Política
MACEIÓ: VEREADORES APOIAM RECUO DE FASE
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Decreto que determinará a inclusão de todos os 102 municípios na fase vermelha de restrições, anunciado pelo governador Renan Filho (MDB) na última terça-feira, recebeu apoio, críticas e apelos na Câmara de Vereadores da capital. Ninguém discordou da sua necessidade, porém, por conta do alcance e o impacto em diversos segmentos econômicos acabou por causar também preocupação. Foi o que destacou o vereador Chico Filho (MDB), em seu pronunciamento durante sessão ordinária virtual. Segundo o vereador, estava quase certo que o endurecimento das medidas se tornaria realidade por conta do aumento do número de casos de Covid-19. Porém, não escondeu o temor que tem quanto ao seu impacto na economia. "Tenho identidade grande com o setor produtivo e me preocupo com as medidas restritivas. Compreendo as decisões tomadas. Discordo de alguns pontos. Gostaria que fosse diferente, principalmente, com o setor de bares e restaurantes. Mas compreendo a preocupação. Não o julgo. O nosso grande desafio é trazer o equilíbrio para a balança para a questão da saúde e das empresas. Diferente do ano passado, que o setor contou com ajuda do Governo Federal, esse ano não tem. Então como é que os bares e o comércio irão viver?", indagou Chico Filho. Ele defendeu que o poder públicos, nas três esferas possam lançar apoio para que não ocorra demissão em massa e a vida das próprias empresas. Segundo Chico é necessário a criação de mecanismos econômicos que viabilizem a sobrevivência das empresas. "Há uma previsão de uma grande leva de demissões que deve ocorrer esta semana e na próxima", alertou o vereador que é líder do MDB e preside a Comissão de Indústria, Comércio e Abastecimento. Outra manifestação importante foi a do 1° secretário vereador Marcelo Palmeira (PSC) que alertou para a necessidade de ações voltadas para os mais pobres. As pessoas que estão abaixo da linha de pobreza, e que ao contrário do que aconteceu no ano passado receberão auxílio emergencial com valor inferiores. "Sabíamos que com o aumento dos números de ocupações e vítimas da Covid-19 o decreto deveria conter restrições. Mas, nós também que ter um pacote da prefeitura, governo do Estado ou Federal, para minimizar a situação dessas pessoas. Sabemos que o Governo Federal terá um auxílio que será menor, mesmo as pessoas estando com mais dificuldades. No ano passado conseguimos fechar alguns convênios que garantiram distribuição de cestas básicas para pessoas com deficiência, idosas e vulnerabilidades e este ano ainda não ocorreu. E nós temos o Fundo de Combate à Pobreza que é descontado dos impostos sobre cigarro, bebidas alcoólicas, combustível e tudo isso precisa ser disponibilizado para os mais pobres", destacou Palmeira. Outro que também reconheceu a importância das medidas, mas não deixou de apontar o que considerou um excesso, foi o vereador Leonardo Dais (PSD). Ele considerou a proibição da circulação de pessoas após às 21h prejudicial a um dos direitos básicos do cidadão que é o de ir e vir com liberdade. "O governador foi até razoável com alguns setores produtivos, ainda que de forma precária em alguns serviços o que é muito importante. Mas não posso deixar de falar do toque de recolher que é uma medida abusiva por que afeta o direito das pessoas de irem e virem. E num horário onde normalmente não se aglutina porque bate em restaurantes que já estão impedidos de aglutinar e e funcionar pelo próprio decreto. Essa medida é incabível. Nós já vivemos muito presos. Imagina uma pessoa chegar tarde e não poder nem passear com o cachorro", analisou Dias. Quando se posicionou sobre o tema, o vereador Zé Márcio (PTC) ponderou que o decreto precisa ser colocado em prática, já que o lockdown não seria viável. Em sua avaliação as medidas "O decreto agiu corretamente nem foi oito, nem oitenta e tentou de alguma forma contemplar os comerciantes. Achei prudente. O que defendi sempre foi a readequação de todos os setores para viver na pandemia", observou Zé Márcio. Para o presidente Galba Netto (MDB) a repercussão na sociedade já era esperada, principalmente, por conta do alcance do decreto. Ainda assim, apoiou as propostas, tendo como base uma definição do médico cardiologista Wanderley Neto. "Não tem solução fácil para um problema dessa magnitude. Toda decisão vai gerar problemas e vai repercutir negativamente. Mas o que é irremediável é a vida. Tudo o que puder preservá-la e vier em sequência podemos tentar uma solução", concordou Galba.