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Nº 5882
Política Imóvel onde fica instalado o Lifal está abandonado; governo prevê usá-lo para órgão

GOVERNO DO ESTADO ABANDONA E DESATIVA LIFAL

Imóvel e equipamentos que fabricavam coquetel para portadores do HIV e remédios para a farmácia básica do SUS “apodrecem”

Por arnaldo ferreira | Edição do dia 27/03/2021 - Matéria atualizada em 27/03/2021 às 04h00

Diante do aumento de 4,88% dos remédios [Diário Oficial da União de 15/03]; da nova onda assustadora de contaminação e mortes pelo coronavírus nos 102 municípios; de superlotação dos hospitais públicos e privados e da falta de insumos, um dos equipamentos importantes da Secretaria de Estado da Saúde - o Laboratório Farmacêutico Industrial de Alagoas (Lifal) - foi esquecido e desativado pelo Governo Renan Filho (MDB). Em 2015, o governo chegou a prometer “um novo tempo” para o Lifal, que produzia medicamentos da farmácia básica do Sistema Único de Saúde (SUS), coquetel para portadores do vírus da Aids, para outras doenças sexualmente transmissíveis e hoje poderia até produzir vacina, admitem ex-funcionários. A medicação produzida em Alagoas era distribuída gratuitamente para a população, inclusive de estados vizinhos. Os equipamentos industriais, mobília e o imóvel estimado em quase R$ 1 bilhão “apodrecem” lentamente no Distrito Industrial Luiz Cavalcante, no bairro Tabuleiro do Martins, em mais um triste exemplo de desperdício de dinheiro público num dos estados mais pobres da federação. Oficialmente, a Secretaria de Estado da Saúde informa que “o Lifal não é mais administrado pela pasta e que está sendo desativado pela Secretaria de Estado do Planejamento”. O curioso é que em agosto de 2015, a Agência Alagoas [agência oficial de notícias do Executivo estadual] divulgou matéria informando que havia “um novo tempo para o Lifal”. A informação central dava conta que “o governador Renan Filho havia sancionado a lei que destinava R$ 12 milhões” para investimento no laboratório industrial. A Seplag, por meio de nota, divulgou que “a Secretaria de Estado do Planejamento, Gestão e Patrimônio informa que, neste momento, o Lifal está em processo de liquidação para extinção. O laboratório está há mais de 12 anos sem produzir medicamentos, ficando inviável a utilização de seu parque industrial até mesmo para a produção de insumos de baixa complexidade”. Em relação ao prédio, a Seplag acrescentou que já está fazendo os estudos para a sua reutilização, que deve ocorrer com o aproveitamento do imóvel por um órgão público estadual. O parque industrial foi regido pela Lei nº 6.404/76 e demais legislações aplicáveis, bem como pelo Estatuto Social, que teve sua constituição autorizada pela Lei Estadual nº 3.247, de 01 de dezembro de 1972, efetivada por escritura pública em 20 de março de 1974. A partir da primeira gestão do governo Ronaldo Lessa [hoje vice-prefeito de Maceió pelo PDT], em 1999, foram feitos investimentos milionários com recursos do Ministério da Saúde e com a parceria público privada com fornecedores de insumos. “O parque industrial atendia a Central de Medicamentos do Ministério da Saúde, o SUS, as secretarias municipais de saúde de Alagoas e de estados vizinhos. Neste momento de empobrecimento da população, este equipamento seria de grande utilidade para todo mundo”, acredita o ex-governador. “Os remédios eram distribuídos gratuitamente”, lembrou Lessa. “É lamentável saber da atual situação do Lifal. Neste momento, de alta dos preços dos medicamentos, do desemprego de quase 50% da nossa população, da nova onda da Covid-19, é triste a gente perder um equipamento de extrema relevância e importância da saúde pública estadual”.

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