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GOVERNO REPASSA VACINA À PREFEITURA APÓS PRESSÃO

Doses da Coronavac acabaram e deixaram população da capital apreensiva

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Vacinação foi retomada após a regularização no fornecimento do imunizante na capital; caso gerou embate político
Vacinação foi retomada após a regularização no fornecimento do imunizante na capital; caso gerou embate político -

A possível falta de estoque da vacina Coronavac para continuar imunizando o público prioritário, na manhã de quinta-feira (22), rapidamente saiu do campo da saúde para o político. Assim que a Prefeitura de Maceió anunciou que não havia recebido estoque antecipado e que suspenderia a aplicação, o casou ganhou repercussão na capital. O governo do Estado, responsável pelo repasse, rapidamente articulou-se e liberou um quantitativo de 1.500 doses, o que garantiu a aplicação. Do ponto de vista institucional, a própria prefeitura chegou a anunciar que iria notificar o governo do Estado. Mas, com o repasse de doses de Coronavac, voltou atrás e aplicou a 2° dose da vacina. A nova orientação é que como o intervalo da primeira e segunda dose é de 28 dias, haverá tempo suficiente para a chegada de mais remessas que garantam a respectiva aplicação. Segundo informou o secretário estadual de Saúde, Alexandre Ayres, o problema envolve os estoques da Coronavac. Mas, como o governo do Estado havia recebido uma remessa na semana passada, esse quantitativo foi liberado, já que há expectativa de que até o final do mês novos repasses possam ocorrer. A fala do secretário foi reafirmada pelo governador Renan Filho (MDB), que ao perceber a repercussão do caso, também se pronunciou sobre o problema buscando tranquilizar quem buscava o imunizante. A situação, porém, só se normalizou no início da tarde. “Como as vacinas tinham acabado praticamente em todos os municípios – inclusive na capital –, nós antecipamos a D2 [segunda dose] da 10ª remessa para não parar a vacinação agora”, disse. Mesmo enfatizando que há um diálogo permanente com os municípios quanto ao repasse das doses e o planejamento das campanhas, ficou claro que há uma disputa de espaço na opinião pública sobre quem é que comanda o processo. De um lado o governo do Estado como gestor dos repasses para toda Alagoas do outro, o município de Maceió, que tem o maior contingente e também a maior estrutura para vacinação já montada na capital. Sendo assim, a necessidade de uma articulação maior entre os dois gestores ficou evidente, já que para a população que precisa e aguarda sua vez de ser imunizada, pouco importa no final se a dose “salvadora” veio das mãos do Estado ou do Município.

REPERCUSSÃO NA ALE

O anúncio da Prefeitura de Maceió que suspendeu a aplicação da segunda dose da CoronaVac foi motivo de um longo debate na sessão da Assembleia Legislativa (ALE) de Alagoas desta quinta-feira (22). Em meio ao impasse, gerado pela falta de vacinas (como alegou a Secretaria Municipal de Saúde - SMS), os deputados cobraram do Governo do Estado esclarecimentos acerca do estoque do imunizante e a publicidade dos critérios adotados para distribuição aos municípios.

Parlamentares da situação e da oposição se revezaram em aparte ao discurso proferido pelo deputado estadual Davi Maia (DEM), que lançou o assunto no ‘ventilador’. Ele acusou a equipe governista de fazer política em relação às vacinas, segurando as doses de ‘maneira vil, cruel e baixa’.

“Cobro que o Estado apresente o estoque de vacinas, para onde elas foram enviadas, qual o critério de escolha para distribuição e onde estão as segundas doses. Quero entender se o critério para distribuição é filiação ao MDB, por que os prefeitos que estão filiados recebem mais doses e os outros, não. Maceió não pode ser penalizada por ser a melhor capital do país”, avalia Davi Maia. Jó Pereira diz concordar que falta transparência nas ações do Governo do Estado. No entanto, pontua que um dos fatores que mais lhe incomodam é a ausência de diálogo entre os gestores, com a finalidade de resolver os problemas do povo, o que inclui o plano de vacinação contra a Covid-19. “Precisamos de um diálogo produtivo, que traga vacina. Não se resolvem problemas tão importantes se comunicando através das redes sociais, polarizando. Isto tem acontecido desde o afundamento dos bairros e, agora, não é diferente. A que ponto chegou a falta de diálogo. É necessário ter esta união. Gestores precisam sentar para resolver os problemas do povo, e não apenas, para fazer os acordos político-eleitorais. Estes devem existir, mas, apenas, na época das eleições”, avaliou a deputada. Ela acrescentou que a falta de vacinas não atinge a capital, apenas. Citou, como exemplo, o município de Rio Largo, na Região Metropolitana, e Arapiraca, no Agreste, que estariam sem doses desde a semana passada. “Há relatos de que a campanha está suspensa em Rio Largo. No Agreste, o prefeito Luciano Barbosa informou que tenta resolver o problema da falta de vacinas desde a semana passada, com o governador”. Ronaldo Medeiros (MDB) e Silvio Camelo (PV) isentaram o Governo do Estado da culpa e transferiram a responsabilidade ao Governo Federal. De acordo com eles, a indiferença e ausência de investimentos anteriormente, por parte do Governo brasileiro, estão refletindo na atual situação. Fiel defensor de Jair Bolsonaro (sem partido), Cabo Bebeto apresentou uma cronologia de ações da União desde o início da pandemia. Segundo ele, ainda em março de 2020, o presidente da República já orientava todo o corpo ministerial a iniciar as tratativas para avaliação de um tratamento seguro contra a Covid, incluindo a vacina, agindo com responsabilidade e com recursos disponíveis.

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