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Política

PARLAMENTARES COBRAM MENOS ‘ESPETACULARIZAÇÃO’

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Por arnaldo ferreira | Edição do dia 27/02/2021 - Matéria atualizada em 27/02/2021 às 04h00

As blitze em rodovias e fiscalizações das medidas de distanciamento social com o envolvimento direto do secretário de Segurança Pública, Alfredo Gaspar de Mendonça, utilizando o helicóptero repercutem até entre os deputados da bancada governista da Assembleia Legislativa Estadual (ALE). A maioria é a favor do combate à violência, já que Alagoas ainda está entre os dez estados mais violentos do País. Também é o que mais reduziu a violência na comparação com 26 estados. Os parlamentares, todavia, destacam que no ano passado a Polícia Civil teve orçamento de R$ 346 milhões e a PM de R$ 656,3 milhões e precisava de muito mais. Por isso, defendem otimização de recursos, conter desperdício de dinheiro público e mais investimentos na infraestrutura operacional. O deputado policial operacional da PM, cabo Bebeto (PTC), avaliou que as operações simples e rotineiras com o secretário de Segurança utilizando o helicóptero não traz “bom” resultado para a tropa. Como exemplo citou a recente operação em Jequiá da Praia. “Houve a preparação na entrada da cidade com o helicóptero e cerca de 40 policiais numa cidade pequena. Ficaram lá uma hora e depois foram para a operação. Como conheço a tropa, conheço as operações, sei que assim o resultado prático é mínimo”. Ao lembrar que o secretário Alfredo Gaspar disputou, no ano passado, a Prefeitura de Maceió e foi derrotado pelo então deputado federal JHC (PSB), lamentou. “Infelizmente, ainda não se desarmou o palanque eleitoral. Misturar política eleitoral com segurança pública é nocivo”. Ao justificar, acrescentou que “estamos percebendo o uso, de forma descabida, do helicóptero. Esta é uma ferramenta importante para as operações fortes, de inteligência da SSP, para socorro e dar resposta rápida em diversas ações. É ferramenta cara para o estado, tem uma finalidade específica e o que se vê hoje são operações gravadas com equipes cinematográficas”. O deputado quer saber quem está pagando a filmagem e o curso das operações. O parlamentar destacou como outro ponto negativo a operação que mobilizou o secretário e o helicóptero para prender, no condomínio de classe média alta [Aldebaran], um empresário acusado de tentativa de homicídio, na praia do Francês. “Era uma operação fácil. Em poucos minutos a polícia cercava qualquer residência daquele condomínio. No entanto, usaram até a aeronave, voos rasantes e não prenderam ninguém [o acusado se apresentou]. Lamento. Percebo que estão querendo fazer filmes de ações policiais de pouco efeito prático no combate a violência”. Cabo Bebeto disse que “a polícia precisa deixar de ser política e voltar a função de polícia”. A SSP divulgou os dados do Núcleo de Estatística e Análise Criminal (Neac), da SSP, entre a sexta-feira de carnaval (12) e a quarta-feira de cinza (17). No carnaval cancelado foram contabilizados 14 homicídios, além de um registro de feminicídio e duas resistências com resultado de morte. Os dados apontam que houve redução de 59% em comparação ao mesmo período do ano passado, que teve carnaval. Conforme o Neac, no carnaval passado teve um total de 33 homicídios e um feminicídio. Os dados são tratados desde 2011, quando o Núcleo de Estatística foi criado. Naquele ano, o carnaval contabilizou 53 mortes. O planejamento operacional deste ano teve foco em fiscalizações a pessoas e locais públicos, abordagens a veículos, além da verificação do cumprimento do decreto governamental sobre o enfrentamento a Covid-19, entre outras estratégias de combate ao crime.

Mais de cinco mil integrantes das forças policiais foram empregados como reforço em todas as cidades alagoanas. A Polícia Militar disponibilizou 3.400 policiais e a Polícia Civil reforçou suas ações com 1.172 agentes de polícia, escrivães e delegados. O Corpo de Bombeiros atuou com 825 militares extras e a Perícia Oficial também empregou equipes para atuar em Alagoas.

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