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Nº 5882
Política Deputado Inácio Loiola foi autor da proposta na ALE, que recebeu adesão dos demais parlamentares na sessão

MÁ GESTÃO DA ÁGUA NO SERTÃO PODE SER ALVO DE COMISSÃO NA ALE

Caso seja formado, grupo vai apurar distribuição de água pela Casal, uso do Canal do Sertão e suspensão da Operação Carro-Pipa

Por thiago gomes | Edição do dia 24/03/2021 - Matéria atualizada em 24/03/2021 às 04h00

Em repercussão ao Dia Mundial da Água, celebrado na segunda-feira (22), o deputado estadual Inácio Loiola (PDT) sugeriu, durante discurso na sessão da Assembleia Legislativa (ALE) de Alagoas, a criação de uma comissão a ser responsável por investigar e acompanhar as ações do Governo do Estado em relação à falta d’água na região sertaneja. O parlamentar não informou se vai solicitar, oficialmente, da Mesa Diretora, a constituição da comissão específica, embora a sua ideia tenha recebido demonstrações de concordância pelos deputados. Ele defende que o grupo, caso seja formado, apure a administração de saneamento e de distribuição de água feita pela Casal [Companhia de Saneamento de Alagoas], o mau uso do Canal do Sertão e a paralisação da Operação Carro-Pipa, desenvolvida pelo Governo Federal em acordo com o Governo do Estado. A proposta é trazer ao Parlamento a responsabilidade de acompanhar todas as ações desenvolvidas pelas três esferas do Executivo, para amenizar o sofrimento secular do povo do semiárido em relação à falta de água. Como sertanejo que é, Loiola demonstrou indignação pela má-condução das políticas públicas direcionadas ao Sertão no que se referem à distribuição de água. Segundo ele, é inadmissível que, nos dias atuais, não se tenha uma união de esforços dos governos para manter a regularidade da Operação Carro-Pipa, estratégia que tem atenuado o prejuízo dos sertanejos ao longo destes anos. “Água sempre foi a prioridade número um do sertanejo. Reconheço que é importantíssimo abrir e recuperar estradas, mas a região do semiárido sempre quis água em primeiro lugar. O Canal do Sertão não consegue atender ao povo e falta esforço para que a água chegue à casa dos sertanejos”, destacou o pedetista.

PRODUTIVIDADE

O discurso despertou a opinião da maioria da Casa. Todos engrossaram a defesa por projetos do Governo do Estado que ampliem a distribuição mais ordenada da água em Alagoas. Para os deputados Davi Maia (DEM) e Jó Pereira (MDB), a cobrança maior é pela manutenção e produtividade do Canal do Sertão. “Onde estão os projetos complementares das obras do canal já concluídas? É necessário que este projeto tenha garantia hídrica e beneficie a população como um todo. Precisamos avançar e investir em obras complementares. Água é requisito básico e questão de subsistência”, declarou Jó. Ela ainda mencionou, em plenário, relatório elaborado com base em informações do Tribunal de Contas da União (TCU), que sugere o bloqueio do valor orçamentário das obras do Canal do Sertão em 2021. O parecer neste sentido ainda será votado no Congresso Nacional. Assim como a deputada, Davi Maia concordou com Loiola na sugestão de a ALE criar uma comissão para acompanhar todos os investimentos públicos referentes à água.

MAIS DIÁLOGO

Na avaliação do deputado Paulo Dantas (MDB), segundo secretário da Mesa Diretora do Legislativo, é necessário um diálogo imediato da Casa com o Governo do Estado, para estabelecer metas de abastecimento do Sertão por meio dos caminhões-pipa. Apesar das críticas em plenário à gestão da Casal, Dantas saiu em defesa do presidente da companhia. “Clécio Falcão tem capacidade técnica, mas não manda. Quem tem poder de tocar obras hídricas de grande porte é o Governo do Estado, em parceria com o Governo Federal. Temos que pedir ao governador que aporte recursos para concluir estas obras com convênio com a União, de modo que não atrapalhe a distribuição de água no Sertão”, avalia. Inácio citou que a situação das adutoras na região é deplorável. “A maioria foi construída na gestão Geraldo Bulhões. A população cresceu assustadoramente e o fornecimento continua o mesmo. Além disso, Alagoas só tem dois projetos de irrigação, os dois em Igreja Nova, enquanto Sergipe já possui entre 15 e 20 mil hectares destes projetos em execução”.

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