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Nº 5881
Política Kennnedy Calheiros, da Associação Comercial, teme que um possível lockdown agrave ainda mais a situação em AL

ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DIZ QUE LOCKDOWN VIRARIA “FERIADÃO”

Presidente da entidade diz que empresários estão dispostos a fazer concessões para evitar medida

Por Marcos Rodrigues | Edição do dia 13/03/2021 - Matéria atualizada em 13/03/2021 às 04h00

A curva ascendente da Covid-19 em Alagoas, com infectados aumentando exponencialmente, colocou o governo do Estado e os empresários numa mesma cruzada: ter que salvar vidas. De um lado, a necessidade administrativa de se evitar superlotação e evitar mortes. Do outro, o de manter os negócios com saúde financeira e evitar o fechamento das empresas. O presidente da Associação Comercial de Maceió, Kennedy Calheiros, busca uma saída “boa para ambos os lados”, mas reconhecendo que os sacrifícios acompanharão a gestão estadual e os empresários. “Estamos dispostos a cortar na própria carne, fazendo até mesmo redução de salários, rodízio de funcionamento, com fechamento em até dois dias da semana, mas nada de termos lockdown (fechamento total). Porque entendemos que isso vai funcionar como uma espécie de feriadão e vai colocar as pessoas na periferia aglomeradas e expostas ao vírus”, revelou Kennedy. Com cuidado para evitar o discurso radical a favor dos negócios e sugerir erroneamente que é contra a vida, ele revela que o setor também está com medo. Seja de adoecer, ver os funcionários tombarem e, principalmente, os clientes se infectarem e ter um destino fatal. “Temos plena consciência dos riscos, da gravidade do momento, porque os números mostram um crescimento beirando os 40% de infectados em três meses. Mas temos certeza que estamos cumprindo nosso papel social e sanitário quando garantimos condições de higienização, distanciamento social, com horários especiais e até da circulação de pessoas em nossas lojas. Mas o problema é tentar descomprimir o gargalo do transporte público”, explicou o representante dos empresários. Como também atuou no setor de transporte, ele sabe que os custos para se aumentar a disponibilidade de frota precisa ser compartilhado com o poder público, por isso defende um diálogo ainda maior entre Estado e Município. Kennedy destaca que tudo é custo e ele precisa ser compartilhado. Por esta razão, defende também incentivos e apoio fiscal para as empresas do setor, para que possam cumprir com sua missão de transportar com segurança. “Porque não vai adiantar nada praticarmos distanciamento, oferecermos o álcool em gel, cobrarmos o uso de máscara dos nossos funcionários e a ao mesmo tempo ele está exposto todos os dias, indo e voltando para o trabalho correndo risco de se infectar”, pondera. Para a saúde financeira das empresas, existem duas propostas que estão sendo articuladas. Uma delas é convencer o governo do Estado a compreender que a Desenvolve, a agência de fomento do Estado, precisa se engajar para apontar saídas compartilhadas e que represente o aporte de recursos. E para as empresas de grande porte, o Banco do Nordeste também cumprir o seu papel social de oferecer a ajuda necessária, como por exemplo suspender a cobrança de dívidas. “Com uma combinação de medidas que avancem nessa questão do horário mais espaçado, nós já temos uma diminuição do aglomerado nos momentos de maior pico. Mas precisamos encontrar uma solução para os bares e restaurantes que também está sendo articulada pelos representantes do setor”, completou Kennedy. O tempo para se encontrar uma saída negociada está correndo. Isto porque a validade do último decreto que colocou o Estado na Fase Laranja se encerra na terça-feira, quando também será fechada a semana epidemiológica. E esses dados acabarão influenciando a decisão do governo. Sendo assim, os empresários, que desde o início vinham contribuindo para o debate, não querem ficar de fora. “A ideia de alteração de horário, rodízio de funcionamento entre outras, saiu do setor para o governo. E não o contrário. Quero dizer com isso que desde o início buscamos uma saída equilibrada, que salve vidas, atenda as exigências sanitárias e ao mesmo tempo mantenha os negócios funcionando. E ela é possível, pois estamos ouvindo, conversando e com um diálogo aberto com todos os setores”, sustentou.

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