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Política

ASSALTO EM CRICIÚMA É CONSIDERADO O MAIOR DE SC

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Por Folhapress | Edição do dia 02/12/2020 - Matéria atualizada em 02/12/2020 às 04h00

Com ação de pelo menos 30 criminosos, dez automóveis e armamento de calibre exclusivo das Forças Armadas, o assalto ao Banco do Brasil em Criciúma (SC), na noite da última segunda-feira (30), já é considerado o maior do tipo na história do estado. Os criminosos atacaram o 9º Batalhão da Polícia Militar com tiros nas janelas, bloqueio na saída com um caminhão em chamas e explosão acionada por celular. “Uma ação sem precedentes”, disse o tenente-coronel Cristian Dimitri Andrade, comandante do batalhão. “Já começamos o trabalho de investigação para afirmar que é o maior roubo em proporções em Santa Catarina”, disse o delegado Anselmo Cruz, da Deic (Diretoria Estadual de Investigações Criminais). “A mobilização dos criminosos nesta madrugada é algo inédito no estado, pelo tamanho da ação.” Para ele, o assalto foi cinematográfico. O Banco do Brasil informou à reportagem que não se manifestará sobre os valores roubados e disse que nenhum funcionário ou colaborador foi ferido. A PM, porém, prendeu quatro pessoas que recolheram R$ 810 mil espalhados pelo chão após a explosão de cofres. A agência não abriu nesta terça (1º). Em nota, o banco afirmou que a ação era do tipo novo cangaço. A expressão tem sido usada para modalidade de crime que ataca cidades de forma planejada e não raramente com uso de reféns como cordão humano. Em Criciúma, imagens registraram moradores usados como reféns. O termo é uma referência ao Cangaço, fenômeno do sertão nordestino em que grupos dominavam cidades. Lampião (1898-1938) é o personagem mais conhecido do período, chamado de Rei do Cangaço. “Já temos absoluta certeza de que se trata de uma ação planejada com vários meses de antecedência”, disse o delegado Anselmo Cruz. Ele comparou o assalto com o crime ocorrido no aeroporto de Blumenau em março de 2019. “O roubo em Blumenau começou a ser organizado nove meses antes e era de menor proporção.” A polícia suspeita de que o assalto de Criciúma também tenha tido um longo planejamento. Na manhã desta terça, órgãos de segurança retiraram material explosivo que permaneceu no local. O Instituto Geral de Perícias (IGP) está trabalhando para coletar provas. Segundo Cruz, a polícia suspeita de que o crime tenha sido planejado por criminosos de São Paulo que não são ligados a facções criminosas. “Não temos esse perfil de criminosos em Santa Catarina. Pode ter algum integrante que seja efetivamente do estado, mas sabemos que é uma ação de fora”, disse o delegado. A madrugada desta terça-feira foi classificada como um “terror” e “típica de cenas de filme” pelos moradores de Criciúma, no interior de Santa Catarina, que residem próximo ao banco assaltado no centro da cidade na noite desta segunda-feira (30). Nos relatos ouvidos pela reportagem no local, as reações foram semelhantes, com as pessoas procurando abrigo no corredor e longe das janelas quando viram que a rua estava tomada por pessoas encapuzadas e portando armas de grosso calibre.

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