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Política Em números absolutos, os dados mais atuais apontam que são 1.161.044 milhão de alagoanos sobrevivendo com até R$ 89 reais por mês; isso equivale a 34% da população de AL

EXTREMA POBREZA CHEGA A PIOR NÍVEL DOS ÚLTIMOS 5 ANOS EM AL

Até outubro do ano passado, eram 408.603 lares do estado que sobreviviam com até R$ 89 por mês

Por Hebert Borges | Edição do dia 16/01/2021 - Matéria atualizada em 16/01/2021 às 04h00

O número de famílias alagoanas vivendo em situação de extrema pobreza alcançou o maior patamar dos últimos cinco anos. Dados do Ministério da Cidadania apontam que, até outubro do ano passado, eram 408.603 lares do estado que sobreviviam com até R$ 89 por mês. Esse é o maior número desde junho de 2015. Em números absolutos, os dados mais atuais apontam que são 1.161.044 milhão de alagoanos sobrevivendo com até R$ 89 reais por mês. Isso equivale a 34% da população do estado. Significa dizer que, a cada 10 alagoanos, três estão nessa condição. Durante a pandemia da Covid-19, iniciada em março do ano passado, 7.479 famílias passaram para a extrema pobreza. Dados do Cadastro Único do governo federal, que é um instrumento de coleta de dados e informações para identificar todas as famílias de baixa renda existentes no país para inclusão em programas de assistência social e redistribuição de renda, mostram que 1.746.265 alagoanos estão cadastrados. A maioria deles, 1.161 são os que vivem em pobreza extrema. Maceió é o município alagoano com o maior número de pessoas no cadastro único, são 309.158. Logo após aparece Arapiraca, com 90.561; Rio Largo, 49.966 e Palmeira dos Índios, com 42.121. Em todo o país são mais de 14 milhões de famílias em situação de extrema pobreza inscritas no Cadastro Único em outubro de 2020. Esse total de famílias equivale a 39,99 milhões de pessoas com renda per capita de até R$ 89 que vivem na miséria no Brasil. O número de famílias em extrema pobreza no Brasil em outubro de 2020 - 14.058.673 - é o maior desde dezembro de 2014, quando eram 14.095.333. Além disso, houve um salto de 1.308.005 de famílias em condição de miséria desde o início do governo Jair Bolsonaro, entre janeiro de 2019 e outubro de 2020. De acordo com o Ministério da Cidadania, 95% das famílias do Bolsa Família, principal programa do Cadastro Único, migraram para o Auxílio Emergencial, pelo fato de o valor ser mais vantajoso para os beneficiários. De acordo com dados de novembro de 2020, 12,4 milhões de famílias, do total de 14,2 milhões cadastradas no Bolsa, estavam recebendo o Auxílio. Os beneficiários do Bolsa Família receberam a última parcela do Auxílio Emergencial em 23 de dezembro. A partir de janeiro, esse público voltou a receber o Bolsa. Essas famílias receberam no ano passado cinco parcelas de R$ 600 ou R$ 1,2 mil e quatro de R$ 300 ou R$ 600. O valor médio pago pelo Bolsa Família gira em torno de R$ 190. Ou seja, milhares de beneficiários receberam por nove meses em 2020 valores acima do que pagaria o Bolsa Família. Com isso, a tendência é que aumente ainda mais o número de famílias em situação de pobreza e extrema pobreza no país. Segundo balanço da Caixa até o dia 28 de dezembro, o Auxílio Emergencial pagou R$ 291,8 bilhões a 67,9 milhões de beneficiários, incluindo os inscritos no CadÚnico e Bolsa Família e trabalhadores autônomos e desempregados. De acordo com recente estudo publicado pelo economista e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Cícero Péricles, o impacto do final dessas medidas será sentido, primeiro, no consumo, quando forem cortados 2/3 dos 1,2 milhão de alagoanos que recebem o Auxílio Emergencial. “Nos meses de abril a agosto, os recursos transferidos, mensalmente, a título de auxílio representavam R$ 780 milhões, num total de R$ 3,7 bilhões; a partir de setembro até dezembro, foram reduzidos para R$320 milhões, somando R$ 1,3 bilhão. Em janeiro, serão pagos tão somente R$ 78 milhões aos beneficiários do programa Bolsa Família, ou seja, 10% do que foi pago nos cinco primeiros meses da pandemia pelo auxílio emergencial”, revelou Cícero Péricles.

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