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Política Anulação das condenações do ex-presidente Lula e a confirmação de sua elegibilidade para 2022 aceleram as negociações

COM LULA ELEGÍVEL, PT NEGOCIA APOIO A PARTIDOS DE CENTRO

Estratégia envolve a negociação de apoios a candidatos de partidos como o PSD, MDB e PSB nos estados

Por Folhapress | Edição do dia 17/04/2021 - Matéria atualizada em 17/04/2021 às 04h00

Salvador, BA - A anulação das condenações do ex-presidente Lula (PT), confirmada no plenário do STF na quinta-feira (15), e a confirmação de sua elegibilidade para 2022 devem acelerar as negociações em torno do possível apoio de partidos mais ao centro à sua candidatura à Presidência. A estratégia envolve a negociação de apoios a candidatos de partidos como o PSD, MDB e PSB nos estados, tendo como contrapartida o apoio dessas legendas ao ex-presidente em sua tentativa em retornar ao Planalto em 2022. O entendimento entre líderes do partido é que, ao contrário das eleições de 2020, quando o PT lançou candidaturas em 21 das 26 capitais, no próximo ano a legenda deve apostar em alianças com candidatos do campo de oposição a Jair Bolsonaro (sem partido). “Está claro nas últimas intervenções de Lula que a melhor estratégia é repetir o perfil da candidatura de 2002, abrindo espaço para partidos do centro democrático”, diz o senador Paulo Rocha (PT-PA). A tendência é que o PT tenha candidaturas próprias em estados onde já governa, caso de Bahia, Piauí e Rio Grande do Norte, e em grandes colégios eleitorais como São Paulo e Rio Grande do Sul. Por outro lado, há espaço para negociações em estados em que o PT costuma compor com aliados, caso de Alagoas e Amazonas, e nos estados onde a legenda já foi forte, mas perdeu espaço, caso de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará e Acre. A necessidade de composição com partidos de centro foi externada pelo próprio Lula em uma reunião com parlamentares do partido no último mês, conforme revelado pela coluna Painel. Na ocasião, ele destacou ser importante ir além dos partidos de esquerda na construção de uma candidatura ao Planalto. Mesmo que partidos como o MDB e PSD não apoiem formalmente a candidatura que Lula, a avaliação interna é a de que o apoio de alguns de seus líderes nos estados será fundamental para o embate do ex-presidente com Bolsonaro. Alguns líderes desses partidos, que se afastaram do PT após o impeachment de Dilma Rousseff (PT) começam a se reaproximar. Um dos entusiastas de um possível apoio a Lula é senador Renan Calheiros (MDB-AL), que tem tido uma postura de oposição a Bolsonaro e deverá ter um papel de destaque na CPI da Covid. Em Alagoas, o PT reaproximou-se do governador Renan Filho (MDB) e apoiou a sua reeleição em 2018, cerca de dois anos após o rompimento. A tendência é que a parceria seja mantida na próxima eleição e que o PT faça parte do arco de alianças do candidato à sucessão de Renan Filho, que ainda não foi definido pelo grupo do governador. “O desenho eleitoral do PT em Alagoas terá como prioridade máxima ajudar a eleger o presidente Lula”, afirma o deputado federal Paulão (PT-AL), que ainda afirma haver uma sinergia entre o PT e o governador de Alagoas. Outro estado em que há chance de composição com o MDB é o Pará, onde uma das prioridades do partido será a reeleição do senador Paulo Rocha, um dos dois senadores petistas em final de mandato. Rocha foi eleito em 2014 na mesma chapa de Helder Barbalho (MDB), que acabou derrotado para o governo do Pará naquela eleição. Em 2018, o PT lançou o próprio Rocha governador, que terminou em terceiro lugar e apoiou Helder no segundo turno. No estado, há expectativa de que a dobradinha de 2014 se repita no próximo ano. O governador tem dado sinais que apontam que ele deve se posicionar na oposição ao presidente Bolsonaro e tem boa relação com a esquerda local, incluindo o prefeito de Belém Edmilson Rodrigues (PSOL). Outro componente pode impulsionar o apoio da esquerda à reeleição de Helder: o lançamento de candidaturas na oposição ao governador, mas no campo bolsonarista.

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