O deputado estadual Cabo Bebeto (PTC) levou ao plenário, nesta quinta-feira (22), denúncia, já feita por ele, nas redes sociais, dando conta de 16 ambulâncias que estão ‘mofando’ no pátio do antigo Lifal [Laboratório Industrial Farmacêutico de Alagoas], enquanto muitos usuários relatam a necessidade pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). As viaturas estariam paradas ali, desde 2018, sem qualquer explicação lógica. Ele disse que vai oficializar o caso, com pedido de providências ao Estado de Alagoas, ainda esta semana. A intenção é cobrar explicações da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e da coordenação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência sobre esta constatação. “Ambulâncias que deveriam estar salvando vidas estão se acabando com o tempo”, lamentou Cabo Bebeto, numa postagem com vídeo, feita em sua rede social. “Enquanto você espera por um socorro e não consegue, o Estado mostra o seu descaso com a saúde do alagoano e com o bem público”, acrescenta.
Durante a sessão ordinária na Assembleia Legislativa (ALE), o parlamentar afirmou que tem recebido inúmeros relatos de pessoas que fazem contato com o Samu, pelo 192, e aguardam até 18 horas para a chegada da ambulância. “O pior de tudo é a precariedade verificada nas viaturas em circulação. Boa parte precisa de manutenção urgente. Enquanto isso, algumas estão ‘jogadas’ no pátio do Lifal, quando poderiam estar a serviço da população”, desabafa. Bebeto ainda fez outra denúncia. Revelou que muitos usuários estão sendo induzidos a contratar transporte privado para os doentes até as unidades de saúde, o que acaba beneficiando, segundo ele, duas empresas do ramo em atuação. “Estas empresas são de funcionários do próprio Samu”, acusou. Ele diz que o Estado tem recebido recursos para investimentos no Serviço de Atendimento Móvel e, mesmo assim, não consegue manter as ambulâncias em bom estado de conservação. “O Governo não está preocupado com a saúde do alagoano. As ações de fechar empresas nunca foram preocupações com a Saúde. Não sabemos se estas ambulâncias são de reserva técnica ou, simplesmente, não servem mais por falta de manutenção”. Ele destacou que, enquanto esse patrimônio está abandonado, pacientes reclamam da demora excessiva ou, até, da falta de ambulâncias. “Um sargento amigo expôs que, depois de ser diagnosticado com Covid-19, esperou por 18h para que a viatura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência o encaminhasse ao hospital referência. Quem já teve Covid-19 ou tem alguém próximo que foi acometido pela doença sabe da urgência do serviço”, diz. A Sesau encaminhou a seguinte nota: “A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) esclarece que as ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Alagoas que estão estacionadas no pátio do antigo Lifal, em Maceió, são viaturas irrecuperáveis que estão em processo de desfazimento ou que apresentaram problemas mecânicos graves e serão enviadas para manutenção. A Sesau reforça, ainda, que o Samu Alagoas cobre 100% do território alagoano e conta com 59 ambulâncias, distribuídas em 37 dos 102 municípios alagoanos, além de nove motolâncias e um helicóptero do Serviço Aeromédico (UTI Aérea). Sobre os atendimentos primários ou transferências inter-hospitalares de pacientes com casos suspeitos ou positivados pelo novo coronavírus, a Sesau ressalta que, desde o início da pandemia, o Samu Alagoas já atendeu 8.739 casos do tipo”.