Política
BANCADA FEDERAL DE AL INDICA R$ 135 MI EM EMENDAS À UNIÃO
Deputados federais priorizaram canalizar recursos federais para ações na área de saúde


Se para a aprovação do novo auxílio emergencial a bancada alagoana divergiu, no que se refere a necessidade de direcionar recursos para o combate à pandemia, prevaleu a união. Os nove deputados sem distinção partidária ou ideológica e até mesmo independente do alinhamento político com o governador Renan Filho (MDB) optaram por trabalhar em conjunto.
Conforme a Gazeta apurou com a assessoria da deputada Tereza Nelma (PSDB), que atualmente coordena a bancada federal de Alagoas em Brasília, a compreensão frente à crise sanitária foi total. Isso garantiu a inclusão no Orçamento da União de R$ 135 milhões em emendas dos parlamentares. Ainda conforme apurou a reportagem, mais de R$ 2,5 milhões para a reestruturação e modernização do hospital universitário federal, que também compõe a estrutura de apoio ao atendimento, mesmo sem estar sob tutela da Secretaria Estadual da Saúde (Sesau). Por serem impositivas, significa dizer que o dinheiro será encaminhado ao estado, porém, com a anuência e a liberação do presidente da República Jair Bolsonaro, via Ministério da Saúde. Entretanto, não deve haver dificuldades uma vez que politicamente, neste momento, a bancada alagoana tem muita força e espaço junto ao Executivo, após a ascensão do deputado Arthur Lira (Progressistas) à presidência da Câmara dos Deputados. Sem atropelos, mas de forma negociada, será um articulador para o envio dos recursos que têm irão dar continuidade aos serviços de atendimento, internação e profilaxia da doença entre os alagoanos. Se antes mesmo do aumento dos números, nos últimos três meses, no que foi classificado como “segunda onda”, os recursos já eram primordiais, quando no momento em que o Covid-19 avança, sua necessidade também aumentou. “Estamos atravessando uma fase crítica, e como parte do poder público, estamos assumindo nossa responsabilidade para amenizar os impactos da pandemia. Todos os dias, assistimos desolados o crescimento do número de óbitos, que já ultrapassam os 272 mil no país e mais de 3 mil no Estado de Alagoas. Nos solidarizamos com as famílias, que estão sofrendo com a perda de seus parentes e amigos”, disse Tereza Nelma. Eleita por unanimidade pelos colegas para assumir a “missão” de articular a bancada federal, ela segue a linha adotada pelo ex-coordenador, o deputado Marx Beltrão (PSD), que por sua vez sucedeu o ex-deputado e hoje vice-prefeito de Maceió, Ronaldo Lessa (PDT). Os dois últimos sempre tiveram bom trânsito junto ao Ministério e é isso que deve ser mantido neste momento. Marx, mesmo não estando à frente da coordenação, continua a serviço da tarefa de conseguir espaços para Alagoas, por conta da afinidade e as articulações que mantém com o governo federal. As eventuais discordâncias com alguns encaminhamentos do Executivo nunca o deixaram numa situação de distanciamento total do Palácio, tanto que ainda é lembrado pelo trabalho que fez quando ocupou a pasta do Turismo. Graças a isso chegou a ter o nome cogitado nos bastidores para um possível retorno. Todo esse contexto, aliado a necessidade de Alagoas dar respostas ao atendimento e tratamento dos doentes, coloca a bancada como uma “frente avançada”, em Brasília, para garantir os investimentos necessários. Quando o assunto foi proposto não houve nenhuma contestação, apenas direcionamentos para algumas regiões com as quais os próprios parlamentares já conhecem e sabem das carências. Segundo Tereza, o sentimento de compromisso e de esforço para construírem juntos uma saída para essa grave crise de saúde com base em ações administrativas, mas principalmente com apoio na ciência. E nos dois casos, só há resultados com investimentos. E dinheiro é fundamental para o enfrentamento à Covid-19. O consumo de material, contratação de pessoal, insumos e estrutura têm representado gastos elevados. Conforme dados do Portal da Transparência, desde o início da doença e seus primeiros casos, os custos somam R$ 295 milhões. O empenho, que é o que o Estado reservou para pagar, foi de R$ 358,7 milhões. Os valores se referem a investimentos em diversas frentes, sendo que a saúde é a que consome mais e teve previsão de R$ 274 milhões. A chamada assistência hospitalar e ambulatorial tem empenhado R$ 255,5 milhões, enquanto o suporte profilático e terapêutico tiveram empenho de R$ 19,8 milhões.