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Nº 5856
Política JHC busca construção de um orçamento alinhado ao que planeja executar na capital a partir do próximo ano

ORÇAMENTO PARA 2021 VIRA MOEDA DE TROCA NA ELEIÇÃO DA CÂMARA

Base aliada do prefeito eleito JHC e a equipe de transição tentam fazer com que a Lei Orçamentária Anual fique alinhada à gestão

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 12/12/2020 - Matéria atualizada em 12/12/2020 às 04h00

Desde que as urnas confirmaram quem foi reeleito e os que conquistaram o primeiro mandato eletivo de vereador que os bastidores da Câmara Municipal de Maceió têm estado agitado. Paralelo a isso, o processo político se confunde com o administrativo porque os vereadores da atual legislatura podem ter que apreciar a Lei Orçamentária Anual (LOA), que prevê R$ 2,5 bilhões para o ano que vem, o primeiro da gestão do prefeito eleito João Henrique Caldas (PSB).

No momento, quem vai determinar se haverá condições de aprovar o uso dos recursos é a Comissão de Transição que tem como articulador o deputado estadual Davi Maia (DEM). E o desafio envolve dívidas da ordem de R$ 300 milhões que envolvem folha de pagamento, Iprev, aluguéis de imóveis, carros e empresas prestadoras de serviços. 

O grupo que Maia comanda corre contra o tempo para apontar saídas que representem ajustes e garanta uma margem a JHC e seu futuro secretariado para colocar em prática o seu plano de governo e começar a cumprir as primeiras promessas de campanha. Conforme tem dito o parlamentar e o prefeito eleito, o foco das ações envolve a área social, já que além da herança de débitos e contas a pagar, há o desemprego oriundo da pandemia de Covid-19.

A grande questão é saber se até o final do ano será possível apontar os remanejamentos possíveis no orçamento. Pelo menos, do ponto de vista político, mesmo com a presença de dois candidatos à presidência da Casa, Galba Neto (MDB) e Olívia Tenório (MDB), uma coisa é certa: JHC já escolheu o seu candidato. Marchará ao lado de Galba Neto, que vai para o seu terceiro mandato e figura como bom interlocutor entre os reeleitos e os neófitos como a própria Olívia.

E o que, aparentemente, parece coisas distintas marcham juntas porque no espectro de poder constituído quem comanda a Casa, também tem espaço político e na gestão. Ou seja, tem compromisso com ela uma vez que a ação legislativa é o que pode garantir bom andamento da administração ou ao mesmo tempo embolá-la. Sendo assim, Galba acaba ficando um passo à frente de Olívia não só porque já conta com 16 vereadores para garantir sua eleição, mas por saber negociar.

Para evitar o acirramento de ânimos, até porque também busca apoio entre os 11 vereadores, que Olívia diz ter "apalavrado" para sua candidatura, o que tem deixado escapar é que se for eleito pretende fazer uma gestão propositiva, mas ao mesmo tempo austera no que se refere aos gastos públicos. E isso também coaduna com o pensamento do prefeito JHC.

Articulação

Tanto que foi, justamente, um vereador eleito em sua coligação, Francisco Sales (PSB), quem reconheceu em Galba o vereador com condições de negociar com a oposição, já que o MDB é a legenda que terá mais vereadores na próxima legislatura. O perfil conciliador e a experiência com o trâmite da Casa fez Sales abrir mão de lutar pelo comando da Câmara em detrimento da criação de condições de diálogo com os diversos grupos e interesses que por lá transitam.

Isso não significa que a candidatura de Olívia represente menos. Pelo contrário. Seu discurso de "renovação" e o fato de unir as "vereadoras mulheres" também tem um apelo e uma demanda social importante. Com boa comunicação e de origem de uma família de políticos, ela também sabe se articular. Entretanto, o discurso de mudança fica prejudicado quando tem entre um dos articuladores do seu nome o atual presidente Kelmann Vieira (Podemos), que há seis anos e meio comanda a Casa.

Nesse contexto, Galba e Sales - que fizeram oposição a Rui - não tiveram muito espaço político no que se refere a aproximação com o Executivo. Em plenário sofreram várias derrotas com o apoio da base de apoio do prefeito. Agora, não só os dois como o vereador Siderlane Mendonça, que passou pela mesma situação, e mais o vereador mais votado para a Casa, delegado Fábio Costa (PSB), podem mudar esse quadro.

Por conta das complexas relações e a administração de espaço, Galba Neto, por conhecer os atalhos, pode representar maior segurança para JHC e as pautas que lhe interessam. No momento, a principal delas é o orçamento e como será gerido para viabilizar ações em 2021.

JHC

Já o prefeito, que passou a semana em Brasília abrindo portas, se apresentando como futuro gestor e criando possibilidades chegou na sexta-feira com uma boa notícia. Trata-se da criação da primeira Escola Nacional de Turismo, que poderá ser instalada na capital para formar e capacitar os trabalhadores do segmento, o que consequentemente interferirá de forma positiva no mercado de trabalho.

"Temos trabalhado para Maceió sediar a primeira Escola para capacitar nossa mão de obra, para receber os nossos turistas de uma maneira especial e gerar emprego e renda, além de oportunidades de trabalho. Então defendi durante a campanha a indústria do turismo, essa usina de empregos que representa uma massa salarial de R$ 33 milhões por mês. Então é a nossa vocação natural e temos que melhorar nossa infraestrutura para fazermos nosso Plano de Desenvolvimento do Turismo arrojado. Já tem instituições que irão nos ajudar como a CAF e a partir daí vamos dar o pontapé de prosperidade para nossa capital", disse JHC.

A revelação foi feita durante entrevista ao programa TC News, apresentado pelo âncora Valtenor Leôncio, na TV Cidadã. Também na sexta-feira, outra frente aberta pelo prefeito eleito foi com o setor da construção civil, outro grande empregador de mão de obra na cidade. Conforme garantiu as lideranças do setor, ele pretende desburocratizar ações para garantir agilidade na concessão de licenças para aquecer o setor, desde que assumam o compromisso com a geração de empregos.

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