Brasília – O presidente nacional do PT, José Genoino, disse que a reforma ministerial deve servir para que o governo possa ter uma coordenação “mais eficaz, mais rápida e mais horizontal”. Embora tenha dito que o partido não opina sobre áreas e nomes, pois, segundo ele, isto é competência do presidente da República, Genoino disse que o PT está preparado para ceder cargos para o PMDB no governo. O presidente do PT defende que a troca de ministros consolide uma maioria governamental e permita uma coordenação de governo mais eficiente do que foi no primeiro ano. “Nós temos três anos pela frente e temos que pensar uma reforma que dê fôlego para uma agenda mais articulada e mais positiva neste período que falta”, disse. Pela declarações do petista, dois dos 23 cargos que o PT ocupa no primeiro escalão devem migrar para as mãos dos peemedebistas, que reivindicam pelo menos duas pastas. Rumores que circularam durante todo o dia de ontem em Brasília colocam os ministérios das Comunicações, Cidade a Secretaria-Geral da Presidência como os mais prováveis cargos a serem ocupados pelos peemedebistas. Os titulares das pastas, porém (Miro Teixeira – Comunicação, Olívio Dutra – Cidades e Luiz Dulci – Secretário-Geral), evitaram comentar uma possível saída do governo Lula. Durante cerimônia no Itamaraty, Miro, que horas antes havia se reunido com Lula, disse que não comentaria o conteúdo da reunião. O ministro, que, segundo rumores, seria substituído pelo deputado Eunício Oliveira (CE), líder do PMDB na Câmara, disse apenas que “reunião com Lula só ele mesmo comenta”. Na mesma linha, Olívio Dutra, que também se reuniu com Lula, limitou-se a dizer que sua possível saída não fez parte das conversas. Ele disse entender que seu cargo seja “objeto do desejo”, por ser “estratégico” dentro do governo. “Mas não há nenhuma discussão sobre o assunto”, disse. Entretanto, em conversas reservadas, peemedebistas dão como certo que a pasta de Dutra pode ser entregue para o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) nos próximos dias. Já Luiz Dulci pode dar lugar para o líder do governo na Câmara, Aldo Rebelo (PC do B), que, por sua vez, seria substituído por Miro Teixeira. Questionado sobre os rumores no final desta tarde, Dulci disse apenas que “Lula vai decidir quando e como será a reforma”.