse o desembargador. Com relação a compra de votos em Maceió e casos de prisão, o vice-presidente do TRE preferiu não entrar em detalhes nem revelar identidade.

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