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CONTINUÍSMO ASSOMBRA SERVIDORES MUNICIPAIS E ELEITOR DA CAPITAL

Sindicatos do funcionalismo público de Maceió lembram que gestão de Rui, padrinho de Gaspar, desvalorizou profissionais

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Marcos Holanda, do Sinmed, lembra que gestão Rui desvalorizou médicos do município
Marcos Holanda, do Sinmed, lembra que gestão Rui desvalorizou médicos do município -

O dilema do eleitor de Maceió no 2° turno é decidir pelo continuísmo de Rui Palmeira (sem partido), na pessoa do candidato Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB), ou a expectativa do novo, concentrada na candidatura de João Henrique Caldas (PSB), que fala em nova relação com os servidores, cidade inteligente e incentivo a pequenos negócios na periferia. Segundo o economista Jarpa Aramis, diante da realidade definida pelo eleitor, a ideia de mudança ao continuísmo quase sempre é vista como algo positivo e que pode ser importante para oxigenar a máquina pública. “Ela faz parte do processo democrático, oxigena a gestão como um todo e o poder público. Por isso que temos esses períodos de renovação no processo eleitoral. Sob a perspectiva da continuidade, pela ótica do apoio do prefeito e também o governador a Alfredo, imaginemos que terá uma gestão de continuidade, mas ele também tem sua particularidade como gestor. O JHC vem com outro olhar e de fato vai romper com essa aproximação da principal cidade do Estado ligada ao governo. Mas avalio como positiva a renovação e a gente precisa vivenciar com toda a certeza”, destacou Jarpa. Para o economista, só faz sentido se pensar em “modernização” quando se está pautado pela economicidade e eficiência. A ruptura do continuísmo de quem chega deve trazer novos olhares e práticas de gestão. Na área da saúde, mesmo com alguns avanços apontados pelo secretário municipal de Saúde, José Thomaz Nonô, com ampliação da rede de atendimento, construção e reforma de postos, bem como contratualização de serviços, foi a demora no atendimento, as filas e a dificuldade no retorno para consultas que ganhou notoriedade no guia. A gestão nessa área apanhou tanto nas propagandas do candidato dos Calheiros e do próprio Rui, como nos programas de Davi Davino Filho, que tinha o próprio Nonô como aliado. Mas os problemas na área também afetaram os trabalhadores, em especial os médicos. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos, Marcos Holanda, foi na gestão de Rui Palmeira que a categoria mais teve perdas salariais e dificuldade de diálogo, sendo inclusive alvo de perseguições e demissões. “Sinceramente, em relação aos candidatos, ambos são pessoas de bem. Não temos questionamentos a eles. Porém, enquanto sindicato, não podemos esquecer o que o governo Rui nos fez, massacrando a categoria, processando profissionais e demitindo alguns. Dessa forma não dá para defender o continuísmo”, desabafou Holanda. Ele lembrou que todas as conquistas que a categoria obteve na gestão do ex-prefeito Cícero Almeida não avançaram na gestão de Rui. Aos poucos os profissionais foram perdendo condições de trabalho e o Plano de Cargos e Carreiras deixou de existir. No campo político, quase sempre a ideia de continuísmo está associada a perpetuação de poder. E quando isso ser refere a capital alagoana, estamos falando do maior e principal colégio eleitoral do Estado. Na análise do cientista político, Eduardo Magalhães, isso explica a força e insistência dentro da atual conjuntura em se manter no poder. “É bom lembrar que a presença das duas máquinas: municipal e estadual, do mesmo modo que estiveram presentes no primeiro turno também devem se manter neste segundo turno. Em especial depois da derrota sofrida, com a eleição de Luciano Barbosa”, lembrou Magalhães. Como Barbosa se elege em condições adversas, rompido com a família Calheiros e depois de enfrentar muitos embates, no momento para o palácio vencer na capital é maneira que tem de equilibrar a “balança” e não perderem mais do que já ocorreu até agora. Em sua análise, o experiente cientista alerta para uma questão não percebida por muitos. É que Arapiraca, na condição de microrregião, influencia no entorno da cidade pouco mais de 500 mil eleitores. Ou seja, quem vence lá não ganha apenas a cidade, mas um capital político expressivo que pode originar um novo cenário. “É algo que vai influenciar decisivamente em 2022 porque a cidade vira um polo político, o ‘Polo Arapiraca’ podendo se constituir, até como ponto de equilíbrio em relação a Maceió e de lá sair um bom nome para o Governo do Estado”, observou Eduardo Magalhães à Gazeta de Alagoas. Por isso, o Palácio sabe que além de ter perdido o vice-Luciano, além de seu apoio, pode estar diante de uma situação de independência política da região.

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